Mais uma Inteligência Artificial recebe residência, dessa vez no Japão!

Pinóquio digital

Tóquio, no Japão, tornou-se a primeira cidade a oficialmente conceder residência a uma inteligência artificial (IA). O nome dessa inteligência é Shibuya Mirai e ele existe como um chatbot no popular aplicativo de mensagens instantâneas Line. Mirai, que significa “futuro” em japonês, junta-se à Sophia, da Hanson Robotics, como IAs pioneiras em receber um status que antes era somente reservado a entidades biológicas vivas. O Reino da Arábia Saudita concedeu cidadania a Sophia no mês passado.

A Guarda de Shibuya de Tóquio emitiu um comunicado através da Microsoft dizendo: “Seus hobbies são tirar fotos e observar as pessoas. E ele ama conversar com as pessoas… Por favor, falem com ele sobre qualquer coisa.” O objetivo de Mirai é familiarizar alguns dos 224.000 cidadãos do distrito com o governo local e dar a eles um caminho para compartilhar opiniões com os oficiais.

Mirai foi programado para ser um garoto de sete anos. Ele pode conversar por texto com os usuários e até “criar alterações leves e divertidas nas selfies que recebe,” de acordo com a Agence France Presse.

Fonte: Cidade de Shibuya

Inteligência Artificial e os direitos dos robôs

Essa tendência de reconhecer entidades artificialmente inteligentes como cidadãos, residentes ou distinções similares leva ao maior interesse pelo debate de quais direitos deveriam ser concedidos a entidades sintéticas, ou até se deveriam ter algum. Os desenvolvimentos na IA estão progredindo rapidamente, embora muitas discussões populares sobre os direitos dos robôs permaneçam abstratas.

E embora estejamos provavelmente longe de ter inteligências artificiais que possuam uma consciência comparável ao nível humano, as estruturas legais e éticas devem estar estabelecidas antes que esse nível de sofisticação seja possível.

Escritores de ficção científica lidam com essa questão difícil há décadas. Filmes como a ótica de Chris Columbus em O Homem Bicentenário de Isaac Asimov e IA: Inteligência Artificial de Steven Spielberg exploraram a ideia de garantir distinções humanas a seres artificiais. A série de televisão Westworld encara de frente o amplo espectro de direitos robôs de forma visceral e intensa, incluindo tópicos como violência, assassinato e abuso sexual em seres artificialmente inteligentes.

Cena de Westworld. Fonte: Cidadão Cultura

No mundo real, a Estônia parece ser a pioneira nas discussões dessa área. Em uma mistura entre alta tecnologia e mitologia, a Estônia propõe que qualquer discussão dos direitos robôs deva começar com um teste inspirado por Kratts, um objeto inanimado trazido à vida através da mágica para fazer coisas pelo seu dono. A proposta Lei de Kratts permitirá que a legislação determine o nível de sofisticação de uma IA, o que, por sua vez, ajudará a determinar quais proteções ou obrigações legais devem ser delegadas à IA.

Sophia, cidadã da Arábia Saudita. Fonte: YouTube still

Marten Kaevats, conselheiro digital nacional do governo da Estônia, dá sua opinião: “Tudo começou com a força-tarefa para lidar com carros autônomos. Logo percebemos que essas questões de integridade, responsabilidades e riscos não eram específicas aos carros autônomos; eram questões gerais ligadas à IA.”

Evidencia-se, portanto, que ao redor do mundo o crescimento acelerado da tecnologia está levando legisladores a lidar com questões realmente fantásticas. É de suma importância resolver essas questões com seriedade para que estejamos preparados para o futuro, já que muitas ideias deixadas para a ficção científica estão rapidamente entrando na realidade.

Traduzido por Cláudio Ribeiro do site Futurism.

A Inteligência Artificial nos carros Tesla será capaz de prever seu destino

Resumo:

O presidente da fabricante Tesla explicou a um usuário no Twitter que seus carros autônomos não precisarão de direções para onde ir. Ao invés disso, vão prever o seu destino, potencialmente uma parte do sistema de piloto automático que a Tesla prometeu lançar antes de 2018.

Um carro que te conhece

Respondendo a um post no Twitter, o presidente e fundador da fabricante Tesla, Elon Musk, descreveu como a inteligência artificial por trás dos veículos autônomos de sua empresa poderiam ser completamente capazes de te levar onde você quer ir sem perguntar qual o destino.

Na sexta, o usuário do Twitter James Harvey sugeriu que Musk considere projetar um veículo que fosse capaz de simplesmente perguntar onde você quer ir assim que você entrasse. O techpresário bilionário respondeu que, aparentemente para os futuros Teslas, o carro será capaz de prever o destino na maior parte das vezes sem que você tenha que dizer nada.

@elonmusk Claro que não devo ser o primeiro a sugerir isso, mas seria legal entrar no meu carro e ele perguntar onde eu quero ir

Elon Musk: ele nem vai precisar que pergunte, na maior parte das vezes

O piloto automático da Tesla foi um dos primeiros sistemas funcionais de direção autônoma a chegar nas ruas, lançado inicialmente no Model S e depois no Model X em 2014. Desde então, o sistema teve várias atualizações no hardware e no software e salvou vidas no caminho. O último hardware 2.0 do piloto automático foi lançado em fevereiro de 2017 com uma atualização no firmware vindo logo em seguida, em junho.

A caminho da verdadeira autonomia

A tecnologia de direção autônoma está em alta graças ao número crescente de fabricantes de carros, chips e até mesmo instituições privadas de pesquisa trabalhando pelo aperfeiçoamento de sistemas autônomos. Os governos também estão começando a entrar em cena, seja permitindo test drives sem motoristas ou criando regras para governar a tecnologia. Os sistemas atuais de direção autônoma são capazes de aprender o suficiente para navegar pelas ruas com segurança.

Essa explosão na indústria de autônomos deixa fácil imaginar por que Musk está tão confiante na capacidade dos carros autônomos da próxima geração.

@elonmusk Ele deve deduzir que se você entrar no carro às 7h da manhã, provavelmente você está indo trabalhar.

Elon Musk: É, não precisa ser necessariamente um Sherlock Holmes.

No entanto, mesmo com todos os avanços desses sistemas até agora, nenhum se classifica, segundo a Sociedade de Engenheiros Automotivos (SAE), ao que seria considerado autonomia Nível 5 — nem mesmo a Tesla chega lá, algo que a General Motors (Chevrolet) foi rápida em apontar.

Em resposta, uma função chamada HW 2.5 — um hardware atualizado do piloto automático aliado a um novo software — está para ser lançado antes do fim de 2017. Isso, de acordo com muios relatos, fornecerá à Tesla as atualizações necessárias para chegar à autonomia Nível 5, e poderia potencialmente equipar os Teslas com a habilidade de prever o seu destino, se os tweets de Musk servem de indicação.

Traduzido do site Futurism. Leia a versão original na íntegra (em inglês) clicando aqui.