O maior sistema de monitoramento por CCTV do mundo
Há 170 milhões de câmeras de monitoramento pela China, com 400 milhões mais a serem instaladas até 2020. Gabando-se do maior sistema de monitoramento do mundo, o país também está investindo em tecnologias de inteligência artificial (IA) e reconhecimento facial.
Em uma demonstração de poderio tecnológico, oficiais chineses localizaram e apreenderam o repórter da BBC John Sudworth apenas 7 minutos após sua imagem ser “alertada às autoridades.” Não foi uma prisão real, no entanto. Foi somente um exercício para mostrar o poder tanto das câmeras de CCTV do país como da avançada tecnologia de reconhecimento facial. A julgar pela velocidade da captura de Sudworth, fica claro que os sistemas de monitoramento da China são, sem dúvida, muito capazes. Você pode assistir o processo no site da BBC (em inglês).
Ao passo que a China usa seus sistemas de monitoramento para auxiliar investigações policiais e melhorar a segurança em geral, empresas privadas também utilizam essas tecnologias para monitorar trabalhadores. Alguns argumentam que a tecnologia poderia ser facilmente abusada pelo governo.
O Big Brother está assistindo
De um ponto de vista focado em eficácia, o sistema de monitoramento da China é impressionante. Mas a ameaça de que possa ser usado de formas não-éticas ou nefastas é muito real. A história é especialmente relevante pelo uso de um repórter nessa demonstração. Nesse momento, em lugares como a Turquia, por exemplo, jornalistas estão sendo perseguidos e presos. Nem todos os governos respeitam o direito à liberdade de expressão, e essa tecnologia abre uma caixa de pandora cheia de possibilidades assustadoras.
Se não houver regulamentação apropriada, sistemas tão extensivos de monitoramento poderiam impactar dramaticamente no compartilhamento de informações e no jornalismo moderno. Atualmente, repórteres podem viajar e cobrir histórias na maior parte dos países sem interferências muito sérias do governo local. Mas se mais e mais governos usarem tecnologias de monitoramento como essa para localizá-los, não só mais jornalistas estarão em risco, mas informações sobre a atividade em países mais autoritários podem não ser mais disponibilizadas.
Se o Big Brother está assistindo, quem está guiando seus olhos? Essa tecnologia, um destaque das catástrofes em histórias de ficção científica, tem o potencial de restringir a liberdade de expressão e proteger governos que estão, para simplificar, agindo mal. Com toda a informação que confiamos aos nossos vários dispositivos — onde estamos, o que estamos comprando, pelo que procuramos —, as pessoas estão mais fáceis do que nunca de encontrar. Mas usar essa informação para identificar, rastrear e, no fim, capturar as pessoas em questão de minutos tem o potencial de destruir a vida como a conhecemos.