Esse é um PITA no seu bolso?
Tenho um celular, um organizador de bolso, um pager, uma calculadora, uma câmera digital, um gravador de bolso, um tocador de música e, em algum lugar por aqui, eu costumava ter uma televisão a cores.
Em algum tempo, nos próximos anos, todos esses dispositivos se fundirão em um só. Será uma caixinha com menos de uma polegada e menor que um baralho (o tamanho será determinado pela conveniência ao segurar, e não pela tecnologia interna). A caixinha terá uma tela colorida de alta resolução, um microfone, uma entrada para fone de ouvido ou headset, uma lente de cãmera, conectividade wireless, funções de pager e telefone, uma televisão, receptor de rádio, um gravador digital e terá poder de processamento e memória suficientes para funcionar como um computador de mesa. Ele poderá ser conectado a um teclado e monitores. E sim, ele também terá funções de e-mail embutidas.
O mais importante é que ele terá reconhecimento de voz e síntese de voz. Ele te escutará e responderá em inglês ou qualquer idioma que você precisar, e sim, terá um tradutor também. Será um agente, indo por aí fazendo cibertarefas para você. Por exemplo: “Preciso de um restaurante japonês em Tulsa, perto do Hotel Ramada Inn. Agende uma reserva e arrume um transporte. Se não tiver japonês, tente um italiano.” Ou, “Envie uma mensagem de voz para Bob dizendo: ‘Bob, aceitamos sua oferta, mas precisaremos de um rascunho do acordo até dia 15. Me avise se tiver algum problema.'”
Chamo esse dispositivo de Personal Information Telecommunications Agent (Agente Pessoal de Informação e Telecomunicação), ou PITA, para abreviar. A sigla também pode significar Pain In The Ass (Encheção de Saco), o que também será, porque ter tanta conectividade destruirá o que sobrou da privacidade de todo mundo.
David Gerrold é um autor premiado que escrevia sobre computação, e atualizou seu site até 2014. Essas previsões foram publicadas em dezembro de 1999.