Um comentário de resposta que fiz no YouTube

Você pode não usar o Chrome, mas aí o mais provável de acontecer é que os outros navegadores sigam a tendência dos padrões do Google. Vamos supor que você cria um idioma quando criança, e você pode falar “Eu”, “Você”, “Coisa” e “Ali”. Assim eram os primeiros sites da internet. Depois, todas as empresas que criavam navegadores e empresas que criavam sites foram se juntando para sugerir: “E se nós melhorarmos os nossos navegadores para entenderem palavras e frases mais complexas? E tudo que inventarmos vai ser entendido por todos.”

Foi uma ideia maravilhosa. E assim começaram os grandes padrões da internet. Desenvolvedores de todos os tipos dando ideias sobre coisas que poderiam ser integradas às regras do HTML, do PHP, do Javascript (jQuery precisa ser mencionado), até mesmo do Flash, que foi aposentado justamente pela evolução do desenvolvimento absolutamente comunitário do mundo.

Acontece que grandes empresas, grandes indivíduos, grandes espécies, enfim, regra dos números e do universo, acabam dominando todos os outros presentes. Esta é a situação entre Google, Facebook, LinkedIn, Reddit, Microsoft, Apple, Amazon, Twitter, etc. Todas estas empresas são controladas por acionistas que têm interesses específicos entre si. Isto forma uma democracia high-society que fica lá discutindo sobre o que é melhor pra gente & pro bolso deles. Na maior parte, pro bolso deles.

Como estas empresas, e os navegadores (Google: Chrome; Edge: Chromium; Opera: Chromium; Vivaldi: Chromium; Brave: Chromium) todos se juntam para criar padrões que ajudem a todos e tornem as coisas mais fáceis (ironia, tá? Mas realmente a internet vai ficando mais dinâmica), o que o Chrome dita é o que será padrão para a internet. Isso significa que se hoje eu posso fazer fogos de artifício saltarem quando se busca “Galo” no Google (bi-cam-peão!), daqui a alguns anos eu posso até criar essa experiência em um estádio 3D extremamente realista com um monte de gente usando um Oculus RIft (mas realmente espero que até lá, já seja outra empresa).

Entendeu que você está cercado? Não é você que pode escolher, como se fosse vacinação de Covid (adoro otário que nega). Você vai ter que aceitar, igual os sites tiveram que aceitar o HTTPS (não estou dizendo que isso é uma coisa ruim, só estou fazendo uma analogia à obrigação).

Ou seja, no máximo o possível é que comecem a se popularizar navegadores B que burlam a exigências do Manifest e que as pessoas comecem a propositalmente criar sites inaceitáveis pelo Chrome. Isso infelizmente geraria uma cultura subversiva parecida com a rede Onion, porque a mídia, também interessada no ecossistema das grandes companhias tecnológicas, iria demonizar as pessoas que participassem dessa rede.

É possível que saiamos disso antes, já que a antipatia por várias dessas companhias continua a crescer? É possível. Mas tendo em vista o que passamos nos últimos dois anos, dentre decepções ao desânimo, o mais provável é que realmente a internet se torne uma ditadura McDonald’s (nisso, não quero dizer Tio Sam, e sim monopólios).

Homossexualidade, islamismo e o Império Otomano: por que a nação descriminalizou o homoafetivo em 1858

Falar sobre a homossexualidade no Império Otomano é tão complicado quanto simples. A primeira coisa de que devemos nos lembrar é que as leis Tanzimat não eram sempre feitas para criar novas normas sociais ou padrões. Frequentemente, estavam apenas codificando oficialmente as coisas que já estavam em prática por um tempo, como parte de um esforço de modernização para, essencialmente, “ter todas as leis nos livros”. Essa é a resposta simples! Esta lei tinha mais a ver com a codificação do comportamento homossexual que era bem comum na elite das sociedades muçulmanas da época.

Esta lei, especificamente, estava solidificando o que era uma prática comum da elite em muitas sociedades muçulmanas. Parece maluquice se considerarmos a reputação mundial do mundo islâmico quanto à homossexualidade hoje, mas o mundo islâmico tem uma história muito, muito longa com o que se poderia chamar de homonormatividade. Usar este termo em particular é nebuloso, porque historiadores que focam nos gêneros argumentam que a dicotomia rígida entre homossexual e heterossexual de hoje, de sermos “gays” ou “héteros”, sem algo no meio, é uma construção que emana da metade do século XIX, e portanto, usar qualquer um dos termos de hoje é complicado.

Na cultura clássica do persianato islâmico, a beleza era agênera. As palavras que as pessoas usavam para descrever a beleza poderiam ser igualmente aplicadas às mulheres ou homens jovens e sem barba. Estou usando o termo persianato para me referir a sociedades islâmicas que eram fortemente infleunciadas pelo idioma, sociedade e cultura persas. Por conta da forte influência persa desde o Califado Abbasid em diante, os grandes impérios islâmicos modernos no início (Otomano, Safavid/Qajar, Mughals) compartilhavam uma cultura em comum, semelhante à cultura do latinato que uniu a Europa Ocidental em seu início.

Em culturas do persianato, todas elas muçulmanas, era muito comum homens mais velhos buscarem homens mais jovens sem barba romanticamente. Depois que um adolescente começava a mostrar traços da barba crescendo (seu “kahtt”, ou contorno), ele geralmente passava à categoria de “homem mais velho”, parava de ser buscado e frequentemente tornava-se um interessado. Tem uma quantidade enorme de poesia sobre isso, normalmente ligada profundamente à filosofia Sufi — encontrar a verdadeira beleza da impermanência no mundo, a tristeza quanto ao que a idade e o tempo fazem conosco, e ao quão diferentes Allah e seu amor são comparados à nossa existência transiente. Lembremos, o período entre o início da puberdade de um homem e o surgimento do seu khatt é extremamente limitado. O nome persa para este jovem era “amrad”, que ocupava uma espécie de terceiro gênero. Na elite da sociedade persa, depois que você passava a cumprir suas tarefas reprodutivas em um casamento heterossexual, parece que as pessoas não ligavam muito para o que você fazia com sua vida sexual particular. Você podia ter várias concubinas e esposas, a sociedade não ligava. Você podia passar o tempo todo correndo atrás de amrads e as pessoas também não ligavam. Há uma ótima lista no livro fantástico de Najmabadi sobre esse assunto que fala sobre cronistas Safavid oficiais listando as tendências sexuais de vários Shahs completamente destacados de julgamentos. Ao passo que a prática na elite fosse bem clara, o que acontecia nas camadas mais baixas da sociedade é algo um pouco mais impreciso. Há evidências suficientes de que a busca por amrads era bem aceitável na sociedade comum também.

E antes de você achar que isso seja um artefato cultural da cultura persa ou grega pré-islâmica (lembremos, os mulçumanos estavam lendo Platão assim como nós — se essa descrição de casais de homens mais velhos e mais novos parece familiar para você no Simpósio, não é coincidência!), ou de ter a ver com o fato de que os Sufis estavam normalizando o amor homossexual como parte de uma compreensão simbólica da triste impermanência neste mundo contra a infinitude perfeita de Allah, eles também encontravam apoio para isso no Alcorão. Você provavelmente está familiarizado(a) com a descrição islâmica do paraíso — a cada novo ataque terrorista, algum cara islamofóbico no Reddit faz uma piada sobre as 72 virgens. Bem, no Alcorão, a palavra usada é “hur”, uma eterna beleza jovem e feminina. As hur têm um espelho, “ghilman”, que são eternos e belos jovens HOMENS. O papel sexual do ghilman não fica explícito no Alcorão, mas as descrições paralelas e serviços listados para as hur e os ghilman certamente fizeram alguns muçulmanos discutirem. Alinhando suas práticas culturais a citações no Alcorão, muitos muçulmanos persas tinham certeza de que haveriam garotas E amrads esperando por eles no paraíso.

A sociedade otomana, muito influenciada pela cultura do persianato, tinha muitas das mesmas práticas culturais evidentes, e a poesia otomana é repleta de referências a jovens, amados rapazes. O que mudou para chegarmos no mundo de hoje? Esta resposta (talvez isso não te surpreenda) é complicada. Há um bocado de argumentos a respeito disso, mas o consenso acadêmico é: europeus. Os muçulmanos do século XIX foram levados a ser MUITO autoconscientes e cientes de tudo que faziam e que os europeus considerassem “atrasado”. A homossexualidade nos círculos da elite muçulmana era algo que os europeus definitivamente consideravam atrasado. Ao que os europeus penetraram no mundo muçulmano, cada vez mais profundamente, seja de forma econômica (no Império Otomano) ou com um colonialismo completo (Índia, Egito), eles constantemente comentavam e tentavam suprimir estas práticas. A elite muçulmana, se esforçando muito para modernizar seus impérios e sociedades para evitar a colonização, tenderam a adotar as vontades européias junto à tecnologia e às instituições. Neste cenário, a descriminalização da homossexualidade pode ser lida como uma resistência à hegemonia europeia. Os otomanos estavam tentando preservar uma prática cultural antiga enquanto se modernizavam em outras áreas. A prática foi extinta de forma irrecuperável, no entanto, ao passo que mais e mais práticas culturais e atitudes europeias eram adotadas. Enquanto a prática era extinta lentamente em terras anteriormente otomanas, o fundamentalismo islâmico moderno veio em seguida, com sua reinterpretação radical do Islã e de questões como a homossexualidade, substituindo muito do que tem sido descrito aqui. E então, depois de cerca de cem anos pressionando os otomanos e persas a segurarem a onda em suas práticas homossexuais, os europeus decidiram que a homossexualidade era aceitável em algum momento depois da metade dos anos 90. E em uma cruel ironia histórica, agora pressionam os muçulmanos por serem anti-homossexualidade, tudo depois de seus bisavós terem passado um século extinguindo uma sociedade fervorosamente homonormativa.

O livro “Mulheres de bigode e homens sem barba” (tradução livre, não há versão em português — link), de Najmabadi, é a melhor publicação moderna sobre o assunto Você encontrará uma bibliografia extensa nele se tiver curiosidade! E faça um favor a si mesmo(a), leia um pouco da poesia de Hafiz e Saadi (ambos de Shiraz): “beloveds!”

(Tradução de uma resposta em uma publicação no Reddit: What lead to the Ottoman Empire decriminalizing homosexuality in 1858? Was there a lot of opposition and controversy around this?)

Home office e o fim das bobinas: como relógios de ponto e a gestão de horas estão mudando no Brasil

Congelados no tempo

Durante muito tempo, o Brasil ficou atrasado quanto aos registros de pontos em empresas por questões burocráticas. A portaria 1.510 do Ministério do Trabalho e Emprego exigia que os relógios usados em território nacional fossem homologados pelo INMETRO e imprimissem o conhecido comprovante de papel nas entradas e saídas dos funcionários. Enquanto isso, o restante do mundo se modernizava, passando os comprovantes para a web, criando relógios mais eficientes e aprimorando as tecnologias de reconhecimento biométrico e facial.

Felizmente, em 2011 o primeiro passo foi dado para que saíssemos dessa realidade e voltássemos a acompanhar o desenvolvimento no exterior. Uma nova portaria do MTE, a 373, passou a regulamentar o uso de sistemas alternativos nas empresas, abrindo as portas para novas formas de comprovar, tratar e registrar os pontos. Passaram a surgir as primeiras companhias de ponto digital. Ainda havia um percalço, no entanto: a portaria ainda precisava que os sindicatos se posicionassem sobre seu uso, e em muitos casos ainda não havia aceitação, ou por desconfiança, ou por desconhecimento. Com o tempo, os sindicatos foram criando regras para a aceitação dos pontos alternativos e os acordos coletivos foram ficando cada vez menos necessários. A aceitação do ponto digital é praticamente universal entre as variedades de trabalho em 2020, e as empresas digitalizadas vieram para ficar.

O melhor de dois mundos

Mas será que toda nova tecnologia deve ser abraçada de primeiro momento, sem análise e sem tirar lições da “moda antiga”? Nem sempre, e quando o assunto é segurança, cada novo passo deve ser dado com precaução.

Uma empresa emergente desse mercado, a Evartel, enxergou na área a possibilidade de unir o conceito antigo do relógio de ponto com as facilidades da nova realidade na nuvem. Bom, como assim?

O primeiro ponto é o desperdício: bobinas de papel e comprovantes. Todos os pontos batidos em relógios de ponto eletrônicos emitiam um comprovante de papel térmico do horário registrado. Esse papel, na esmagadora maioria das vezes, era (e é) jogado fora imediatamente. A justificativa para o comprovante obrigatório era proteger o funcionário, que poderia contestar alterações da gestão em suas horas trabalhadas se guardasse o papel como evidência. No entanto, sabemos que pouquíssimas pessoas têm o hábito de guardá-los. O que acaba acontecendo é que milhares, se não milhões de empresas no país têm gastos recorrentes com papéis repletos de componentes químicos que são quase inteiramente desperdiçados. Em uma realidade em que o Meio Ambiente toma nova relevância no Brasil, essa situação é insustentável.

Visando acabar com este cenário, a Evartel enxergou na portaria 373 a possibilidade de mostrar os comprovantes dos funcionários em seus próprios celulares. Assim, eles sempre têm suas horas originais (e alterações) registradas na palma da mão, bem como os gestores, e tudo sem desperdiçar uma única árvore. Um problema resolvido.

O segundo ponto é a segurança: sim, já temos celulares que leem digitais e alguns têm um reconhecimento facial muito bom. Essas tecnologias, no entanto, não estão em todos os aparelhos e não estão perfeitas ainda. Algo a se lembrar é como o reconhecimento facial do Android já pôde ser burlado apenas com fotos, e alguns lançamentos de celular em que ele mal funcionava e terceiros conseguiam desbloquear a tela. Celulares com leitor biométrico com botões muito pequenos também leem apenas uma fração das digitais, o que pode levar a falsos positivos. Então, será que é prudente usar uma solução completamente digital? O que fazer com o funcionário que não tem como trocar de celular só para bater ponto?

A resposta da Evartel para essa questão foi procurar os melhores relógios e controladores de acesso do mercado para garantir a segurança das informações na hora do reconhecimento do funcionário. Se os colaboradores trabalham em um escritório, fábrica ou qualquer outro lugar em que se reúnem, um bom relógio de ponto continua sendo a maneira mais confiável de fazer registros.

E como resolver o ponto remoto? Deixando de insistir em fotos comprovatórias e lembrando da própria identificação do aparelho. Hoje há APIs especializadas em descobrir todas as informações de um dispositivo (celular, computador ou IoT), e ao ser feita uma solicitação de ponto remoto, elas vão acompanhadas da geolocalização do usuário. Assim, não tem como bater ponto da cama, e não tem como um colega registrar a entrada do funcionário sem que o sistema acuse que o mesmo aparelho foi usado.

O terceiro ponto importante para as mudanças no mercado de registro de ponto é a viabilidade. Colocar tudo na nuvem pode ficar custoso, e isso faz com que certas empresas precisem sempre pensar no armazenamento que cada funcionário exige. Esse valor é compartilhado com as empresas clientes, e daí surge o modelo de pagamento mais comum: mensalidades que crescem de acordo com o tamanho da empresa.

A Evartel enxergou que, apesar da nuvem ser o futuro da comunicação e estar se tornando cada vez mais robusta, nem sempre, e nem tudo, precisa ficar na nuvem, especialmente quando se trata de informações sigilosas de suas empresas clientes. Seus softwares, portanto, criam bancos de dados locais com as informações importantes das horas dos funcionários no ecossistema das empresas, e o aplicativo de consulta, além de fornecer transparência, age como um backup dessas informações caso algo dê errado. A Evartel conseguiu, assim, criar um aplicativo barato e descomplicado que elimina a necessidade de se cobrar mensalidades dos clientes, e oferecer todos os produtos como um pacote que se paga uma vez para nunca mais trazer preocupação. Saiba mais: Quais as vantagens de bater ponto com a Evartel.

Experiência, tradição e futuro

Será que as coisas vão continuar da forma que estão? Com certeza não. A cada dia a tecnologia parece se mover mais rápido, e quando pensamos em 10 anos atrás, podemos perceber o quanto as coisas mudaram dentro dessas duas décadas do séc. XXI. Evidentemente, o reconhecimento facial e biométrico de tablets, celulares e outros dispositivos IoT vão ficar cada vez melhores e cada vez mais baratos do que dispositivos especializados. O ponto vai se tornar algo que fazemos colocando a mão no bolso, e não em um leitor. Os modelos de trabalho continuam transformando-se, com o home office ganhando popularidade rapidamente e muitas empresas adotando uma carga de trabalho baseada em metas.

Quanto a isso, a Evartel está preparada. Com um aplicativo sempre em expansão de funcionalidades e uma boa comunicação com os outros elementos que compõem a gestão de pontos nas empresas, fica possível atender o tradicional enquanto se atende o moderno, introduzir o moderno a quem só conhece o tradicional, e aprender com os erros e acertos do velho mundo e do novo. Este, a Evartel constrói com consciência, inovação e produtividade.


Texto publicado originalmente na Revista Segurança Eletrônica.

A maconha realmente queima neurônios?

Estava conversando com meu namorado sobre isso. É algo que ouvimos desde cedo: a maconha mata neurônios, e pode afetar todo o desenvolvimento de vida de um adolescente que começa cedo demais.

Quanto à minha pessoa, comecei a fumar maconha aos 16 anos, quando estava no intercâmbio. Fui fumante assíduo dos 18 aos 22, hoje fumo ocasionalmente. Não creio que minhas faculdades estejam afetadas, mas isso fica para outros julgarem.

Na verdade, a resposta que vou fazer é uma tradução de um texto que achei muito relevante sobre o assunto, do médico Malik Burnett, ex-cirurgião e ativista da saúde, atual professor na Universidade de Berkeley, estado da Califórnia. A fonte está no rodapé.

Primeiro, vamos tirar um momento para falar sobre a ideia de que o uso de marijuana pode levar a um QI mais baixo. Essa noção veio de uma pesquiça que analisou os dados de um estudo longitudinal feito em 1000 pessoas na cidade de Dunedin, Nova Zelândia. O estudo acompanhou pessoas dos 13 aos 38 anos, e conduziu testes de QI para todas as idades. Os resultados revelaram que as pessoas que faziam uso crônico da maconha — aqueles que têm dependência física da droga — antes dos 18 anos tiveram uma queda de 8 pontos no QI quando chegaram aos 38 anos.

Há três coisas importantes para apontar neste estudo. Primeiro, as pessoas que tiveram um declínio no QI faziam parte de uma amostragem bem pequena — 38 de 1000 pessoas, ou 3,8%. Segundo, os indivíduos usavam muito mais maconha (quatro dias por semana) do que o usuário comum. Por fim, estão usando maconha mais consistentemente por muito mais tempo (20 anos) do que o usuário comum.

Além disso tudo, outros estudos sobre essa pesquisa mostraram que as diferenças nos estados socioeconômicos podem ter influenciado diretamente nas diferenças de QI encontradas no estudo, sem nem entrarmos no mérito da discussão quanto à validade do QI como indicador de função cerebral e inteligência, que vai além do assunto principal dessa resposta.

Quanto à maconha e seus efeitos nas células cerebrais, ou neurônios, há pouca evidência que sugira que os ingredientes ativos da planta da maconha, administrados em doses apropriadas para consumo humano, possam ter efeitos neurotóxicos.

Essa é justamente a direção contrária do que acontece com o álcool, em que o processo digestivo do corpo cria metabólitos como o acetaldeído e outras “espécies reativas do oxigênio”, que são tóxicas para o cérebro e outras células do corpo. É por isso que você tem uma ressaca depois de beber grandes quantidades de álcool.

Os ingredientes ativos da planta da maconha, chamados de fotocanabinóides, afetam receptores específicos do corpo. Aliás, o corpo produz seu próprio estoque de canabinóides, os endocanabinóides, e tem um sistema endocababinóide que regula a atividade desses canabinóides no corpo.

Há dois tipos de receptores no sistema endocanabinóide, os CB1 e os CB2. Receptores CB1 ficam localizados primariamente no cérebro e sistema nervoso, enquanto receptores CB2 ficam localizados primariamente no sistema imunológico.

O fato de que esses receptores localizam-se em todas as partes do corpo é parte do motivo pelo qual a maconha tem sido útil para tantas condições médicas diferentes.

Especificamente no caso de convulsões, há pesquisas preliminares que mostram que o cababinóide canabidiol (CBD) aumenta os requerimentos necessários para o cérebro entrar em atividade convulsiva, dificultando as convulsões e dando aos pais de muitas crianças esperança para lidar com distúrbios convulsivos sem tratamento. Também há pesquisas preliminares que mostram que outros canabinóides na planta acabam por proteger as células cerebrais do dano associado à doença de Alzheimer. No entanto, muito mais pesquisas precisam ser feitas para fazermos declarações definitivas sobre os benefícios médicos.

As evidências, até agora, indicam que a maconha faz mais bem do que mal quando estamos falando do cérebro adulto.

Notas de rodapé [1]Does Marijuana Kill Brain Cells?

Por que os relacionamentos poligâmicos têm se tornado cada vez mais comuns? Com isso, poderíamos dizer que as relações afetivas monogâmicas tendem a entrar em extinção?

Há vários motivos que podem estar influenciando no número de relacionamentos poligâmicos. Vou tentar começar pelos mais óbvios e depois tentar filosofar um pouco sobre o assunto.

1) O mundo nunca foi tão perfeitamente monogâmico, mas exceções e escapatórias eram sempre jogadas debaixo do tapete.

É muito comum você ver pessoas acima dos 40 anos lembrando com nostalgia dos tempos em que casais chegavam virgens ao matrimônio, tendo conhecido somente uma ou outra pessoa do mesmo sexo, e namorado por meses apenas com bitocas, buquês de rosas e passeios no parque. Infelizmente — ou felizmente, dependendo da forma como você encara isso — esse imaginário é mais constante nos filmes do que na realidade.

A verdade é que a maior parte dos homens no séc. XX traiam, muitos deles tinham amantes e segundas famílias, vários e vários tiveram filhos fora do casamento e conversavam abertamente com os amigos em mesas de bar sobre suas escapatórias. Era algo socialmente presente e reconhecido por todos, mas sumariamente escondido dos contos de fadas dos sobrenomes e famílias para a posteridade.

Isso sem nem tocarmos nos estupros…

2) O advento do divórcio mudou a forma como as pessoas encaram os relacionamentos.

Muitas pessoas hoje reconhecem que o mais provável de acontecer durante a vida adulta é que o primeiro casamento não acabe durando para sempre. À primeira vista, isso pode parecer triste, mas acaba sendo simplesmente um fato da vida humana. Não fomos feitos para ficar com uma pessoa só como outros animais, e isso atrapalha nossa visão ideal do matrimônio.

A verdade é que os casais de velhinhos que ficam juntos a vida inteira, como muitos de nossos avós, ficaram juntos porque viam o divórcio como vergonha, ou fracasso na vida, e por isso aguentavam muito mais coisas do que o que precisamos aguentar agora: traições, agressões físicas e psicológicas, e uma obrigação de salvar o casamento.

Hoje, se a pessoa está destruindo sua autoestima, chegando bêbada para te bater tarde da noite ou pulando a cerca todos os dias depois do trabalho com a secretária, você pode se divorciar e tentar ser feliz com alguém mais decente. Antigamente, era um “Ah, ele é assim mesmo, mas pelo menos ele provê para a família e sempre volta para dormir comigo.” Deeeeeus me livre.

3) A maior aceitação da própria sexualidade está em franca ascensão em todos os cantos do Ocidente.

Depois que eu me descobri gay, comecei a me perguntar: por que tantas pessoas têm dificuldades para entender que minha homossexualidade não foi uma escolha? Que eu não decidi, em algum ponto da adolescência, que só gostava de homens e do corpo de homens? Parece óbvio: da mesma forma que homens e mulheres heterossexuais desenvolviam seus primeiros desejos sexuais, brincavam de “Verdade ou consequência” e arrumavam seus primeiros namoricos e perdas de virgindade, eu também estava passando por TODAS as mesmas coisas, sentindo todas as mesmas sensações, só que o que acordava isso em mim eram outros homens, e não mulheres.

Daí, mais velho, acabei tendo uma teoria própria: talvez, tanta gente acredita que sexualidade é uma escolha porque de fato estão escolhendo. Sempre partimos do pressuposto de que a grande maioria das pessoas são heterossexuais e que os LGBTs são somente uns 10% da população. Hoje, creio que seja o caso de uns 15% serem realmente heterossexuais, 15% serem exclusivamente gays, e os outros 70% terem algum grau de bissexualidade.

Quem não tem muito contato com esse debate tende a crer que o bissexual é um ser extremamente promíscuo, que atira para todos os lados indiscriminadamente. Na realidade, tem aqueles que se apaixonam apenas por mulheres a vida inteira e só gostam de UM homem, ou o contrário, ou até o clássico meio a meio. Mas isso não significa que o bissexual esteja sempre traindo ou indo pra todo lado.

Então, pensando dessa forma, de fato para muitas pessoas ser heterossexual está sendo uma escolha, algo pensado e decidido, porque pra elas isso realmente é o que estão fazendo. E, assim, têm dificuldades para entender o gay. Alguns bissexuais mais safadinhos também têm dificuldades para entender a vontade do hetero, porque ele também acaba achando que, com cerveja o suficiente, todo mundo pega de tudo.

Considerando que eu esteja certo, faria sentido imaginar que muitas pessoas são bissexuais, e eventualmente podem apaixonar-se por duas pessoas, sendo elas do mesmo sexo ou não. E se isso ocorre em comum acordo entre mais de duas pessoas, elas podem tranquilamente entrar em um relacionamento exclusivo de forma mútua. Não estarão sendo nem um pouco mais promíscuas do que um casal clássico.

4) O casamento como instituição perdeu força, já que alicerça-se em religiões exclusivas

É um pouco de novidade para o Brasil, mas para outras sociedades mais diversas religiosamente, esse debate já acontece há bastante tempo. O fato é que as pessoas pensam diferente e acreditam diferente. Mesmo dentro de uma mesma denominação cristã, a relação de uma pessoa com seu deus é diferente da de outra. No caso da sociedade, especialmente hoje, não podemos forçar outras pessoas a acreditarem na nossa religião.

Sendo assim, as pessoas não sentem-se mais obrigadas e seguir uma questão bíblica simplesmente por conta da sociedade, e tendem a pensar por si mesmas. Talvez não seja tão necessário assim casar-se com apenas uma pessoa. Talvez não seja obrigatório que se passe a vida e divida as contas com somente outro. Ainda mais hoje em dia, que moradia anda tão cara e falta tempo para os afazeres domésticos (com todo mundo trabalhando), talvez até faça mais sentido você ter mesmo mais de um parceiro.

Eu, pessoalmente, sou monogâmico e não conseguiria nem mesmo estar em um relacionamento aberto da forma que penso hoje. Não descarto para o resto da vida, pois sabemos o tanto que pode acontecer em pouco tempo, mas hoje não é pra mim.

Ainda assim, consigo me colocar um pouco no lugar dos outros e entender que existem alternativas, e nenhuma delas vai ser necessariamente negativa. Assim como muitos casais gays hoje adotam crianças abandonadas, um trio de mães também poderia ser muito melhor do que um casal evangélico de bem na educação da criança. Até porque o que fazem na cama não interfere na criação.

O que precisamos parar de fazer é pular direto para a conclusão de que uma pessoa poligâmica é promíscua, “surubeira” ou sem consideração com as pessoas pelas quais sente carinho. Até onde tive contato, muitas vezes quem é poligâmico tem mais tolerância e respeito pelos parceiros do que muitos monogâmicos por aí.

Por que existe mais câncer hoje em dia do que em décadas anteriores?

A resposta tem dois lados. Um dos motivos pelos quais achamos que o câncer está aumentando no mundo se dá pelo viés da confirmação. Esse fenômeno implica em acharmos que algo está mais frequente ou prevalente na sociedade quando começamos a ouvir com mais frequência sobre ele. Por exemplo, hoje se fala muito mais em homossexualidade e mais pessoas se assumem, por isso alguns acham que existem mais LGBT no mundo. Canais como a Band e a Record ficam reproduzindo assaltos e assassinatos brutais em seus noticiários, então algumas pessoas começaram a realmente acreditar que o Brasil ficou muito mais perigoso de uma hora para outra, e que não podem sair de casa.

No caso do câncer, o viés se dá por maior debate sobre os diferentes tipos de câncer e diagnósticos mais eficientes e frequentes. Provavelmente, as pessoas não tinham muito menos câncer do que hoje em dia, mas acabavam morrendo por “causas naturais” ou eram diagnosticadas apenas na autópsia. Pesquisas e novas descobertas são feitas o tempo todo, e o câncer entrou na discussão corriqueira dos seres humanos. Isso gera um certo medo, aliado ao maior conhecimento sobre o tanto que a doença pode ser sorrateira. Pode nos dar a sensação de que estamos sendo cercados pela ameaça do tumor maligno.

Outra questão que entra numa possível causa de um aumento real da prevalência do câncer se dá pelo sedentarismo e pela alimentação. As pessoas não precisam ser tão ativas fisicamente hoje em dia, e muita gente acaba ficando negligente com a própria saúde. Vários comportamentos diferentes podem contribuir para o surgimento do câncer, como alguns que conhecemos muito bem: tabagismo, HPV, tomar Sol sem protetor. Mesmo assim, as pessoas acabam se expondo a esses riscos. Comidas processadas e o fato de que estamos praticamente cobertos de plástico também não são coisas que ajudam.

Aliando o viés de confirmação à maior exposição às informações associadas aos tumores, isso acaba trazendo a sensação (e a realidade) de que o câncer está mais presente do que nunca na nossa sociedade. O lado bom disso tudo é que, quanto mais conversamos sobre um problema, mais perto chegamos de solucioná-lo. Ignorar não resolve.

Por que as terapias de conversão gay continuam atraindo jovens nos EUA, e como isso continua acontecendo no Brasil, se é proibído?

Infelizmente, os pais de muitos jovens LGBT são atraídos pelos discursos dos centros de cura gay nos EUA com a esperança de “reverter” a homossexualidade ou bissexualidade de seus filhos. É prometida uma terapia segura, comprovada e saudável, quando na verdade, depois que os filhos são deixados nesses acampamentos, ouve-se muitas histórias de abusos, punições físicas e privações de sono e alimentação.

Raramente o processo funciona. Muitas vezes, as crianças voltam mais traumatizadas e dizem ter sido curadas por medo de serem mandadas de volta, fingindo ser heterossexuais até que tenham liberdade para sair de casa e manter-se sozinhas. Algumas realmente passam a acreditar na terapia, vivendo uma vida de castidade e ódio a si mesmas, até que desistam dessa narrativa ou, no pior dos casos, cometam suicídio ou abusem de drogas.

Felizmente, cada vez mais estados nos EUA estão criminalizando estes acampamentos, e assim crianças acabam sendo salvas dessa tortura. Infelizmente, em muitos casos, crianças acabam sendo expulsas de casa por serem LGBT.

No caso do Brasil, algumas igrejas evangélicas usam outros discursos para abduzir esses jovens e praticarem a tal da “cura gay”, dizendo que estão fazendo outra coisa. Volta e meia são pegos, e as crianças liberadas. Felizmente, a situação também melhora aos poucos.

Por que tanta gente odeia o Bolsonaro e seus seguidores?

Bolsonaro é um político que gosta de agradar uma maioria, só que a maioria dele é só a que ele inventou. Tem um segmento do país que gosta muito dele: pessoas que querem ter mais liberdade para portar armas (e as empresas que as fabricam), pessoas que não concordam que o país seja laico, mas cristão (e que as outras religiões não tenham direitos garantidos), que homossexuais e transexuais não tenham os mesmos direitos que as outras pessoas (porque na cabeça dele são doentes que não contribuem para o país), e que negros pobres estão nessa situação porque são incompetentes (e não porque a sociedade os empurrou para isso após o fim da escravidão). Ele considera que as mulheres devam ficar em casa e caladas quando sofrerem abusos e agressões. Além disso tudo, ele considera que todos os nordestinos são pessoas vagabundas que só dependem de assistencialismo e não produzem para o país.

Bolsonaro chama governadores do Nordeste de ”Paraíba”; gestores reagem

A questão é que os LGBT, os negros, os pobres, os nordestinos, as mulheres e as pessoas de religiões minoritárias são, sim, minorias, mas somadas elas se tornam uma maioria. Lembremos que Bolsonaro venceu as eleições no segundo turno com 55,13% dos votos válidos. Do total de votos, 21,3% não compareceu às urnas e 9,57% dos votos foram nulos ou brancos, ou seja, quando ele venceu, apenas 38,11% dos brasileiros votaram nele. Os outros 61,89% não o queriam como presidente ou não eram necessariamente apoiadores.

Após 7 meses, Damares não gastou um centavo com Casa da Mulher Brasileira | Exame

Existem pessoas que não querem que a Amazônia seja desmatada desenfreadamente, sem regulamentos ou Reservas Florestais. Os índios, que também são brasileiros, com RG e CPF, também são eleitores e estão sendo ativamente caçados e mortos por apoiadores de Bolsonaro. O presidente deu as costas para eles, então obviamente os índios têm todo direito de odiá-lo.

Com Bolsonaro, fazendas foram certificadas de maneira irregular em terras indígenas na Amazônia

Existem pessoas que não querem ser agredidas fisicamente por se relacionarem com pessoas do mesmo sexo, e essas pessoas também querem que se tornem leis os direitos à adoção e ao casamento, bem como a proibição da LGBTfobia para que esses ataques acabem. Todas essas coisas foram garantidas, mas ainda não são leis. Bolsonaro incentiva pessoas que vão contra os direitos desse grupo e virou as costas para eles, então obviamente os gays, lésbicas e transexuais têm todo direito de odiá-lo.

“Ter filho gay é falta de porrada”, diz Bolsonaro

Existem pessoas que buscam a igualdade entre diferentes etnias e religiões, e para isso há a lei contra a intolerância religiosa e as cotas universitárias para negros e estudantes das escolas públicas. Essas pessoas querem as mesmas chances de sucesso do que os ricos, que têm acesso às escolas particulares e estão tendo aulas online agora para assistir no computador enquanto filhos de faxineiras ficam sozinhos em casa com apenas um celular para estudar. Bolsonaro não concorda com cotas e acha que essas crianças devem ficar na classe social onde estão, portanto os pobres têm todo direito de odiá-lo.

Bolsonaro promete reduzir cotas para universidades e concursos

Se eu continuar dando exemplos aqui, vai ficar grande. Acho que quem quiser entender, já pegou a dica.

Por que tanta gente odeia Bolsonaro? Porque ele virou as costas para a maioria dos brasileiros, achando que todos seriam minorias isoladas, e se tornou um presidente para apenas aqueles que concordam com ele. Porque ele espalha notícias falsas e agride diversos grupos de brasileiros sem consequências. Porque ele está desrespeitando os outros poderes políticos e sendo oligárquico com seus filhos e com a aparelhagem do Rio de Janeiro.

Bolsonaro diz que menção à interferência na PF é sobre segurança familiar

Além de tudo isso, também fica difícil não odiar o Bolsonaro quando você tem um familiar que morreu de Covid-19 enquanto ele fica repetindo “cloroquina” e saindo por aí sem máscara. Por enquanto, isso não é o caso de todo mundo, mas pela tendência da doença, logo seremos todos um desses brasileiros. Muitos policiais já deixaram de apoiá-lo porque correm muito risco na profissão e já perderam colegas para a doença. Dessa forma, até dentro dos poucos grupos que restam ao presidente como apoiadores, alguns já começam a ficar bambos.

Então fica aí. Sem nem falarmos de esquerda ou do PT, sem nem precisar ser alguém intitulado esquerdista, se focarmos APENAS nas grandes contribuições de Jair Messias Bolsonaro, sobram motivos para não gostar dele.

Qual é a melhor maneira de deixar de fumar?

Leia minha resposta original no Quora.

Tem várias formas, e cada uma funciona mais ou menos dependendo da personalidade da pessoa e do seu relacionamento com a droga.

No meu caso, continuo fumando hoje em dia, mas já parei por cerca de dois meses em duas ocasiões, tendo voltado por ter tido que enfrentar situações muito estressantes.

Não funciona para mim parar gradualmente. Eu posso até tentar no início reduzir o número de cigarros que fumo por dia, mas com o tempo a frequência vai voltando à que eu me habituei, e fins de semana/saídas para os bares também fazem muita diferença no tanto que eu fumo.

Nunca comprei os tais adesivos de nicotina, mas acredito que ajudam bastante gente. Tenho curiosidade em experimentar na próxima vez que for tentar parar.

Um ex-namorado conseguiu parar chupando balas todas as vezes que sentia vontade de fumar cigarro. Ele comprava uma sacola enorme de balas todos os dias pra ficar chupando, porque em algum tempo ali na primeira semana de abstinência, a vontade fica vindo com cada vez mais força e frequência. As primeiras duas semanas sem cigarro são um inferno. Depois, vai melhorando aos poucos.

Conseguindo passar das duas primeiras semanas, os benefícios começam a se mostrar — você volta a sentir melhor os cheiros, consegue respirar mais fundo e sente um ganho aeróbico bacana. A disposição começa a voltar. Com um mês, seu temperamento também começa a voltar ao normal, já que seu cérebro começa a se reorganizar para não esperar mais pela nicotina.

Minha sugestão é parar de uma vez. É dificílimo, mas é como naquela expressão, melhor puxar o band-aid de uma vez do que aos poucos. Mas estão aqui as opções para caso você queira tentar coisas diferentes:

  • Adesivo/chiclete de nicotina
  • Parada gradual (definir número de cigarros por dia e ir reduzindo, ou como meu bisavô fez, jogar fora um número crescente de cigarros a cada maço comprado)
  • Parar de uma vez
  • Buscar o Narcóticos Anônimos/arrumar um parceiro para acompanhar a tentativa

Boa sorte!

Se uma formiga é transportada de sua colônia para outra da mesma espécie em outro lugar, ela será vista como inimiga ou integrada à colônia?

Leia minha resposta original no Quora.

As formigas dependem muito de odores e feromônios, então uma formiga com um cheiro diferente será vista como um inimigo invasor.

Mesmo formigas da mesma espécie podem ter odores diferentes. Apesar disso, há as chamadas megacolônias, com várias rainhas diferentes e que convivem em sociedade. Também há algumas formigas com os mesmos odores, mas outros traços distintivos — como os feromônios — faz com que elas se ataquem.

Uma formiga solitária provavelmente andará por aí até morrer, incapaz de reencontrar seu lar. Um grupo de formigas transportado para outra colônia causará o início de uma grande guerra. Se você tiver uma pitada de sadismo científico, pode fazer esse teste!