A Fossa das Marianas é um dos lugares mais fundos do planeta, atingindo a profundidade de 11.034 metros. Com tanta pressão e pouquíssima iluminação nesse local no meio do Oceano Pacífico, não é de admirar que muitos animais estranhos e inimagináveis povoem a região. Vamos conhecer alguns deles?
#1 Polvo Dumbo (Dumbo Octopus)
Este polvo fofinho tem orelhas parecidas com a do personagem da Disney e pode chegar a medir até 30cm. Ele pode parecer frágil, mas aguenta pressões a até 3900 m de profundidade. Ao contrário do polvo que costumamos imaginar quando se fala do animal, seus tentáculos são todos ligados, o que nos remete a um guarda-chuva. Ao invés de mastigar e comer suas presas como os outros polvos, esta espécie come tudo de uma vez!
#2 Peixe-dragão das Profundezas (Deep-sea Dragonfish)
Se o primeiro animal dessa lista é até um pouco fofinho, o segundo já é o completo oposto. O peixe-dragão das profundezas pode ser encontrado a até 1.800 m de profundidade. O bichão tem dentes gigantescos e uma pele gosmenta e sem escamas que parece a de uma enguia. Para se guiar no escuro, o peixe conta com bioluminescência feita por produtos químicos produzidos internamente! A iluminação serve para atrair seus colegas ou se camuflar. Embaixo da boca, uma barbatana serve para confundir outros peixes a acharem que encontraram um banquete, para então se tornarem lanche do monstrengo.
#3 Peixe Olho-de-barril (Barreleye Fish)
A escuridão de lugares muito fundos realmente é um problema que deve ser vencido pelos animais que quiserem ter sucesso em se manter vivos. Este peixe, com uma cabeça transparente que acredita-se ser dessa forma para aumentar a iluminação por perto, tem grandes olhos no formato de barris que sempre olham para cima, a fim de ver a silhueta de suas presas.
O peixe já é conhecido pelos humanos desde 1939, mas por muito tempo não foi possível analisá-lo, pois trazê-lo para a superfície destruia os cadáveres, buscados de profundezas tão baixas quanto 760 metros. Hoje já se tem mais imagens e informações a respeito dele por conta da melhora da tencnologia de mergulho, mas ainda há muitas dúvidas sobre os aspectos reprodutivos e o ciclo de vida do animal.
#4 Benthocodon
Claro que não ia faltar uma água viva nessa lista. Embora a maior parte desses animais prefira lugares mais altos, indo parar muitas vezes em praias e redes de pescadores, esta espécie pode ser encontrada até 800 metros abaixo da superfície do mar. Apesar do nome assustador, o animal só atinge até 3 cm e se alimenta de pequenos crustáceos e minúsculos organismos unicelulares. Acredita-se que a distinta parte vermelha de seu corpo seja dessa forma para esconder a bioluminescência de alguns dos animais que consome, para que a espécie se proteja e não seja detectada por predadores.
#5 Peixe-pescador Demônio do Mar (Seadevil Anglerfish)
Talvez o mais famoso dos animais das profundezas graças à sua feiúra, o Peixe-pescador não podia ficar de fora desta lista. Seus olhos opacos e dentes afiadíssimos provavelmente já foram a causa dos pesadelos de algunas crianças. No entanto, não são nem muito grandes: as fêmeas podem chegar a até 20 cm, e os machos, meros 2,5 cm.
Mas se você achou a aparência desse peixe a parte mais estranha, espera até ouvir sobre a reprodução: o macho funde-se à fêmea, e seus olhos, dentes e barbatanas desaparecem juntamente a alguns órgãos internos, e em determinado momento os dois animais tornam-se um só. O que sobra do macho é essencialmente um banco de esperma usado pela fêmea para fertilizar seus ovos no momento oportuno.
A antena no topo da cabeça serve para atrair as presas até seus dentes afiados, que são capazes de devorar animais maiores do que o próprio peixe.
#6 Tubarão Goblin (Goblin Shark)
Definitivamente o mais feio de todos os tubarões, esse narigudo pode descer profundidades de mais de 900 metros, indo mais fundo à medida que envelhecem, e ao invés da cor acinzentada comum em seus primos, sua coloração é roseada. Se nadasse por aí em profundidades menores, ele seria mais um risco para pernas e braços de surfistas: pode chegar a medir até 5,5 m. Como uma fêmea grávida jamais foi encontrada para estudo, não se sabe como é a reprodução destes animais.
#7 Peixe-machadinha das Profundezas (Deep-sea Hatchetfish)
Se de frente este peixe parece um rosto assustado, de lado ele parece de fato com o nome. Com mais de 40 espécies, o pequeno peixe de 15 cm pode ser encontrado de diversas formas e chegar a profundidades de até 1.500 m apesar do corpo magrinho. Nesse tamaninho também cabe esperteza biológica: seu poder de bioluminescência é usado para contra-balancear a luminosidade vinda da superfície para esconder sua silhueta e dificultar que animais abaixo vejam-no com facilidade.
#8 Tubarão-franzino (Frilled Shark)
O segundo tubarão a integrar a lista, o franzino chega a se parecer uma enguia, tendo um corpo fino, alongado, e uma cabeça jurássica que não se parece com nada do que encontramos em águas mais rasas. A genética deste tubarão remonta de ancestrais de até 80 milhões de anos atrás. Seu corpo de até 1,8 metro é repleto de brânquias franzidas através do corpo, o que dá nome à espécie, e o tubarão tem 20 fileiras de dentes no formato de tridentes. Além disso, gostam de estar sempre em profundidades maiores que 1.200 m. Quase sempre que o corpo desse tubarão é trazido à superfície para estudo, sua morte se dá quase que imediatamente devido à diferença de pressão, e por isso pouco foi estudado sobre o animal.
Por um tempo acreditou-se que esta espécie operava como as enguias para atacar, mas observando-se o arranjo dos órgãos internos do bichão, chegaram à conclusão de que o mais provável é que seu ataque seja parecido ao de uma cobra.
#9 Polvo Telescópio (Telescope Octopus)
Este polvo gosta de pegar carona com as correntes marítimas a mais de 2.000 metros abaixo da superfície do mar, e ao invés de ficar deitado, faz essa viagem esticado na vertical, teoricamente para dificultar sua localização para predadores mais abaixo. Se você o visse pessoalmente, provavelmente acharia que ficou delirante com a pressão, porque o animal é tão claro que é quase transparente, e entre cada um dos 8 tentáculos há uma ligação bem fina que dá um ar fantasmagórico à espécie.
Os olhos que dão nome à coisa podem rotacionar e são saltados para dar o máximo de visão periférica ao polvo, e para que assim ele seja capaz de perceber presas e predadores.
#10 Verme Zumbi (Zombie Worm)
O nome assustador não é o único; também chamado de verme do osso e osedax, o verme zumbi pode comer até mesmo os ossos de baleias, usando de ácidos para perfurá-los e chegar ao interior, e de bactérias simbióticas (que atuam em conjunto com ele) para quebrar o osso em proteínas e nutrientes que ele possa consumir. O que parecem ser galhinhos que saem do verme servem para capturar oxigênio.
Assim como entre os peixes-pescadores, as fêmeas são maiores (5 cm) e os machos muito menores. Com corpos microscópicos, eles formam “haréns” no corpo da fêmea que, com o tempo, vão se movimentando até os óvulos e causam a fecundação.
Com essa coleção de animais mal batendo os 2.000 metros de profundidade, não fica difícil imaginar de que temos todo um mundo ainda a ser explorado nas maiores profundezas da Terra. É difícil imaginar como a vida sempre encontra um caminho mesmo em casos tão extremos, e me enche de curiosidade saber que pouco ainda foi visto. Provavelmente nunca teremos um verdadeiro contato com esses animais, praticamente alienígenas à nossa superfície, pois se tornariam apenas frações do que são no habitat natural.
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