Movimento que nega HIV na Rússia está piorando a epidemia

Menos da metade dos russos com HIV estão tomando drogas antirretrovirais, parcialmente por conta de uma teoria da conspiração de que o vírus causador da AIDS é um mito inventado pelo Ocidente, segundo oficiais e ativistas.

Enquanto mortes relacionadas à AIDS e novas infecções por HIV estão caindo ao redor do mundo, no leste da Europa e na Ásia Central as estatísticas estão mais alarmantes a cada ano que passa.

De acordo com dados oficiais, 80 pessoas morreram diariamente de questões relacionadas à AIDS na Rússia nos primeiros seis meses de 2017, uma alta das 50 mortes diárias de 2016.

Mais de 900.000 russos estão vivendo com HIV hoje, com 10 novos casos a cada hora, segundo dados publicados pelo governo.

Mas menos da metade está tomando a medicação que poderia ajudá-los a levar uma vida normal e prevenir que passem o vírus adiante.

Muitos se negam a tomar os remédios voluntariamente depois de ler na internet que o HIV é um mito, segundo relatos oficiais.

Muitos daqueles que não fazem a terapia “não querem o tratamento por vários motivos,” segundo o legislador pró-Kremlin Alexander Petrov, chamando ONGs para ajudar “a alcançar aqueles que não acreditam [que o HIV existe].”

Sem tratamento, um indivíduo soropositivo pode continuar espalhando o vírus por muitos anos, e acabar morrendo com a AIDS.

Embora não seja claro quantos daqueles que não fazem o tratamento neguem a existência da doença e quantos são vítimas da falta de medicamentos, casos de recusa ao tratamento de crianças têm especialmente incomodado as autoridades.

“É inaceitável que no nosso tempo crianças estejam morrendo quando há vários tratamentos disponíveis,” diz Alexey Yakovlev, doutor-chefe do Hospital Botkin em São Petersburgo, onde uma menina de 10 anos morreu em agosto depois que seus pais religiosos negaram tratá-la.

Mas é difícil lutar contra alegações falsas nos tempos da internet, quando uma pesquisa no Google leva pessoas desesperadas diretamente a comunidades que oferecem mentiras confortáveis, como descrevem os ativistas.

O negacionismo existia no Ocidente e na África, mas globalmente “ele morreu com força efetiva,” de acordo com o site AIDSTruth, que lutou contra o fenômeno por anos antes de declarar o trabalho como “finalizado” em 2015.

Um caso de amor com teorias da conspiração

Na Rússia, a UNAIDS ajudou a fechar uma comunidade negacionista na popular rede social Odnoklassniki, mas ela simplesmente se mudou para outra plataforma, segundo Vinay Saldanha, diretor regional da UNAIDS do leste europeu e Ásia Central.

“É inaceitável que hajam fóruns e chats [negacionistas do HIV] na Rússia sendo tolerados por certas plataformas,” diz ele. “São como ratos, correm para um lugar diferente e continuam propagando suas ideias,” continua.

A AFP encontrou vários grupos negacionistas na rede social VK, o Facebook da Rússia, cada um com milhares de seguidores.

Quando perguntados pelo AFP por que os grupos achavam que o HIV não existia, o administrador de uma das comunidades disse “porque não,” seguido de vários xingamentos.

Um dos grupos chama o HIV de “o maior mito do séc. XX,” intrui as pessoas sobre como negar tratamento, e se refere a medicamentos antirretrovirais como veneno, médicos como assassinos que querem enriquecer empresas farmacêuticas.

“Um dos objetivos do mito da AIDS é diminuir a população do planeta a dois bilhões e estabelecer controle total” através de vacinações, segundo um destaque ideológico das visões negacionistas, Olga Kovekh, em uma conversa com a mídia local feita mês passado.

Kovekh é uma médica em uma clínica de Volgograd.

Parte do motivo de ideias tão excêntricas pegarem é o “amor dos russos por teorias da conspiração” e a crescente retórica anti-Ocidente, segundo Yelena Dolzhenko, que trabalha no centro de prevenção à AIDS de Moscou, a fundação SPID.Tsentr.

“Na TV, falam sobre como a Rússia está cercada de inimigos e que devemos lutar contra todos,” diz ela. Um ambiente perfeito para plantar ideias sobre uma conspiração ocidental da AIDS.

Drogados e gays americanos

O fenômeno do negacionismo também está crescendo porque o sistema de centros contra o HIV na Rússia estão com poucos recursos; médicos com pouco tempo disponível perdem a empatia para guiar pacientes a grupos legítimos de apoio, segundo Yekaterina Zinger, diretora da fundação Svecha em São Petersburgo.

“O maior motivo [para as pessoas se tornarem negacionistas] é a falta de consultas,” diz Zinger. “As pessoas não recebem informação o suficiente e começam a pensar que alguém está escondendo algo deles.”

“A tentação de acreditar que é um mito é muito alta,” diz ela, especialmente para pessoas heterossexuais que não estão em grupos de risco comumente associados ao HIV e que “não entendem como isso aconteceu com elas.”

Campanhas de saúde pública oficiais da Rússia propagandeando fidelidade e “valores da família” ao invés de camisinhas como a melhor prevenção ao HIV podem estar ajudando no negacionismo, segundo alguns ativistas.

Pôsteres vistos pela AFP em Moscou mostram um casal se abraçando, com a legenda “Seja íntimo somente com quem confia.” No entanto, 30% das mulheres americanas contraem HIV de seus únicos parceiros, diz Dolzhenko.

“Essas propagandas não ajudam, pioram a situação. O negacionismo do HIV pode vir disso,” diz ela. “Imagine uma garota ortodoxa que vai à igreja aos domingos, se casa, e depois descobre que é soropositiva.”

Enquanto o HIV continua sendo apresentado como uma doença de drogados e “gays americanos”, continua Dolzhenko, “essa garota vai pensar que não tem nada a ver com ela.”

Texto original traduzido do Yahoo! e com fontes da Agence France Presse.

Nota do tradutor:

Segundo os números brasileiros, temos 830 mil brasileiros vivendo com HIV, um número bem mais animador que o russo, considerando que a população de lá é de 144 milhões enquanto a nossa é de 202 milhões. Aqui, também graças ao SUS, 64% das pessoas soropositivas estão sob tratamento antirretroviral, o que significa que estão saudáveis e com cargas virais indetectáveis (onde a possibilidade de transmitir a doença é quase nula).

É importante ressaltar essas informações para que entendamos o poder das coisas que lemos e no que acreditamos. Em um momento onde estamos descontando ideias e opiniões como “petralhas” ou “coxinhas”, acabamos ignorando coisas com as quais realmente concordamos em nome de um papel ou uma posição. Há homens que se recusam a fazer o teste de detecção de DSTs por acreditarem que são fortes demais para pegar qualquer coisa, e há pessoas que acreditam que, já que há um tratamento eficaz, pegar HIV é algo interessante por poder ser dispensada a camisinha. Em todos os casos, heterossexuais podem sim pegar HIV e correm o risco de várias outras doenças no sexo sem proteção, assim como aqueles que já têm HIV e dispensam a camisinha podem encontrar complicações e dores de cabeça muito piores em outras doenças.

Outro risco das conversinhas e opiniões desencontradas na internet é a desinformação a respeito da educação sexual. Como acontece na Rússia, enquanto ficamos discutindo o que é uma aula sobre gênero, milhões de adolescentes mulheres poderiam ter evitado uma gravidez indesejada e outros milhões de adolescentes poderiam ter se precavido de contrair doenças sexualmente transmissíveis enquanto jovens. A educação sexual nas escolas é importante e deve ser ensinada aos adolescentes. O discurso religioso de que isso gerará depravação ou sexualização precoce é equivocado e perigoso, pois está causando a morte e a debilitação da nossa próxima geração.

Um exemplo muito importante que aconteceu na nossa cultura ocidental com a desinformação foram os grupos anti-vacina, que causaram muitos transtornos e mortes nos EUA e começam a dar seus primeiros sinais aqui no Brasil. Felizmente, se negar a vacinar os filhos em nosso país é considerado ilegal, embora muitos pais desavisados e com tendências às teorias da conspiração encontrem formas de esconder a falta de inoculação de seus filhos. É perigoso! Faz mal a todos.

Espero que esse texto tenha ajudado a elucidar alguns sobre os riscos do negacionismo, da conspiração e da falta de conferência sobre o que lemos.

É possível que o radicalismo venha de fora?

Nesta semana, o The New York Times publicou uma notícia informando que o Facebook fará uma atualização com uma ferramenta que permitirá que os usuários descubram se foram vítimas de propaganda política falsa criada e compartilhada por agentes russos com o objetivo de desestabilizar e radicalizar os discursos durante as eleições presidenciais dos EUA.

Segundo a publicação, 29 milhões de americanos viram conteúdo falso publicado por russos no Facebook diretamente na timeline, 126 milhões de pessoas viram conteúdo compartilhado e 150 milhões de pessoas foram expostas às informações quando o Instagram é considerado. Isso significa que quase metade da população total americana visualizou de alguma forma notícias falsas criadas por uma nação do outro lado do mundo.

Uma das notícias falsas da eleição americana. Yoko Ono dizendo, “Eu tive um caso com Hillary Clinton nos anos 70.” Fonte: Heavy.com

O termo fake news entrou em cena desde então, com a ascensão de milhares de sites ao redor do mundo com a única função de criar notícias falsas, inflamatórias ou exageradas, com o objetivo de enganar, confundir ou radicalizar as pessoas comuns. Aliada a essa força do mal, indivíduos no WhatsApp criam absurdos e desinformações para compartilhar com familiares e amigos, um lugar onde as pessoas se tornam muito mais suscetíveis ao problema.

WhatsApp é mais alarmante no Brasil por contar com uma socialização que envolve pessoas acostumadas e desacostumadas a usar a internet. Dentro de grupos familiares, uma história bem escrita compartilhada com negritos e emojis por um sobrinho apoiador do Bolsonaro ganha mais confiança e simpatia dos tios e avós pelo fato de o sobrinho estar compartilhando, e dentro daquele ambiente familiar. Com incentivo de levar a mensagem adiante como se fosse uma verdade que precisa ser exposta ao mundo, à modelo das antigas correntes de e-mail e Orkut, esse modelo de desinformação tem causado grandes transtornos, como mentiras contadas sobre Jean Wyllys, o programa de televisão que será encabeçado por Pabllo Vittar, a exposição Queermuseu de Porto Alegre e, para não dizer que o problema só está em opiniões de direita, os “fatos” inflamatórios sobre figuras queridas dos conservadores brasileiros, Alexandre Frota e Jair Bolsonaro.

Uma das obras causadoras de polêmica da exposição Queermuseu. Crianças podem ser gays? A resposta óbvia é que sim, mas alguns setores não aceitaram. Fonte: JornaLivre

O que nos leva ao título: será que as origens de tudo isso são mesmo os próprios brasileiros? Segundo artigo com várias estatísticas publicadas pelo El País Brasil, nossa nação já não é tão conservadora assim. Mais de 70% dos brasileiros hoje aprovam não só o casamento entre pessoas do mesmo sexo como também a adoção. A voz e a luta contra o racismo e desigualdade entre os sexos também ganhou e continua ganhando muita força, tanto entre os jovens quanto entre os mais velhos, que têm mais dificuldade em aceitar grandes mudanças na sociedade. As regras estão mudando sobre o que é ou não aceitável nas conversas cotidianas. O brasileiro está se aproximando rapidamente do que é o ocidental, especialmente com o advento da internet.

Não é novidade alguma que exista um setor conservador na sociedade, em qualquer sociedade afinal, especialmente na classe média. Ultimamente se tornaram mais audíveis e escandalosos com os casos que todos já conhecem, mas não aumentavam em volume até que pessoas jovens começaram a se enxergar em discursos radicalizados e preconceituosos, com o viés de que isso os tornaria pessoas mais respeitáveis e “de bem.” Páginas como o “Orgulho de Ser Hétero” dão cabo a isso e insistem aos influenciados que ser preconceituoso com mulheres e homossexuais fará deles homens mais masculinos e completos. Qualquer análise maior sobre as postagens lá dispostas mostra o contrário. Dos comportamentos imaturos dos seguidores ao conjunto raso de ideias que cultivam ao preconceito injustificado contra o gênero com o qual se relacionam.

O discurso típico do masculino exagerado, onde as obrigações e direitos de cada um no relacionamento são aparentemente diferentes. Fonte: Orgulho de ser Hetero / Facebook

Mas e se tudo isso nem foi gerado aqui? Até o ano de 2014, era raro ver organizações e grupos que difundiam o preconceito e a segregação na rede. As pessoas pareciam todas estar conversando sobre assuntos que mereciam ser discutidos, e o nível dos debates e das questões estava crescendo. Com essa onda, muito melhorou no funcionamento da sociedade e no respeito em geral, tanto falando de religião como de orientações ou gênero. O brasileiro se tornou mais informado na política e nos seus direitos. Agora a coisa parece estar se desenrolando.

Facebook se comprometeu a contar para os americanos o que eles viram de falso, fabricado pelos russos. Mas o Facebook também sabe que as fake news e as radicalizações estão acontecendo por aqui. Só que ninguém fez a pergunta, ninguém suspeitou de nada, e eles não têm obrigação de contar. Quem criou? Por quê? Será que não existem interesses e mãos ocultas por trás de formadores inflamados de opinião, como o MBL, onde um negro defende o fim de direitos de seus pares? O que garante que os próprios EUA, a Rússia ou vizinhos interessados em determinadas riquezas brasileiras não possam ter interferido nas nossas opiniões políticas, conduções no Congresso e no Senado, nas eleições? Quem garante que isso não possa acontecer no ano que vem? Quais precauções o Facebook de fato tomaria nesse caso?

O ápice da esquizofrenia ideológica pode simplesmente ter sido importado. Casos e falas parecidos foram vistos nas eleições dos EUA. Fonte: MBL

É hora de começarmos a nos questionar: fomos nós que criamos nossos radicais conservadores, que hoje gritam e esperneiam tentando fazer o brasileiro de verdade acreditar que eles são a maioria ou o retorno da sanidade? Ou será que é uma massa influenciável da nossa população sendo manipulada em prol de um objetivo oculto?

De toda forma, se você estiver aflito(a) (como eu também estava), fique um pouco mais tranquilo(a). A porcentagem de brasileiros que se deixam levar por essas ideologias extremistas e segregacionistas é relativamente pequena, a maior parte de nós continua sã. Que façamos nossos votos refletirem isso em 2018.

Rússia finalmente admite nuvem de radiação sobre a Europa

Resumo:

Depois de meses negando, a Rússia confirmou a detecção de níveis mais altos que o normal de um isótopo radioativo sobre a maior parte da Europa em setembro de 2017. Essa confirmação vem depois do relatório do Instituto Nacional Francês de Proteção da Radiação e Segurança Nuclear (IRNS) sobre o incidente, publicado no início de novembro.

Foi confirmado

Em setembro de 2017, várias agências de monitoramento detectaram uma quantidade incomum de radiação sobre a maior parte da Europa. Vários países europeus sugeriram que a fonte dessa nuvem de radiação poderia ser a Rússia. Enquanto isso, autoridades russas negaram até mesmo a detecção da nuvem — até agora.

Em 21 de novembro, a agência de serviços meteorológicos russa corroborou os achados do Instituto Nacional Francês de Proteção da Radiação e Segurança Nuclear (IRNS), uma das primeiras agências de monitoramento a perceber os níveis elevados de rutênio-106, o isótopo radioativo do raro metal pesado rutênio.

Dia 9 de novembro, o IRNS disse que havia detectado rutênio-106 sobre a França de 27 de setembro a 13 de outubro em níveis de poucos milliBecquerels por metro cúbico de ar. As medidas apontaram para uma fonte em potencial da nuvem de radiação, algum lugar entre o Volga e os Urais, um rio russo e uma cadeia de montanhas, respectivamente.

Fonte: IRSN

A Roshydromet confirmou “contaminação extremamente alta,” detectando níveis de rutênio-106 1.000 vezes maiores do que em amostras comuns examinadas por duas estações meteorológicas na região sul das montanhas Urais. Isso é consistente com os achados franceses.

No entanto, Maxim Yakovenko, diretor da Roshydromet, disse que o país não era o responsável pela nuvem de radiação. “Os dados publicados não são suficientes para estabelecer a fonte da poluição,” comentou ele em um comunicado, de acordo com o The New York Times.

Enquanto isso, a Rosatom, corporação estatal responsável pela indústria nuclear da Rússia, disse que a radiação não veio de nenhuma de suas instalações, relata o Associated Press.

Motivo para se preocupar?

Então, os europeus deveriam estar preocupados que níveis mais altos do que o normal de isótopos radioativos têm flutuado pelo continente?

De acordo com o IRNS, a resposta é “Não.” Em seu relatório, apontam que os níveis de rutênio-106 detectado na Europa “não oferecem consequências à saúde humana e ao meio-ambiente.” Desde 13 de outubro, não detectaram mais traços do isótopo sobre a França.

Malcolm Sperrin, diretor do departamento de Física Médica e Engenharia Clínica dos hospitais da Universidade de Oxford, disse em um comentário compartilhado pelo Science Media Centre que é importante contextualizar a situação.

“O rutênio é muito raro, o que sugere que sua presença foi causada por um evento de algum tipo. Dito isto, a abundância natural é tão baixa que até mesmo um fator de 900 acima de níveis naturais ainda é muito pouco,” disse ele.

O professor de física nuclear Paddy Regan, da Universidade de Surrey, compartilha do otimismo em seu próprio comentário ao Science Media Centre.

“Os níveis não são particularmente altos, e o fato de que o decaimento […] do isótopo parece ter sido medido isoladamente ao invés de junto ao coquetel padrão de assinaturas de outros fragmentos de fissão sugere um vazamento de uma planta de combustível/reprocessamento ou em algum lugar onde estejam separando [o rutênio], possivelmente para materiais médicos de radiofarmacêuticos/diagnósticos,” diz ele.

Se algo é motivo para preocupação, pode ser a hesitação das autoridades russas em confirmar e compartilhar informações sobre a radiação. O país manteve os detalhes do terceiro pior acidente nuclear do mundo, o desastre de Kyshtym, em segredo por quase duas décadas, e tal sigilo de quaisquer futuros incidentes nucleares podem prejudicar os esforços em proteger uma população de um risco em potencial.

Traduzido do site Futurism.

Os vídeos mais vistos no YouTube no mundo e no Brasil

Alguns conteúdos na internet se espalham tanto e tão rápido que têm números de acessos insanos e são conhecidos por pessoas de todos os países e idades. Aqui nesse post, mostrarei quais são os vídeos mais populares do YouTube, tanto no mundo inteiro quanto no Brasil, e um pouco da história de seu sucesso. Por seu alto valor de replays, ou seja, possibilidade de ser visto várias vezes pelas mesmas pessoas e em locais diferentes, músicas e vídeos infantis dominam a lista tanto aqui quanto lá fora.

#1 ???????????? Luis Fonsi – Despacito ft. Daddy Yankee (3.194.398.891 ????‍????‍????‍????)

O hit do cantor portorriquenho Luis Fonsi tomou o mundo de assalto, tornando-se o vídeo mais rápido a atingir 2 bilhões e 2,5 bilhões de visualizações, o vídeo mais visto do ano de 2017 em mais de 40 países e o vídeo com mais curtidas da história.

O artista tem 39 anos, é portorriquenho e canta desde 1998, o que são 19 anos de carreira. Ele já é famoso há muitos anos em vários países latinos, já atuou em uma novela mexicana chamada Corazones al límite e já produziu 8 álbuns durante sua trajetória. O vídeo possui hoje 3.193.913.689 visualizações, sendo que destas, mais de 219 milhões foram visualizações brasileiras. Daria para toda a população nacional ter assistido à música ao menos uma vez! Mas lembremos que muitas dessas foram pessoas assistindo de novo.

Despacito é o único vídeo que ocupa a mesma posição tanto no ranking do Brasil quanto do mundo.

#2 ???? Wiz Khalifa – See You Again ft. Charlie Puth (3.025.397.180 ????‍????‍????‍????)
#2 ???????? Galinha Pintadinha – Pintinho Amarelinho (450.318.414 ????‍????‍????‍????)

Enquanto Wiz Khalifa é responsável por entrar no hall de vídeos que arremataram mais de 3 bilhões de visualizações (quase metade da população mundial, se as visualizações fossem únicas), aqui no Brasil o desenho animado Galinha Pintadinha comprova o sucesso de sua fórmula, tendo atingido atualmente 450.316.359, ou seja, quase duas vezes toda a população do Brasil. Nem mesmo se juntássemos todos os falantes de português do mundo (270 milhões) alcançaria-se essa cifra. As criancinhas realmente gostam de Pintinho Amarelinho! E quem aí nunca ouviu?

#3 ???? PSY – Gangnam Style (2.929.676.821 ????‍????‍????‍????)
#3 ???????? Justin Bieber – Baby ft. Ludacris (1,679,386,550 ????‍????‍????‍????)

É impossível não se lembrar da febre que foi Gangnam Style (2012). Hoje com mais de 2,9 bilhões de visualizações, já não ouvimos tanto o hino do artista sul-coreano, mas em seu ápice praticamente todas as pessoas que conhecíamos sabiam fazer a dancinha. Foi um dos primeiros vídeos em que tomou-se nota do alto alcance e poder de viralização da internet. Hoje, qualquer pessoa no mundo reconhece este artista, que apesar de uma febre em seu auge, somente chegou a este patamar com duas de suas músicas, a que integra este ranking e Gentleman, que hoje tem mais de 1,1 bilhão de visualizações no site de streaming.

Já os tupiniquins gostam mais de um jovem canadense que também virou febre no mundo inteiro e alcançou vários hits de sucesso. A música Baby (2010), lançada quando Justin Bieber ainda era um garotinho, conquistou mais popularidade do que o rei da Coreia do Sul por aqui. Não é de se impressionar quando nos lembramos que J. B. tem os fãs mais apaixonadas do mundo no Brasil, mesmo arrumando confusão com pichações, batendo em repórteres e tomando atitutes questionáveis.

#4 ???? Justin Bieber – Sorry ft. Ludacris (2.715.187.074 ????‍????‍????‍????)
#4 ???????? Henrique e Juliano – Cuida Bem Dela (192.266.547 ????‍????‍????‍????)

Não foi só no Brasil que Justin Bieber fez sucesso! Só parece que o brasileiro é um fã um pouquinho mais ávido do que o resto do mundo. Para a humanidade, a música Sorry (2016) ocupa o quarto lugar, conquistando com um divertido vídeoclipe integrado somente por mulheres. Juntar excelentes dançarinas a uma música contagiante e um ritmo que fica na cabeça parece ser uma fórmula de sucesso! A música Sorry permaneceu na Billboard por impressionantes 42 semanas, ou 9 meses. Uma das músicas ouvidas por mais tempo consecutivo da história! Hoje, havendo declarado que procurará se reformar e voltar à religião e a se estabilizar, talvez o artista não apareça mais nessa lista.

No Brasil, uma lágrima discreta escorre nos olhos daqueles que já tiveram que deixar de lado o orgulho e ver partir alguém que se ama para os braços de outra pessoa. Henrique e Juliano dominam o YouTube quando o assunto é sertanejo, e ocupam o quarto lugar dos vídeos mais assistidos do país.

#5 ???? Mark Ronson – Uptown Funk ft. Bruno Mars (2.606.089.223 ????‍????‍????‍????)
#5 ???????? Luan Santana – Tudo Que Você Quiser (157,272,523 ????‍????‍????‍????)

Chamado por aí de novo Michael Jackson, Bruno Mars entra na lista global com o hit meteórico Uptown Funk (2015), uma música animada e positiva com um clipe que empolga. O artista acabou se tornando um dos mais conhecidos nos últimos anos, com aparições em programas como o Saturday Night Live e muitos lançamentos que alcançaram grande sucesso. Apesar da música ser autoria de Mark Ronson (que também tem sua fama própria, já tendo atingido mais de 7,7 milhões de visualizações com a música Bang Bang Bang), os últimos acertos de Mars acabaram apontando os holofotes para ele. E viva o pop!

Já por nossas terras, mostra-se a apreciação pelo que é produto aqui dentro. A superestrela do sertanejo universitário Luan Santana já foi assistido no YouTube nada menos do que 157 milhões de vezes, o que deixa claro que o gênero musical veio para ficar, e que continuamos sendo um país de apaixonados.

#6 ???? Masha and the Bear: Recipe for Disaster (2.370.249.912 ????‍????‍????‍????)
#6 ???????? Anitta – Show das Poderosas (135.530.470 ????‍????‍????‍????)

Enquanto nossas crianças estão viciadas em Galinha Pintadinha, lá fora a figura da vez é Masha, a protagonista de um desenho animado infantil russo. Apesar de ter sido criado lá do outro lado do mundo, no país da vodka, o vídeo é assistido pela garotada do mundo inteiro, inclusive pelos brasileiros! Uma troca de entretenimento global realmente impressionante.

Por aqui o amor à música brasileira continua sendo evidenciado com a quinta posição sendo ocupada pelas mais de 135 milhões de visualizações ao vídeo de Show das Poderosas (2013), da Anitta! Tendo feito uma linda apresentação nas Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016 e lançado várias músicas viciantes e memoráveis nos últimos anos, a artista se consagrou no mercado musical nacional e caminha para mais reconhecimento no mundo inteiro, tendo feito uma parceria com Iggy Azalea para a música Switch (6.032.898 ????‍????‍????‍????) que a levou a fazer uma aparição no programa de auditório de Jimmy Fallon e agora com os sucessos que vão além de nossas fronteiras como Sua Cara (88.853.413 ????‍????‍????‍????), parceria com Major Lazer e a drag queen brasileira Pabllo Vittar, e Paradinha (128.844.174 ????‍????‍????‍???? ), sua primeira música cantada em espanhol e filmada em um supermercado de Nova York. Show das Poderosas inclusive foi a música escolhida para a incrível dança de uma vaca (!) em um supermercado no México!

#7 ???? Taylor Swift – Shake It Off (2.318.364.505 ????‍????‍????‍????)
#7 ???????? PSY – Gangnam Style (2.929.676.821 ????‍????‍????‍????)

Emplacando hits como Bad Blood (1.099.378.957 ????‍????‍????‍????), Blank Space (2.129.596.718 ????‍????‍????‍????) e You Belong With Me (741.712.004 ????‍????‍????‍????), Taylor Swift não é nenhuma estranha para altíssimas taxas de visualizações no YouTube. Com estes feitos, a artista demonstra que quando se é talentoso o sucesso sempre é alcançado, mesmo sem aceitar por muito tempo entrar em serviços como o Spotify, que são usados por centenas de milhões de pessoas em todo o mundo. Talvez, inclusive, a falta dessa disponibilidade tenha feito mais pessoas recorrerem ao YouTube para poder curtir as músicas da cantora.

Os brasileiros mostram o poder da globalização e do pop sul-coreano ao darem a sétima posição para o cantor PSY, que é o primeiro vídeo a se repetir nesta lista.

#8 ???? Enrique Iglesias – Bailando (2.299.787.681 ????‍????‍????‍????)
#8 ???????? Katy Perry – Dark Horse ft. Juicy J (2.055.995.991 ????‍????‍????‍????)

Sabendo que o espanhol é a terceira língua mais falada do mundo, não é de se espantar que mais uma música no idioma componha a lista mundial de vídeos mais visualizados. Na lista, o ocupante do oitavo lugar é o espanhol Enrique Iglesias, que rompeu a barreira linguística em todos os cantos do planeta com o hit Bailando, sucesso de 2014.

Já entre nosso povo a queridinha da vez é Katy Perry, cantora pop que começou seu sucesso com hits como I Kissed a Girl (126.612.194 ????‍????‍????‍????) e Hot N Cold (687.425.182 ????‍????‍????‍????). A artista retornou o amor aos brasileiros com um vídeoclipe especial da música Swish Swish Bish (47.221.747 ????‍????‍????‍????) com ninguém menos que a rainha dos memes da internet brasileira, Gretchen.

#9 ???? Maroon 5 – Sugar (2.239.256.118 ????‍????‍????‍????)
#9 ???????? Michel Teló – Ai Se Eu Te Pego (762,885,838 ????‍????‍????‍????)

Além de ser uma das melhores músicas do Maroon 5, Sugar (2015) conquista o nono lugar pelo muito bem pensado vídeoclipe, que mostra a história de um casamento que termina em uma surpresa: a banda de Adam Levine aparecendo para fazer os convidados dançarem! Contou-se, depois de um certo mistério planejado, que todo vídeo havia sido roteirizado, o que já era a desconfiança de muitos dos que assistiram. Ainda assim, a ideia foi bem legal e alavancou as visualizações da música.

Talvez um dos vídeos mais vistos de um artista brasileiro, Michel Teló fez história com Ai Se Eu Te Pego (2011), um hit extremamente contagiante que tocou em festas e boates de todo mundo! Ainda hoje o artista faz muito sucesso e é figurinha repetida na televisão e plataformas de entretenimento. Não é qualquer um que tem gente na Europa cantando o refrão até hoje!

#10 ???? Katy Perry – Roar (2.205.372.274 ????‍????‍????‍????)
#10 ???????? Marcos & Bellutti – Domingo de Manhã (133.530.571 ????‍????‍????‍????)

Katy Perry se torna a terceira artista a aparecer mais de uma vez nesse ranking ao contagiar o mundo com Roar (2013), um hino sobre a força da mulher em tempos onde isso precisa ser enaltecido. Com um vídeo divertido e uma pegada criativa, a libertação feminina alcança uma nova altura ao fincar no décimo lugar do placar mundial esse sucesso do pop da artista californiana.

Já em Pindorama continuamos cultivando nosso amor pelo sertanejo ao entregar a décima posição para o megasucesso Domingo de Manhã (2014), de Marcos & Bellutti, que foi além das fronteiras do sudeste para embalar o Brasil inteiro nesse gênero musical. Tamanho alcance serve para mostrar aos que não agradam do estilo que muita gente discorda e adora colocar suas baladas preferidas no repeat.


E aí, gostaram da lista? Sugiram outros tipos de rankings e comparações que vocês gostariam de ver por aqui!

PS: O ranking brasileiro foi feito com base na listagem feita pela revista Exame, da Abril, para o ano de 2016. É possível que alguns vídeos tenham alcançado e/ou superado alguns dos que foram publicados aqui, mas por não haverem dados mais recentes confiáveis, os nomes publicados pela revista foram mantidos.