Homem capota 5 vezes após deixar “Jesus tomar o volante”

Chad O. England, que bateu o carro após deixar que Jesus tomasse o volante (Créditos da foto: Polícia Rodoviária do Tennessee).

Um homem do Tennessee disse à polícia nessa semana que Jesus veio pessoalmente até ele e falou para deixá-lo dirigir.

O resultado, segundo relato da rede local de notícias WVLT, é que o carro dele desviou-se da rodovia e capotou mais de cinco vezes.

Oficiais da Polícia Rodoviária do Tennessee dizem que quando chegaram na cena do acidente, Chad England, de 33 anos, estava “falando nada com nada” e tentando fugir da cena carregando um jarro.

A polícia diz que England estava “obviamente” sob influência de drogas na hora da batida, embora o homem tenha aparentemente se recusado a fazer um exame de sangue.

Uma busca no carro de England revelou, de acordo com a WVLT, “seis gramas de cannabis, 0,6 gramas de cocaína, um cachimbo, papéis de fumo, uma garrafa de Crown Royal com 1/4 sobrando, uma garrafa pequena de Crown Royal e várias latas usadas para ‘inalar.'”

A polícia prendeu o rapaz por dirigir embriagado, posse de drogas para tráfico, posse de drogas para consumo, e posse de equipamentos para uso de drogas, entre outras coisas. Os oficiais também disseram que England não tinha carteira de motorista com ele e que o carro não tinha seguro.

Traduzido do site RawStory.

Prisões no Brasil passam a oferecer ayahuasca para evitar reincidência!

Alguns criminosos violentos do nosso país estão tendo a oportunidade de uma reabilitação radical através da poderosa experiência psicodélica da cerimônia do ayahuasca.

Ao invés da persistência no sistema de abuso contínuo e alienação que muitas prisões modernas oferecerem, algumas das prisões brasileiras estão começando a oferecer serviços holísticos para encorajar a reabilitação dos presos. Os serviços oferecidos para alguns desses prisioneiros incluem práticas guiadas de cura como yoga, reiki, meditação e, em alguns locais, a jornada da ayahuasca. O objetivo é garantir a reabilitação de criminosos violentos e reduzir as taxas de reincidência depois que são soltos.

A planta responsável pelo chá de ayahuasca. Fonte: Brotando Consciência

A ayahuasca é um chá psicodélico derivado da videira de ayahuasca, Banisteriopsis caapi, e a planta Psychotria viridis, ambas as quais são nativas da Amazônia. A cerimônia do ayahuasca é uma tradição antiga de cura usada pelos povos indígenas da Amazônia. Alguns dos que participaram do ritual relatam profundas experiências de cura psicológicas e, às vezes, físicas.

Nos últimos anos, a ayahuasca chamou a atenção e invocou a curiosidade de pessoas mundo afora, o que culminou em um turismo internacional crescente pela ayahuasca em várias regiões amazônicas da América do Sul. Com o crescimento da popularidade, cresceu também a pesquisa dos usos terapêuticos da planta. Ela mostrou potencial para ajudar as pessoas a se recuperarem de traumas, transtorno de estresse pós-traumático, dependência química e depressão, além de alguns tipos de câncer e outras doenças.

Preparo do chá de ayahuasca. Fonte: follow the sun

Prisões brasileiras começaram a oferecer o ayahuasca através do grupo de defesa aos direitos dos prisioneiros chamado Acuda, com sede em Porto Velho.

Aaron Kase diz, em um artigo de 2015: “O programa da ayahuasca serve um propósito duplo. A população prisional brasileira dobrou desde 2000, e as condições são precárias com superlotações, então os tratamentos são um teste para tentar reduzir as taxas de reincidências. Por ora, poucos presos participam, e está muito cedo para dizer se os tratamentos os ajudarão a não retornar ao sistema prisional, mas ao menos é um bom ponto de partida.”

Um prisioneiro acusado de assassinato disse ao New York Times em 2015 sobre as lições que aprendeu com suas experiências com a ayahuasca: “Estou finalmente percebendo que estava no caminho errado. Cada experiência me ajuda a querer me comunicar mais com minha vítima e pedir perdão.”

Como o artigo do New York Times conta em detalhes, supervisores da Acuda, que obtêm permissão de um juiz, transportam cerca de 15 prisioneiros por mês para um templo que performa as cerimônias da ayahuasca.

“Muitas pessoas no Brasil acreditam que presos devem sofrer, passando fome e depravações,” Euza Beloti, psicóloga da Acuda, diz ao New York Times no mesmo artigo. “Esse pensamento incentiva um sistema onde prisioneiros voltam à sociedade mais violentos do que quando entraram na prisão. [Na Acuda] nós simplesmente vemos presos como seres humanos com a capacidade de mudar.”

Texto original de April M. Short, retirado do site AlterNet.

Buckfast, a bebida que te torna criminoso!

Vodka e Buckfast em frente a um local abandonado na Escócia. Créditos: Jeff J. Mitchell / Getty Images

Alguns dos últimos monges beneditinos do Reino Unido, naturais de Devon, produzem um vinho tônico que muitos dizem ter gosto de xarope com chiclete de fruta. De alguma forma, ele se tornou a bebida escolhida por criminosos violentos na Escócia, a 700 km de distância.

Por £7 (R$ 30) a garrafa, o vinho tônico Buckfast não é a bebida mais barata que você pode comprar na Escócia. E com 15% de álcool, também não é a mais forte. Para a grande maioria das pessoas, seria um exagero considerá-lo o mais gostoso (Consumidores satisfeitos que o compraram na Amazon discordam, dizendo que tem gosto de “lágrimas de anjos” ou do “elixir da vida.” Um deles comenta: “Dizem que não tem propriedades medicinais. Mas tenho quase certeza que estão mentindo.”).

O que o vinho pode ser, no entanto, é o mais incendiário. Embora o Buckfast mal alcance 0,5% do volume total de vendas de álcool na Escócia, em 2015 o Serviço Prisional Escocês reportou que mais de 40% dos presos haviam bebido alguma quantidade desse vinho antes de cometerem o último crime. Desses casos, muitos foram violentos (alguns presos geniosos beberam a garrafa toda e fizeram dela uma boa solução como arma). “A Buckie me fez fazer isso” é, aparentemente, a defesa clássica.

Onde o Buckfast realmente se diferencia é na quantidade de cafeína que possui: uma garrafa de 750 ml tem 281 mg, ou o equivalente a 10 latas de Coca-Cola. A bebida seria ilegal nos EUA, onde o FDA baniu bebidas que combinem álcool e cafeína. Em 2014, a bebida Four Loko foi forçada a mudar a receita e retirar os estimulantes que deram a ela a reputação de “blecaute em lata”, para a tristeza de muitos consumidores.

Você provavelmente não deveria beber uma garrafa inteira de Buckfast, que te deixaria tão bêbado(a) quanto virar oito doses duplas, mas as pessoas certamente fazem isso. As consequências podem ser complicadas.

A receita é confidencial, supostamente conhecida somente por um dos monges de Buckfast Abbey. Em sua essência, é um vinho fortificado com sabor baunilha misturado a vários conservantes e cafeína. O maior destaque é a doçura excessiva — não precisa de açúcar para fazer esse remédio descer.

Buckfast em uma praça. Créditos: Daniel Naczk / CC BY-SA 4.0

Os monges dizem que o Buckfast tem todo tipo de fã, incluindo “idosas pequeninas” que tomam um copinho terapêutico após o jantar. Mas elas provavelmente não são os consumidores escoceses que causam grandes tumultos abastecidos por Buckie. A imprensa escocesa aponta para os “neds,” hooligans da região advindos de projetos habitacionais mais pobres em cidades como Glasgow e Dundee. O uso de “ned” como termo é às vezes controverso — políticos já disseram que é classista e degradante, e encorajaram as pessoas a não usá-lo.

Embora certamente o termo não signifique “Delinquente Não-Escolarizado” como o folclore popular sugere, as conotações são claras (em 2003, o então político Duncan McNeil sugeriu que o termo alternativo poderia ser “os caras que ficam encostados pelas ruas” ou “embaixadores do moletom de academia.”).

 

Os monges, por sua parte, não estão felizes com a conexão. No passado, ligaram a controvérsia a um sentimento antirreligioso e se negaram a prestar esclarecimentos quando o Buckfast foi motivo de títulos noticiosos sinistros. Se fosse banido na Escócia, segundo eles, os que cometem os crimes simplesmente trocariam de bebida preferida, e não é justo culpar monges do outro lado do país por abuso de substâncias. Desde os anos 90, pedem que eles mudem a receita reduzindo ou o álcool ou a cafeína; eles continuam a recusar.

Seja intencional ou não, a popularidade crescente do Buckfast na Escócia não os afeta muito — no ano passado, ganharam quase £9 milhões (R$ 38 milhões) com as vendas da bebida. E como são uma ordem religiosa, não pagam impostos por esses milhões.

Buckfast Abbey, Devon. Créditos: Peter O’Sullivan SJ / CC BY-SA 2.0

Buckfast Abbey, onde os monges vivem e a bebida é produzida, fica muitas horas distante de Glasgow. Ninguém sabe exatamente como o vinho ficou tão popular entre os desafortunados de cidades do outro lado do país. Os monges sugerem que pode ter algo a ver com os fãs tradicionalmente católicos do time escocês de futebol Celtic FC terem criado uma preferência por tomar da santa bebida como aperitivo pré-jogo nos anos 70.

Mas há evidências que sugerem que escoceses têm um gosto especial pelo Buckfast, também chamado como Suco Destruidor de Lares, Loção da Comoção, Garrafa da Briga Contra o Mundo, Speed (nota do tradutor: droga sintética em pó) Líquido ou Suco Embolador, por muito mais tempo que isso. Em propagandas de lojas de vinhos dos anos 30 em jornais escoceses, é a única bebida que fazem questão de mencionar pelo nome.

É possível que escoceses desenvolveram uma preferência pelo Buckfast pelas supostas propriedades medicinais. Em 1921, mudanças nas leis de licenciamento determinaram que álcool só poderia ser vendido entre 11:30 e 15:00, e entre 17:30 e 22:00 nos dias da semana — com a venda totalmente vetada aos domingos. Mas o Buckfast, que era vendido em farmácias como remédio além das lojas de vinhos, poderia ser comprado a qualquer momento. Até os anos 60, ele era anunciado como “um animador esplêndido que restaura o entusiasmo e brilho,” disponível em todas as melhores farmácias.

Buckfast em Buckfast. Créditos: SKIN-UBX / CC BY 2.0

Seja qual for a explicação, o Buckfast parece estar firmemente estabelecido no mundo culinário escocês, ao lado de destaques como o super-doce pudim em forma de tablete, barras de chocolate Mars fritas, e a Munchy Box (NT: uma espécie de marmita). Açougueiros dão sabor à carne com ele, lojas usam-no para vender ovos de Páscoa, e as ocorrências violentas e criminosas associadas a ele continuam a se expandir.

Enquanto isso, lá no sul, hipsters de Londres parecem a estar começando a gostar da bebida. Na taqueria e bar Bad Sports, na popular região de Hoxton, o bartender e natural de Glasgow Stu Bale mistura o vinho com gim e Campari para fazer sua criação principal, Coatbrige Negroni. “O Buckfast tem um azedinho bom e sabor de fruta, então é um substituto válido para o vermute vermelho,” disse Stu à Vice. Pode te deixar bêbado, segundo ele, mas “se souber o que está fazendo, pode fazer com que algo fique realmente delicioso.”

Texto traduzido por Cláudio Ribeiro do site Atlas Obscura.