De onde surgiu o clichê das pessoas que usam magia em filmes e histórias sangrarem pelo nariz?

Leia minha resposta original no Quora.

É amplamente documentado o sangramento do nariz quando o corpo humano está sob pressão física extrema, como ao levantar peso. Isso acontece graças ao aumento rápido da pressão sanguínea, que estoura alguns pequenos capilares.

(Assista a partir do 9:10)

Também não é incomum que esses atletas (pense em um peso de mais de 180 kg) percam o controle da bexiga ou do reto enquanto exercem o esforço.

Então, esse é um caso em que uma deixa visual simples de ser executada para o esforço intenso seja uma espécie de exagero da realidade que se aplica bem na ficção. Afinal, se supormos que os poderes psíquicos envolvem um imenso esforço mental, provavelmente precisariam de mais irrigação sanguínea e pressão no cérebro, o que acarretaria em um sangramento no nariz.

Americanos realmente bebem cerveja quente como fica parecendo em alguns seriados?

Leia minha resposta original no Quora.

Não, os americanos também gostam de tomar a cerveja gelada, como os brasileiros. Quem toma cerveja na temperatura ambiente, muitas vezes, são alguns europeus, como os alemães. Em muitos casos, a cerveja continua gostosa mesmo na temperatura ambiente, e em outros casos, ela já fica gelada com a própria temperatura do ar, já que os europeus tendem a beber mais na rua (como os brasileiros), ao passo que americanos costumam ter que ir para lugares fechados para beber na maior parte dos estados.

Os seriados e filmes provavelmente mostram a cerveja parecendo quente para facilitar uma cena. Fica subentendido que a cerveja esteja gelada, ou que estivesse em um cooler ou freezer antes. Não se preocupam em fazer as garrafas parecerem “suadas” antes das cenas.

Pergunte a qualquer americano, e ele também achará estranho, provavelmente na próxima vez vai reparar, e aí, como eu e você, nunca mais vai conseguir deixar de perceber isso quando tiver alguma cena com cerveja! 😛

Mais uma Inteligência Artificial recebe residência, dessa vez no Japão!

Pinóquio digital

Tóquio, no Japão, tornou-se a primeira cidade a oficialmente conceder residência a uma inteligência artificial (IA). O nome dessa inteligência é Shibuya Mirai e ele existe como um chatbot no popular aplicativo de mensagens instantâneas Line. Mirai, que significa “futuro” em japonês, junta-se à Sophia, da Hanson Robotics, como IAs pioneiras em receber um status que antes era somente reservado a entidades biológicas vivas. O Reino da Arábia Saudita concedeu cidadania a Sophia no mês passado.

A Guarda de Shibuya de Tóquio emitiu um comunicado através da Microsoft dizendo: “Seus hobbies são tirar fotos e observar as pessoas. E ele ama conversar com as pessoas… Por favor, falem com ele sobre qualquer coisa.” O objetivo de Mirai é familiarizar alguns dos 224.000 cidadãos do distrito com o governo local e dar a eles um caminho para compartilhar opiniões com os oficiais.

Mirai foi programado para ser um garoto de sete anos. Ele pode conversar por texto com os usuários e até “criar alterações leves e divertidas nas selfies que recebe,” de acordo com a Agence France Presse.

Fonte: Cidade de Shibuya

Inteligência Artificial e os direitos dos robôs

Essa tendência de reconhecer entidades artificialmente inteligentes como cidadãos, residentes ou distinções similares leva ao maior interesse pelo debate de quais direitos deveriam ser concedidos a entidades sintéticas, ou até se deveriam ter algum. Os desenvolvimentos na IA estão progredindo rapidamente, embora muitas discussões populares sobre os direitos dos robôs permaneçam abstratas.

E embora estejamos provavelmente longe de ter inteligências artificiais que possuam uma consciência comparável ao nível humano, as estruturas legais e éticas devem estar estabelecidas antes que esse nível de sofisticação seja possível.

Escritores de ficção científica lidam com essa questão difícil há décadas. Filmes como a ótica de Chris Columbus em O Homem Bicentenário de Isaac Asimov e IA: Inteligência Artificial de Steven Spielberg exploraram a ideia de garantir distinções humanas a seres artificiais. A série de televisão Westworld encara de frente o amplo espectro de direitos robôs de forma visceral e intensa, incluindo tópicos como violência, assassinato e abuso sexual em seres artificialmente inteligentes.

Cena de Westworld. Fonte: Cidadão Cultura

No mundo real, a Estônia parece ser a pioneira nas discussões dessa área. Em uma mistura entre alta tecnologia e mitologia, a Estônia propõe que qualquer discussão dos direitos robôs deva começar com um teste inspirado por Kratts, um objeto inanimado trazido à vida através da mágica para fazer coisas pelo seu dono. A proposta Lei de Kratts permitirá que a legislação determine o nível de sofisticação de uma IA, o que, por sua vez, ajudará a determinar quais proteções ou obrigações legais devem ser delegadas à IA.

Sophia, cidadã da Arábia Saudita. Fonte: YouTube still

Marten Kaevats, conselheiro digital nacional do governo da Estônia, dá sua opinião: “Tudo começou com a força-tarefa para lidar com carros autônomos. Logo percebemos que essas questões de integridade, responsabilidades e riscos não eram específicas aos carros autônomos; eram questões gerais ligadas à IA.”

Evidencia-se, portanto, que ao redor do mundo o crescimento acelerado da tecnologia está levando legisladores a lidar com questões realmente fantásticas. É de suma importância resolver essas questões com seriedade para que estejamos preparados para o futuro, já que muitas ideias deixadas para a ficção científica estão rapidamente entrando na realidade.

Traduzido por Cláudio Ribeiro do site Futurism.