Por que não aproveitar a crise política brasileira para criar um país do Sul — SC, PR e RS?

Esta é uma postagem adaptada de um comentário feito em uma resposta para uma pergunta parecida no Quora. Você pode acessar a pergunta original e o comentário clicando neste link.

Apesar do argumento de que os estados do Sul do país possuem IDH mais elevado e menos crimes, isso não significa que a região seja mais desenvolvida socialmente ou economicamente. Ela é completamente dependente (e devedora) do restante do país, em especial a região Sudeste.

O IDH da Venezuela era maior que o do Brasil por várias décadas. O da Argentina também é. IDH não é um índice que sobe para nunca mais descer. O IDH de Santa Catarina é muito alto, e vários dos medidores do estado são ótimos, mas isso não significa que ele seja autossuficiente.

Sem a infraestrutura e diversidade econômica do Brasil como um país único, Santa Catarina não teria condições de manter a atual qualidade de vida. A economia seria muito mais volátil, de acordo com os poucos commodities que o estado concentra, e simplesmente não daria para manter o “país”.

Na Europa, os países se formaram por questões culturais próximas e idiomas, em muitos casos. Isso funcionou por lá. No caso da África, por exemplo, seria absolutamente impossível. Pelo fato de falarmos português, termos uma história comum de descoberta e desenvolvimento, sermos completamente integrados economicamente e socialmente (televisão, jornais, empresas…), não vejo força no argumento de que somos diferentes demais para sermos todos brasileiros.

Para que Santa Catarina ou o Sul, como um todo, pudessem se tornar um país estável e promissor sem o resto de nós, seria necessário que os cidadãos e governo iniciassem megaconstruções em diferentes frentes para ampliar significativamente a diversidade econômica da região e criar uma insfraestrutura independente capaz de dialogar com todos os vizinhos de forma eficiente sem os muitos acessos ao novo Brasil (Santos, Salvador, São Luís…), sem zonas industriais absolutamente vitais (São Paulo, Belo Horizonte, Manaus), sem o fornecimento do alimento provido pela zona rural do Centro-Oeste/Sudeste (São Paulo, Mato Grosso, M. G. do Sul), enfim…

Creio que sejamos similares o suficiente para compartilhar uma nação e que, juntos, podemos mais. Também acho que é uma energia muito mais bem gasta contribuir para que o Brasil inteiro dê certo do que para tentar conseguir algum dia uma secessão. Eu não tenho como garantir que isso jamais acontecerá na História, mas tenho 99,9999999% de certeza de que não acontecerá em nossas vidas.

Vacina para o HIV será testada em milhares de pessoas

Resumo:

Dois grandes testes contra o HIV foram lançados na África. Um é para testar uma nova vacina da Johnson & Johnson, enquanto a outra é para uma droga injetável da ViiV Healthcare criada para tratar o HIV.

Tratando e prevenindo o HIV

Mais de 70 milhões de pessoas foram diagnosticadas com HIV desde o início dos anos 80, e o vírus já tomou a vida de mais de 35 milhões. Alguns podem argumentar que o pior já passou, mas o HIV ainda é uma sentença de morte para muitas pessoas ao redor do mundo. Até que nós encontremos uma cura ou, no mínimo, um tratamento melhor e opções de prevenção da doença, ela continuará ceifando vidas.

Agora, dois novos estudos sendo lançados na África — onde a HIV/AIDS já foi a maior causa de morte — podem resultar no avanço que precisamos.

A Johnson & Johnson colaborou com os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos EUA e com a Fundação Bill & Melinda Gates em uma vacina que combina dois compostos e será testada em 2.600 mulheres do sul da África nos próximos três anos. A primeira dose da vacina contra o HIV fortalece o sistema imune, ao passo que a segunda impulsiona a resposta do corpo. A vacina combina proteínas de diversas variações do HIV para criar um “mosaico” que irá, com sorte, ser capaz de prevenir a infecção por qualquer variação do vírus.

“Estamos progredindo,” diz Paul Stoffels, Diretor Científico da J&J, à Reuters, antes de explicar que espera que sua vacina contra o HIV possa atingir sucesso acima de 50%. “Esta é a meta,” diz Stoffels. “Com sorte, iremos além.”

Em novembro de 2016, outro teste de uma vacina contra o HIV, HVTN 702, foi lançado na África do Sul, e de acordo com a Reuters, esta é a primeira vez em mais de uma década que duas vacinas contra o HIV são testadas simultaneamente.

Além do estudo da vacina da J&J, um teste da ViiV Healthcare também foi lançado na África sub-saariana. O estudo envolverá 3.200 mulheres, que receberão injeções da droga experimental cabotegravir da ViiV a cada dois meses para testar sua eficácia no tratamento do HIV. A iniciativa da ViiV também está recebendo fundos do NIH e da Fundação de Gates, e espera-se que seja concluída em maio de 2022.

Desenvolvimentos promissores

Cientistas e pesquisadores têm feito progresso firme nos tratamentos do HIV, com 2017 tendo mostrado a maior promessa até agora.

No ano passado, cientistas do Instituto de Pesquisa Scripps descobriram uma “cura funcional” que foi testada com sucesso em ratos, enquanto o NIH conduziu um estudo com um anticorpo que pode matar 99% das variações do HIV. Uma droga usada para tratar o câncer poderia se tornar o novo tratatamento da doença, e a edição de genes pelo CRISPR tem sido usada para aumentar a resistência contra o HIV em animais.

Kristen Lanphear, gerente nas Iniciativas de Saúde Comunitárias na Trillium Health, disse que estes dois novos estudos africanos são significativos porque “um grama de prevenção vale um quilo da cura.” Cada novo método de prevenir infecções por HIV poderia resultar em milhões de pessoas vivendo vidas normais e saudáveis.

“Ambos estes desenvolvimentos são potenciais novas ferramentas muito animadoras na caixa da prevenção,” disse Lanphear. “Embora a cura continue apenas uma possibilidade, a prevenção é uma forma alcançável de realmente acabar com a epidemia do HIV. Quanto mais ferramentas tivermos para usar, mais rápido chegaremos a esta meta.”

O HIV é imprevisível — o vírus não afeta a todos da mesma forma, pode se tornar resistente a drogas anteriormente eficazes, e o que funciona contra uma variação pode não funcionar contra a outra. Adicionalmente, muitos tratamentos existentes devem ser usados continuamente para serem eficazes. Felizmente, Lanphear prevê que a vacina da J&J e a droga da ViiV têm potencial para evitar alguns destes problemas.

“Nenhuma ferramenta isolada será o suficiente para fazer o trabalho, porque nenhuma ferramenta funciona para toda pessoa e todo país,” disse Lanphear. “Ambos estes desenvolvimentos tiram um pouco da variabilidade da equação – confiam menos em ação contínua (tomar uma medicação diária ou usar camisinhas consistentemente, por exemplo) e permitem um comprometimento episódico ou de só uma vez pela saúde.”

Ambos os testes, da vacina contra o HIV e o de tratamento, só estão começando, então não saberemos por algum tempo qual a viabilidade. Ainda assim, valerão a espera se puderem salvar vidas e nos ajudar a acabar com o HIV de uma vez por todas.

Traduzido do site Futurism com fontes da Reuters e do CDC.