Home office e o fim das bobinas: como relógios de ponto e a gestão de horas estão mudando no Brasil

Congelados no tempo

Durante muito tempo, o Brasil ficou atrasado quanto aos registros de pontos em empresas por questões burocráticas. A portaria 1.510 do Ministério do Trabalho e Emprego exigia que os relógios usados em território nacional fossem homologados pelo INMETRO e imprimissem o conhecido comprovante de papel nas entradas e saídas dos funcionários. Enquanto isso, o restante do mundo se modernizava, passando os comprovantes para a web, criando relógios mais eficientes e aprimorando as tecnologias de reconhecimento biométrico e facial.

Felizmente, em 2011 o primeiro passo foi dado para que saíssemos dessa realidade e voltássemos a acompanhar o desenvolvimento no exterior. Uma nova portaria do MTE, a 373, passou a regulamentar o uso de sistemas alternativos nas empresas, abrindo as portas para novas formas de comprovar, tratar e registrar os pontos. Passaram a surgir as primeiras companhias de ponto digital. Ainda havia um percalço, no entanto: a portaria ainda precisava que os sindicatos se posicionassem sobre seu uso, e em muitos casos ainda não havia aceitação, ou por desconfiança, ou por desconhecimento. Com o tempo, os sindicatos foram criando regras para a aceitação dos pontos alternativos e os acordos coletivos foram ficando cada vez menos necessários. A aceitação do ponto digital é praticamente universal entre as variedades de trabalho em 2020, e as empresas digitalizadas vieram para ficar.

O melhor de dois mundos

Mas será que toda nova tecnologia deve ser abraçada de primeiro momento, sem análise e sem tirar lições da “moda antiga”? Nem sempre, e quando o assunto é segurança, cada novo passo deve ser dado com precaução.

Uma empresa emergente desse mercado, a Evartel, enxergou na área a possibilidade de unir o conceito antigo do relógio de ponto com as facilidades da nova realidade na nuvem. Bom, como assim?

O primeiro ponto é o desperdício: bobinas de papel e comprovantes. Todos os pontos batidos em relógios de ponto eletrônicos emitiam um comprovante de papel térmico do horário registrado. Esse papel, na esmagadora maioria das vezes, era (e é) jogado fora imediatamente. A justificativa para o comprovante obrigatório era proteger o funcionário, que poderia contestar alterações da gestão em suas horas trabalhadas se guardasse o papel como evidência. No entanto, sabemos que pouquíssimas pessoas têm o hábito de guardá-los. O que acaba acontecendo é que milhares, se não milhões de empresas no país têm gastos recorrentes com papéis repletos de componentes químicos que são quase inteiramente desperdiçados. Em uma realidade em que o Meio Ambiente toma nova relevância no Brasil, essa situação é insustentável.

Visando acabar com este cenário, a Evartel enxergou na portaria 373 a possibilidade de mostrar os comprovantes dos funcionários em seus próprios celulares. Assim, eles sempre têm suas horas originais (e alterações) registradas na palma da mão, bem como os gestores, e tudo sem desperdiçar uma única árvore. Um problema resolvido.

O segundo ponto é a segurança: sim, já temos celulares que leem digitais e alguns têm um reconhecimento facial muito bom. Essas tecnologias, no entanto, não estão em todos os aparelhos e não estão perfeitas ainda. Algo a se lembrar é como o reconhecimento facial do Android já pôde ser burlado apenas com fotos, e alguns lançamentos de celular em que ele mal funcionava e terceiros conseguiam desbloquear a tela. Celulares com leitor biométrico com botões muito pequenos também leem apenas uma fração das digitais, o que pode levar a falsos positivos. Então, será que é prudente usar uma solução completamente digital? O que fazer com o funcionário que não tem como trocar de celular só para bater ponto?

A resposta da Evartel para essa questão foi procurar os melhores relógios e controladores de acesso do mercado para garantir a segurança das informações na hora do reconhecimento do funcionário. Se os colaboradores trabalham em um escritório, fábrica ou qualquer outro lugar em que se reúnem, um bom relógio de ponto continua sendo a maneira mais confiável de fazer registros.

E como resolver o ponto remoto? Deixando de insistir em fotos comprovatórias e lembrando da própria identificação do aparelho. Hoje há APIs especializadas em descobrir todas as informações de um dispositivo (celular, computador ou IoT), e ao ser feita uma solicitação de ponto remoto, elas vão acompanhadas da geolocalização do usuário. Assim, não tem como bater ponto da cama, e não tem como um colega registrar a entrada do funcionário sem que o sistema acuse que o mesmo aparelho foi usado.

O terceiro ponto importante para as mudanças no mercado de registro de ponto é a viabilidade. Colocar tudo na nuvem pode ficar custoso, e isso faz com que certas empresas precisem sempre pensar no armazenamento que cada funcionário exige. Esse valor é compartilhado com as empresas clientes, e daí surge o modelo de pagamento mais comum: mensalidades que crescem de acordo com o tamanho da empresa.

A Evartel enxergou que, apesar da nuvem ser o futuro da comunicação e estar se tornando cada vez mais robusta, nem sempre, e nem tudo, precisa ficar na nuvem, especialmente quando se trata de informações sigilosas de suas empresas clientes. Seus softwares, portanto, criam bancos de dados locais com as informações importantes das horas dos funcionários no ecossistema das empresas, e o aplicativo de consulta, além de fornecer transparência, age como um backup dessas informações caso algo dê errado. A Evartel conseguiu, assim, criar um aplicativo barato e descomplicado que elimina a necessidade de se cobrar mensalidades dos clientes, e oferecer todos os produtos como um pacote que se paga uma vez para nunca mais trazer preocupação. Saiba mais: Quais as vantagens de bater ponto com a Evartel.

Experiência, tradição e futuro

Será que as coisas vão continuar da forma que estão? Com certeza não. A cada dia a tecnologia parece se mover mais rápido, e quando pensamos em 10 anos atrás, podemos perceber o quanto as coisas mudaram dentro dessas duas décadas do séc. XXI. Evidentemente, o reconhecimento facial e biométrico de tablets, celulares e outros dispositivos IoT vão ficar cada vez melhores e cada vez mais baratos do que dispositivos especializados. O ponto vai se tornar algo que fazemos colocando a mão no bolso, e não em um leitor. Os modelos de trabalho continuam transformando-se, com o home office ganhando popularidade rapidamente e muitas empresas adotando uma carga de trabalho baseada em metas.

Quanto a isso, a Evartel está preparada. Com um aplicativo sempre em expansão de funcionalidades e uma boa comunicação com os outros elementos que compõem a gestão de pontos nas empresas, fica possível atender o tradicional enquanto se atende o moderno, introduzir o moderno a quem só conhece o tradicional, e aprender com os erros e acertos do velho mundo e do novo. Este, a Evartel constrói com consciência, inovação e produtividade.


Texto publicado originalmente na Revista Segurança Eletrônica.

Rússia finalmente admite nuvem de radiação sobre a Europa

Resumo:

Depois de meses negando, a Rússia confirmou a detecção de níveis mais altos que o normal de um isótopo radioativo sobre a maior parte da Europa em setembro de 2017. Essa confirmação vem depois do relatório do Instituto Nacional Francês de Proteção da Radiação e Segurança Nuclear (IRNS) sobre o incidente, publicado no início de novembro.

Foi confirmado

Em setembro de 2017, várias agências de monitoramento detectaram uma quantidade incomum de radiação sobre a maior parte da Europa. Vários países europeus sugeriram que a fonte dessa nuvem de radiação poderia ser a Rússia. Enquanto isso, autoridades russas negaram até mesmo a detecção da nuvem — até agora.

Em 21 de novembro, a agência de serviços meteorológicos russa corroborou os achados do Instituto Nacional Francês de Proteção da Radiação e Segurança Nuclear (IRNS), uma das primeiras agências de monitoramento a perceber os níveis elevados de rutênio-106, o isótopo radioativo do raro metal pesado rutênio.

Dia 9 de novembro, o IRNS disse que havia detectado rutênio-106 sobre a França de 27 de setembro a 13 de outubro em níveis de poucos milliBecquerels por metro cúbico de ar. As medidas apontaram para uma fonte em potencial da nuvem de radiação, algum lugar entre o Volga e os Urais, um rio russo e uma cadeia de montanhas, respectivamente.

Fonte: IRSN

A Roshydromet confirmou “contaminação extremamente alta,” detectando níveis de rutênio-106 1.000 vezes maiores do que em amostras comuns examinadas por duas estações meteorológicas na região sul das montanhas Urais. Isso é consistente com os achados franceses.

No entanto, Maxim Yakovenko, diretor da Roshydromet, disse que o país não era o responsável pela nuvem de radiação. “Os dados publicados não são suficientes para estabelecer a fonte da poluição,” comentou ele em um comunicado, de acordo com o The New York Times.

Enquanto isso, a Rosatom, corporação estatal responsável pela indústria nuclear da Rússia, disse que a radiação não veio de nenhuma de suas instalações, relata o Associated Press.

Motivo para se preocupar?

Então, os europeus deveriam estar preocupados que níveis mais altos do que o normal de isótopos radioativos têm flutuado pelo continente?

De acordo com o IRNS, a resposta é “Não.” Em seu relatório, apontam que os níveis de rutênio-106 detectado na Europa “não oferecem consequências à saúde humana e ao meio-ambiente.” Desde 13 de outubro, não detectaram mais traços do isótopo sobre a França.

Malcolm Sperrin, diretor do departamento de Física Médica e Engenharia Clínica dos hospitais da Universidade de Oxford, disse em um comentário compartilhado pelo Science Media Centre que é importante contextualizar a situação.

“O rutênio é muito raro, o que sugere que sua presença foi causada por um evento de algum tipo. Dito isto, a abundância natural é tão baixa que até mesmo um fator de 900 acima de níveis naturais ainda é muito pouco,” disse ele.

O professor de física nuclear Paddy Regan, da Universidade de Surrey, compartilha do otimismo em seu próprio comentário ao Science Media Centre.

“Os níveis não são particularmente altos, e o fato de que o decaimento […] do isótopo parece ter sido medido isoladamente ao invés de junto ao coquetel padrão de assinaturas de outros fragmentos de fissão sugere um vazamento de uma planta de combustível/reprocessamento ou em algum lugar onde estejam separando [o rutênio], possivelmente para materiais médicos de radiofarmacêuticos/diagnósticos,” diz ele.

Se algo é motivo para preocupação, pode ser a hesitação das autoridades russas em confirmar e compartilhar informações sobre a radiação. O país manteve os detalhes do terceiro pior acidente nuclear do mundo, o desastre de Kyshtym, em segredo por quase duas décadas, e tal sigilo de quaisquer futuros incidentes nucleares podem prejudicar os esforços em proteger uma população de um risco em potencial.

Traduzido do site Futurism.