Armas nucleares têm data de validade?

Leia minha resposta original no Quora.

Sim, e bem curta.

Fabricar uma bomba nuclear é bem difícil, na verdade. Foram necessários os melhores cientistas e alguns anos para tomar conta de cada passo. E cada passo abre uma possibilidade das bombas expirarem.

Vamos dar uma olhada em um por um.

A maior parte das armas nucleares atuais são feitas com Plutônio-239, porque é mais barato que Urânio-235. Elas também precisam de uma “fagulha” — um emissor de nêutrons. É necessário que estejam na forma pura, sem poluentes que possam inibir uma reação nuclear absorvendo os nêutrons ou algo assim. Se os materiais se degradarem, a bomba pode falhar ao invés de explodir.

Os designs das bombas nucleares atuais são altamente confidenciais, mas as primeiras gerações funcionavam como dispositivos de implosão que comprimiam Plutônio-239 de forma uniforme (o que é extremamente difícil de conseguir), usando explosivos programados minuciosamente. Explosivos químicos expiram com o tempo, perdendo algumas de suas propriedades originais, o que torna mais fácil que, no evento de uma detonação, a implosão não seja uniforme, e isso faria com que o plutônio vazasse como um jato quente de um veneno daqueles ao invés de começar uma reação em cadeia de fissão.

Os eletrônicos que desencadeiam a detonação também estão sujeitos à degradação.

Ao ser feita a inspeção de bombas nucleares no arsenal dos EUA com umas duas décadas de idade, constatou-se que a maior parte estava tão degradada que provavelmente não funcionaria. Tenho certeza que a URSS não estava tão melhor.

Se você ignorar o potencial de erradicar a vida humana, ou ao menos causar bastante sofrimento, as armas nucleares são uma tecnologia fascinante. Mesmo as primeiras a serem produzidas ainda poderiam ser consideradas maravilhas da ciência e da engenharia por qualquer um que já viu um esquema delas. São sistemas precisos, engendrados quase até a perfeição, e mesmo isso serve para garantir a fissão de ao menos uma pequenina parte de seu combustível nuclear em uma detonação. Qualquer coisa a menos do que dessa perfeição, e ela falha.

Chernobil destinada a se tornar unidade de produção de energia solar

Resumo:

A firma ucraniana Rodina Energy Group e o grupo de energia limpa alemão Enerparc AG estão conduzindo o desenvolvimento de uma nova unidade de produção de energia solar que será construída nas áreas abandonadas de Chernobil. A construção da estrutura que produzirá 1 megawatt começará em dezembro.

Uma Chernobil melhor

Em 1986, um reator nuclear com defeito liberou energia radioativa o suficiente para evacuar centenas de pessoas da cidade de Chernobil. O local do reator nuclear e a área em volta estão abandonados desde então, mas há planos de torná-los em uma unidade de produção de energia solar. No futuro, Chernobil pode ser conhecida por fornecer energia solar ao invés de radiação.

Como relatado pela Bloomberg, a firma ucraniana de engenharia Rodina Energy Group Ltd. e a empresa de energia limpa alemã Enerparc AG anunciaram um projeto conjunto que construirá uma geradora de 1 megawatt na cidade abandonada. Espera-se que a construção da “fazenda” solar custe US$ 1,2 milhão (R$ 3,9 milhões), a iniciar-se agora em dezembro.

“Pouco a pouco, queremos otimizar a zona de Cherbobil,” Evgeny Variagin, chefe-executivo da Rodina, disse à Bloomberg. “Não deveria ser um buraco negro no meio da Ucrânia. Nosso projeto fica a 100 metros do reator.”

Chernobil hoje. Fonte: Newsday

Da radiação à energia solar

O projeto da “fazenda” solar de Chernobil é o mais recente passo dos planos de ambas as empresas — assim como do governo ucraniano — de usar o local abandonado para a produção energética sustentável, o que inclui planos de desenvolver mais 99 megawatts de capacidade solar de produção. As empresas firmaram um contrato em 2016 que irá requerer que o governo ucraniano pague 15 centavos de euro (R$ 0,58) por kilowatt-hora de eletricidade gerada a partir da região até 2030, um preço que a Bloomberg estima ser quase 40% mais alto que o preço padrão de energia solar na Europa.

Na mudança em andamento para a energia limpa, a decisão da Ucrânia de utilizar os 2600 km² que Chernobil tem a ofercer é inteligente, embora não menos ambiciosa que os esforços de outros países como a China, País de Gales e o Reino Unido. Vai dar muito mais trabalho para deixar de usar combustíveis fósseis completamente, mas se os desenvolvimentos como o acima são indicativo de algo, é só questão de tempo até que a maior parte da nossa energia seja renovável.

Traduzido do site Futurism.

Rússia finalmente admite nuvem de radiação sobre a Europa

Resumo:

Depois de meses negando, a Rússia confirmou a detecção de níveis mais altos que o normal de um isótopo radioativo sobre a maior parte da Europa em setembro de 2017. Essa confirmação vem depois do relatório do Instituto Nacional Francês de Proteção da Radiação e Segurança Nuclear (IRNS) sobre o incidente, publicado no início de novembro.

Foi confirmado

Em setembro de 2017, várias agências de monitoramento detectaram uma quantidade incomum de radiação sobre a maior parte da Europa. Vários países europeus sugeriram que a fonte dessa nuvem de radiação poderia ser a Rússia. Enquanto isso, autoridades russas negaram até mesmo a detecção da nuvem — até agora.

Em 21 de novembro, a agência de serviços meteorológicos russa corroborou os achados do Instituto Nacional Francês de Proteção da Radiação e Segurança Nuclear (IRNS), uma das primeiras agências de monitoramento a perceber os níveis elevados de rutênio-106, o isótopo radioativo do raro metal pesado rutênio.

Dia 9 de novembro, o IRNS disse que havia detectado rutênio-106 sobre a França de 27 de setembro a 13 de outubro em níveis de poucos milliBecquerels por metro cúbico de ar. As medidas apontaram para uma fonte em potencial da nuvem de radiação, algum lugar entre o Volga e os Urais, um rio russo e uma cadeia de montanhas, respectivamente.

Fonte: IRSN

A Roshydromet confirmou “contaminação extremamente alta,” detectando níveis de rutênio-106 1.000 vezes maiores do que em amostras comuns examinadas por duas estações meteorológicas na região sul das montanhas Urais. Isso é consistente com os achados franceses.

No entanto, Maxim Yakovenko, diretor da Roshydromet, disse que o país não era o responsável pela nuvem de radiação. “Os dados publicados não são suficientes para estabelecer a fonte da poluição,” comentou ele em um comunicado, de acordo com o The New York Times.

Enquanto isso, a Rosatom, corporação estatal responsável pela indústria nuclear da Rússia, disse que a radiação não veio de nenhuma de suas instalações, relata o Associated Press.

Motivo para se preocupar?

Então, os europeus deveriam estar preocupados que níveis mais altos do que o normal de isótopos radioativos têm flutuado pelo continente?

De acordo com o IRNS, a resposta é “Não.” Em seu relatório, apontam que os níveis de rutênio-106 detectado na Europa “não oferecem consequências à saúde humana e ao meio-ambiente.” Desde 13 de outubro, não detectaram mais traços do isótopo sobre a França.

Malcolm Sperrin, diretor do departamento de Física Médica e Engenharia Clínica dos hospitais da Universidade de Oxford, disse em um comentário compartilhado pelo Science Media Centre que é importante contextualizar a situação.

“O rutênio é muito raro, o que sugere que sua presença foi causada por um evento de algum tipo. Dito isto, a abundância natural é tão baixa que até mesmo um fator de 900 acima de níveis naturais ainda é muito pouco,” disse ele.

O professor de física nuclear Paddy Regan, da Universidade de Surrey, compartilha do otimismo em seu próprio comentário ao Science Media Centre.

“Os níveis não são particularmente altos, e o fato de que o decaimento […] do isótopo parece ter sido medido isoladamente ao invés de junto ao coquetel padrão de assinaturas de outros fragmentos de fissão sugere um vazamento de uma planta de combustível/reprocessamento ou em algum lugar onde estejam separando [o rutênio], possivelmente para materiais médicos de radiofarmacêuticos/diagnósticos,” diz ele.

Se algo é motivo para preocupação, pode ser a hesitação das autoridades russas em confirmar e compartilhar informações sobre a radiação. O país manteve os detalhes do terceiro pior acidente nuclear do mundo, o desastre de Kyshtym, em segredo por quase duas décadas, e tal sigilo de quaisquer futuros incidentes nucleares podem prejudicar os esforços em proteger uma população de um risco em potencial.

Traduzido do site Futurism.

Bombas nucleares que explodiram desde 1945

tsar

Se você, como eu, achava que só umas cinco ou seis bombas nucleares haviam explodido no mundo, e que se fossem muito mais o mundo ia acabar cheio de radiação e entrar em colapso, esse vídeo vai te deixar chocado(a) da mesma forma que eu fiquei. É um time-lapse que começa em 1945 e vai até os dias de hoje mostrando quantas bombas nucleares explodiram ao redor do mundo, sendo as bombas separadas por nação. É incrível ver os momentos da guerra fria em que cada ano poderia ter 3, 4 testes inclusive nos próprios territórios de alguns países. Incrível também é descobrir essa informação sobre a Tsar Bomba (da URSS), a maior bomba de hidrogênio já criada pela humanidade. A monstra tinha a capacidade de destruição de até 1570 vezes mais do que as bombas de Hiroshima e Nagasaki JUNTAS. Consegue imaginar?

Sem mais delongas, surpreendam-se com o vídeo: