O homem que previu o smartphone exatamente como ele é hoje: David Gerrold

Esse é um PITA no seu bolso?

Tenho um celular, um organizador de bolso, um pager, uma calculadora, uma câmera digital, um gravador de bolso, um tocador de música e, em algum lugar por aqui, eu costumava ter uma televisão a cores.

Em algum tempo, nos próximos anos, todos esses dispositivos se fundirão em um só. Será uma caixinha com menos de uma polegada e menor que um baralho (o tamanho será determinado pela conveniência ao segurar, e não pela tecnologia interna). A caixinha terá uma tela colorida de alta resolução, um microfone, uma entrada para fone de ouvido ou headset, uma lente de cãmera, conectividade wireless, funções de pager e telefone, uma televisão, receptor de rádio, um gravador digital e terá poder de processamento e memória suficientes para funcionar como um computador de mesa. Ele poderá ser conectado a um teclado e monitores. E sim, ele também terá funções de e-mail embutidas.

O mais importante é que ele terá reconhecimento de voz e síntese de voz. Ele te escutará e responderá em inglês ou qualquer idioma que você precisar, e sim, terá um tradutor também. Será um agente, indo por aí fazendo cibertarefas para você. Por exemplo: “Preciso de um restaurante japonês em Tulsa, perto do Hotel Ramada Inn. Agende uma reserva e arrume um transporte. Se não tiver japonês, tente um italiano.” Ou, “Envie uma mensagem de voz para Bob dizendo: ‘Bob, aceitamos sua oferta, mas precisaremos de um rascunho do acordo até dia 15. Me avise se tiver algum problema.'”

Chamo esse dispositivo de Personal Information Telecommunications Agent (Agente Pessoal de Informação e Telecomunicação), ou PITA, para abreviar. A sigla também pode significar Pain In The Ass (Encheção de Saco), o que também será, porque ter tanta conectividade destruirá o que sobrou da privacidade de todo mundo.

David Gerrold é um autor premiado que escrevia sobre computação, e atualizou seu site até 2014. Essas previsões foram publicadas em dezembro de 1999.

Fake News 2.0: a IA em breve poderá imitar qualquer voz humana

A maior perda causada pela inteligência artificial será a completa destruição da confiança em tudo que você ouve ou vê

Créditos: Rami Niemi

Em 2018, o medo das notícias falsas será ínfimo comparado ao das novas tecnologias capazes de imitar a voz humana. Isso poderia criar pesadelos de segurança. Pior ainda, poderia tirar de nós parte de nossa singularidade. Mas empresas, universidades e governos já estão trabalhando furiosamente para decodificar a voz humana para muitas aplicações. Estas vão desde maior integração aos dispositivos da internet-das-coisas até a viabilização do diálogo natural entre humanos e máquinas. Países mais adeptos da tecnologia (os EUA, China e Estônia) entraram nesse espaço, e gigantes do tech como o Google, Amazon, Apple e o Facebook também têm projetos especiais relacionados à voz.

Não é tão difícil desenvolver uma voz artificial, depois modelar e reproduzir palavras e frases faladas. Era admirável ouvir um Apple Macintosh informando a data e a hora em um tom seco e digital. Criar uma voz que soa natural envolve algoritmos muito mais complexos e caros. Mas essa tecnologia está disponível agora.

Como qualquer patologista de voz atestará, a voz humana é muito mais do que vibrações das cordas vocais. Essas vibrações são causadas pelo ar que escapa de nossos pulmões, forçando a abertura de nossas membranas vocais, um processo que produz tons tão únicos quanto impressões digitais, por conta das milhares de comprimentos de onda que são criados simultaneamente e em coro. Mas a singularidade de uma voz também está ligada a características que raramente consideramos, como a entonação, a inflexão e o ritmo. Esses aspectos de nossa fala dependem da situação, são frequentemente inconscientes e fazem toda a diferença para o ouvinte. Eles nos contam quando uma frase como, “Uau, essa roupa é demais!” deve ser interpretada como maldosa, sarcástica, amável ou indiferente. Esse desafio explica o uso desde o começo de emojis em mensagens de texto. Eram necessários para clarificar a intenção por trás da mensagem escrita porque é extremamente difícil interpretar o significado real do escrito comparado ao que é dito.

Detalhes como intonação, inflexão e ritmo são particularmente difíceis de modelar, mas estamos chegando lá. O projeto Voco da Adobe está desenvolvendo o que seria, essencialmente, um Photoshop das ondas sonoras. Funciona com a substituição de ondas por pixels, para produzir algo que soa natural. A companhia está apostando que, se o suficiente da fala de uma pessoa puder ser gravado (ou adquirido), precisará de um pouco mais do que uma ação de copia-e-cola para alterar a gravação daquela voz. Os resultaods iniciais do Voco são assustadores, assim como impressionantes. O poder do protótipo indica o quão cedo cidadãos comuns serão incapazes de distinguir entre vozes reais e adulteradas. Se você tiver trechos o suficiente armazenados, poderá fazer qualquer um falar praticamente qualquer coisa.

As empresas de tecnologia e seus investidores estão apostando na ideia de que esses sistemas terão tremendo valor comercial com o tempo. Mesmo antes dessa situação surgir, no entanto, esse tipo de tecnologia já apresentará grandes riscos. Em 2018, um indivíduo nefasto poderá ser capaz de criar uma imitação vocal boa o suficiente para enganar, confundir, irritar ou mobilizar o público. A maior parte dos cidadãos no mundo serão incapazes de discernir entre um Trump ou Putin falsos e suas figuras reais.

Quando considera-se a desconfiança ampla na mídia tradicional, instituições e especialistas em suas áreas, a falsidade dos áudios poderá causar um grande estrago. Poderia começar guerras. Imagine as consequências do áudio manufaturado de um líder mundial fazendo discursos bélicos, apoiados por um vídeo fabricado. Em 2018, os cidadãos – ou generais militares – poderão determinar o que é falso?

Traduzido do site Wired.

Cidades virtuais que, de tão realistas, parecem de verdade

Não é novidade nenhuma que os novos jogos estão praticamente reais. Os gráficos dos últimos lançamentos estão tão bons que às vezes confundimos algumas fotos de um jogo com um lugar na realidade. Alguns jogos – e jogadores – criam cidades completamente novas, como High Rossferry City, uma das criações mais extensas e detalhadas de Minecraft. A cidade conta com subúrbios, estádios, arranha-céus, bairros, parques, pontes e até uma linha de metrô.

Claro que Minecraft não conta como gráficos incríveis. São simplesmente blocos. A realidade que alcançamos hoje, com os consoles da nova geração e títulos imponentes, é muitas vezes mais impressionante. Duvida? Então vamos dar uma olhada nessas imagens de Assassins Creed: Unity, que resolveu usar o que já temos de belo na humanidade para ilustrar seu próprio universo.

Não precisamos ir muito longe da mídia para encontrar outros casos incríveis de realidade virtual. Embora tenha sido muito criticado pelos jogadores e pela mídia, que esperaram bastante por algo que talvez pudesse ter vindo melhor, Watchdogs é frequentemente lembrado como um jogo que conseguiu impressionar com seu visual.

Screenshot do modo multiplayer de Watchdogs

E se você for uma pessoa díficil de impressionar (eu te entendo), claro que eu deixei o motivo do post, e a melhor parte, para o final. Quem nunca ouviu falar de Grand Theft Auto V? O jogo fala por si mesmo. O clone mais bem feito até hoje de Los Angeles não precisa de vídeos, imagens ou comparações para mostrar por que é tão realista. Basta uma foto qualquer do jogo. Mas qual a graça de mostrar o que o Google Images já cobre? O que eu quero fazer aqui é mostrar para você uma edição que literalmente vai te dar vontade de visitar um lugar que não existe. Que tal um rolê por Los Santos?

Conhece algum jogo ultrarrealista que merecia aparecer na lista? Sugere nos comentários! 🙂