Coreia do Sul construirá cidade para eliminar os carros

Quando os cidadãos do Distrito Administrativo Internacional (IBD) em Songdo, Coreia do Sul vão trabalhar, pegar os filhos na escola ou fazer compras no supermercado, dirigir é opcional.

Isso porque o distrito de ₩ 38 bilhões (R$ 114 bilhões) — atualmente um projeto em construção do tamanho do centro de Boston — foi imaginado para eliminar a necessidade de carros.

Um projeto que começou em 2002, a área prioriza o trânsito em massa, como ônibus, metrôs e bicicletas, ao invés de tráfego de automóveis, de acordo com Stan Gale, presidente da Gale International, que fomentou o projeto do IBD.

Quando completado, em 2020, o distrito terá a área de 9,3 km².

Dê uma conferida no plano do IBD abaixo.

Na cidade de Songdo, Coreia do Sul, a Gale International está construindo o Distrito Administrativo Internacional (IBD) em uma região reapropriada ao longo do Mar Amarelo. Fonte: Consenti Associates

 

Desde o primeiro estágio de planejamento, os desenvolvedores tentaram fazer com que o distrito fosse sustentável. Uma das estratégias foi projetar a área para reduzir a necessidade de carros. Fonte: Gale International

 

O IBD possui um plano urbano de uso misto, o que significa que lojas, escritórios, parques, clínicas médicas e escolas ficam todos próximos das casas. A maior parte das construções não-residenciais ficam a uma caminhada de distância de todo o resto.

Apartamentos e prédios administrativos foram construídos a 12 minutos de paradas de ônibus ou pontos de metrô.

25 km de ciclofaixas passam pelo distrito, conectando-se a uma rede maior de 145 km da cidade de Songdo.

Medalhista de ouro Ai Ueda (direita) do Japão e Ma Claire Adorna, das Filipinas, pedalam durante o triatlo feminino no Parque Central de Songdo durante o 17º Jogos Asiáticos em Incheon. 25 de setembro, 2014. Fonte: Reuters

 

Cerca de 40% da região é reservada para espaços verdes (por volta do dobro de Nova York), o que também encoraja os cidadãos a caminhar, segundo Gale. Fonte: Gale International

O maior parque do IBD, com 41 hectares, foi inspirado no Central Park de Manhattan.

“O que você vê hoje em Songdo, uma cidade que é compacta e fácil de caminhar, é o resultado dessa abordagem bem-pensada de planejamento,” diz Gale.

O IBD é parte de um projeto maior, chamado de Zona Econômica Livre de Incheon na cidade de Songdo, liderado pelo governo sul-coreano.

Uma área de construção no distrito da Cidade Internacional de Songdo, parte da Zona Econômica Livre de Incheon, a oeste de Seoul. 11 de dezembro, 2008. Fonte: Reuters

Quando o governo começou a planejar a cidade de Songdo em 2000, 500 toneladas de areia foram despejadas nos pântanos locais para fixar a fundação.

Atualmente, 20.000 unidades residenciais estão completas ou em construção no IBD, onde cerca de 50.000 pessoas vivem. Aproximadamente 100.000 habitantes moram na grande Songdo.

Outra vantagem de viver no distrito: não há caminhões de lixo. Ao invés disso, um sistema pneumático de tubos suga o lixo de calhas nos prédios residenciais e os leva a uma instalação central de separação de lixo em segundos. Lá, ou o lixo vira energia ou é reciclado. Fonte: Gale International

 

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O IBD tem mais de 100 prédios com certificação LEED — o sistema mais usado no mundo para classificar a sustentabilidade.

O desenvolvimento vem com meta de certificação LEED na escala de bairros inteiros, e planejam reciclar 40% da água utilizada.

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A cidade de Songdo produz um terço a menos de gases causadores do efeito estufa em comparação com outras cidades do mesmo tamanho.

No entanto, alguns habitantes têm reclamado que o IBD e a grande Songdo são muito afastados de Seoul — o centro econômico, político e cultural do país. Leva mais de uma hora para chegar à capital.

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Um homem observa a rua no centro de Seoul, Coreia do Sul. 18 de abril, 2013. Fonte: Associated Press

 

Cerca de 70.000 pessoas trabalham em Songdo, o que é muito menos do que os 300.000 que o governo da cidade esperava. Fonte: Consenti Associates

 

Por esse motivo, pode ser muito cedo para dizer se Songdo se tornará um centro urbano próspero.

“De várias formas, é a cidade que os coreanos querem mostrar ao mundo, como é um lugar limpo, futurista e sem nenhuma pobreza visível,” diz Colin Marshall, um dissertador baseado em Seoul que escreve sobre cidades, ao The Los Angeles Times.

O IBD tem atualmente a medida de 5,6 km². Em 2020, já será quase o dobro.

Os responsáveis pelo projeto esperam que a cidade se torne um modelo para outras cidades ao redor do mundo.

Traduzido do site Business Insider.

EUA são único país fora do acordo climático de Paris

Resumo:

A Síria finalmente assinou o Acordo Climático de Paris depois de meses de guerra civil. Essa decisão faz dos Estados Unidos o único país a não participar do acordo climático histórico.

Aquele que fica de fora

Nota: os EUA disseram que sairiam do acordo em junho. No entanto, de acordo com a negociação original, isso não pode ser feito até 2020.

O Acordo Climático de Paris tem sido um tópico popular e controverso nos Estados unidos nesses últimos meses — ou ao menos desde que a administração de Trump decidiu tirar o país do acordo climático histórico. Após algumas semanas, quando pareceu que os EUA talvez mudassem de curso, as coisas parecem mais definitivas do que nunca. A Síria finalmente decidiu assinar o acordo, fazendo dos EUA o único país a não se comprometer oficialmente ao planejamento negociado para combater as emissões de gases do efeito estufa no mundo.

Quando o acordo de Paris foi adotado por mais de 190 países em dezembro de 2015, somente a Nicarágua e a Síria se abstiveram de participar do acordo. A Nicarágua só assinou em outubro desse ano, e agora a Síria resolveu ratificar a negociação. Isso deixa os EUA também como o único país das negociações originais a não assinar a definição.

A Síria estava passando pelas dificuldades da guerra enquanto as negociações de Paris aconteciam. Só agora que o país do Oriente Médio achou um tempo para respirar, finalmente considerar o acordo e enviar às Nações Unidas os documentos de ratificação, como relatam os oficiais presentes nas conversas sobre clima em Bonn, na Alemanha.

Um impulso que não desacelerou

Sob o acordo climático de Paris, países signatários têm como obrigação manter o aumento global de temperatura bem abaixo de 2 ℃ acima dos níveis pré-industrialização e, com o tempo, diminuir essa meta para menos de 1,5 ℃. Esforços para alcançar essas metas incluem, como informado no acordo, “Aumentar a habilidade de nos adaptarmos aos impactos adversos das mudanças climáticas, fomentar resiliência climática e o desenvolvimento com baixa emissão de gases, de forma que a produção alimentar não seja ameaçada.”

Embora não faça parte do acordo, estudiosos acreditam que os EUA ainda poderão alcançar essas metas. Vários estados concordaram em manter as obrigações do acordo de Paris apesar da falta de apoio em nível federal. Conhecidos como a Aliança Climática, esses 13 estados e Porto Rico representam mais de 33% da população americana, então não é surpresa que cobrem cerca de 1,3 milhão de empregos relacionados à energia limpa e renovável. Aliadas a esses estados, muitas cidades americanas também solidificaram metas locais em minimizar a emissão de gases do efeito estufa ou até mesmo eliminar o uso de combustíveis fósseis.

Então, embora os EUA não seja um participante oficial do acordo climático de Paris, não está tudo perdido. Ao passo que a ciência continua a provar que a mudança climática causada por seres humanos é real, e a economia da energia renovável continua a superar a de combustíveis fósseis, talvez o governo federal americano reconsidere seu posicionamento.

Texto traduzido por Cláudio Ribeiro do site Futurism.

Níveis de CO₂ na atmosfera os mais altos em 3 milhões de anos!

Resumo:

A quantidade de dióxido de carbono na atmosfera está subindo em uma velocidade recorde. Apesar das boas intenções do Acordo de Paris, parece que ainda não estamos fazendo o suficiente para controlar o nosso impacto no meio-ambiente.

Novas alturas

As Nações Unidas emitiram um alerta de que ano passado, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera subiu em um ritmo nunca antes observado. Os níveis atuais não são comparáveis a nenhum nível estimado nos últimos 3 milhões de anos.

A concentração de dióxido de carbono alcançou 403,3 partes por milhão (ppm) em 2016, comparadas às 400 ppm em 2015. A alta pode ser atribuída parcialmente às recentes mudanças causadas pelo El Niño, mas os números dos últimos anos revelam que esse não é o único fator.

A alta de 3,3 ppm entre 2015 e 2016 é maior do que a alta de 2,3 ppm entre 2014 e 2015. De fato, as altas anuais da última década eram somente na média das 2,08 ppm. A última vez que teve outro grande El Niño, em 1998, os níveis subiram em somente 2,7 ppm.

Os fatores ambientais só contam uma parte da história; a atividade humana também está causando a alta dos níveis. O relatório da ONU relata que o crescimento populacional, agricultura intensiva, desmatamento e industrialização são os maiores contribuintes das mudanças que estão acontecendo.

“Sem fazermos cortes rápidos nas emissões de CO₂ e outros gases causadores do efeito estufa, estamos caminhando na direção de aumentos perigosos da temperatura até o fim do século, muito acima da meta definida pelo acordo de mudança climática de Paris,” diz Petteri Taalas, chefe da Organização Mundial de Meteorologia, de acordo com um relatório do The Guardian.

Concordando em discordar

O Acordo de Paris foi criado com a intenção de fornecer um plano de ação que ajudasse os governos ao redor do mundo a combater o impacto de seus países no meio-ambiente. No entanto, o compromisso de cada nação em relação às suas obrigações ainda há de ser analisado.

Um relatório programado para ser publicado em breve apontará as formas como os esforços domésticos não alcançam as metas internacionais que foram definidas inicialmente. Como resultado, é improvável que alcancemos o objetivo de restringir o aumento global da temperatura a 2 ℃ sobre os níveis pré-industriais; poderemos chegar a até 3 ℃.

Isso não é o mesmo que dizer que nenhuma ação está sendo tomada: a França propôs grandes mudanças em todos os campos. A China também tem sido muito proativa, tendo fechado grandes quantidades de fábricas para reduzir a poluição.

Em outras partes do mundo, os esforços têm sido tímidos. O governo dos Estados Unidos está ativamente subestimando as ameaças da mudança climática apesar de grande quantidade de evidências de seu impacto. Além da política, as consequências de planejar a tão curto-prazo pode ser terrível para a humanidade.

Traduzido por Cláudio Ribeiro do site Futurism.

Trem sem trilhos: China começa testes de um novo tipo de transporte público

Resumo:

Na China, começaram os testes de uma nova forma de transporte público. O Sistema Autônomo de Trânsito Rápido em Linha é amplamente similar a um trem, mas depende da eletricidade e não precisa de um trilho.

Projeto de arte

A Corporação CRRC da China começou a testar um novo veículo de transporte público que diminui a distância entre o trem e o ônibus. Chamado de Autonomous Rail Rapid Transit (ART), ele pode transportar até 300 passageiros em três carros na velocidade de até 70km/h.

O ART tem a aparência física de um trem, mas não depende de um trilho. Ao invés disso, ele segue uma rota virtual usando um carro de força elétrico e pneus. Espera-se que funcione como um trem urbano ou VLT, mas já que não há custo de instalação dos trilhos, deve custar bem menos para implementar.

Este veículo também é livre de emissões de poluentes, por ser elétrico. Atualmente, suas baterias só aguentam viajar 15km por carga, mas podem ser recarregadas completamente em 10 minutos a partir de um conector situado no topo do carro.

O conceito foi mostrado pela primeira vez em junho de 2017, mas agora o sistema está sendo testado nas ruas de Zhuzhou na província Hunan.

Correndo atrás

A China está buscando uma variedade de caminhos diferentes em termos de transportes públicos modernos. Há relatos de que a Corporação de Ciência e Indústria Aeroespacial do país está trabalhando em uma versão ainda mais sofisticada do Hyperloop, embora não hajam informações quanto ao desenvolvimento dessa iniciativa.

Uma iniciativa particularmente conhecida era a do ônibus suspenso que virou notícia em 2016. No entanto, novas informações apontaram que o projeto era um golpe, e seus líderes foram presos no fim do ano passado.

Ainda assim, o país está seriamente investindo em fazer grandes mudanças na forma que os cidadãos se locomovem. As autoridades estão fazendo um grande esforço para incentivar a adoção de veículos elétricos, que serão auxiliados pela maior estação de carregamento do mundo, aberta pela Tesla em Xangai no início do mês.

Não é segredo que a poluição é um grande problema na China, com o smog provando ter consequências especialmente mortais para as pessoas que moram na região. No entanto, nos últimos anos o governo tem se comprometido a fazer grandes mudanças e melhorar a situação.

40% das fábricas chinesas foram fechadas, e as informações são de que as autoridades estão trabalhando em um cronograma que acabe com a venda de carros que utilizam gás natural e diesel. Além da previsão do sistema ART se concretizar, há esperanças de que a qualidade do ar continue melhorando nos próximos anos.

Traduzido por Cláudio Ribeiro do site Futurism.