Pesquisadores cingapurianos criaram a primeira bebida do mundo feita de TOFU

Se está procurando por algo diferente dos golinhos de fim de semana, que tal uma bebidinha feita de tofu?

Soa completamente bizarro, mas pesquisadores da Universidade Nacional de Cingapura (NUS) criaram a primeira bebida alcoólica feita a partir de soro de tofu.

De jeito nenhum? Ah, mas é isso mesmo – e foi tudo graças à popularidade do tofu na cultura asiática e as grandes quantidades de soro que são perdidos no processo de fabricação do tofu.

O Professor Associado Liu Shao Quan (direita) e o doutorando Chua Jian Yong (esquerda) tornaram com sucesso o soro de tofu em uma gostosa bebida alcoólica que chamaram de Sachi. Fonte: Universidade Nacional da Cingapura

Quando descartado como lixo sem tratamento, o soro contribui para a poluição do meio ambiente, já que a proteína e os açúcares solúveis presentes nele contribuem para a desoxigenação de vias hídricas.

Foi o suficiente para motivar o Professor Associado Liu Shao Quan e o estudante de doutorado Chua Jian Yong a fazerem algo a respeito disso.

E também parece bem nojento (veja abaixo).

Créditos: Aqilah Allaudeen / Business Insider

Os pesquisadores da NUS usaram uma abordagem de desperdício zero para converter o subproduto do tofu em uma bebida alcoólica Made in Singapore chamada “Sachi”, o que significaria “êxtase”.

Durante uma visita da mídia ao laboratório da NUS, o sr. Chua disse ao Business Insider que usou um nome inspirado no japonês por conta da popularidade da cultura japonesa entre cingapurianos. Também, pela bebida ter um perfil próximo do saquê, ele achou apropriado.

Chua diz: “Muito poucas pesquisas foram feitas para transformar o soro de tofu em comida palatável e bebidas.”

“Já trabalhei com a fermentação do álcool durante minha graduação na NUS, então decidi encarar o desafio de produzir uma bebida alcoólica usando o soro. A bebida acabou saindo gostosa, o que foi uma surpresa agradável,” finaliza o sr. Chua.

Quando lhes foram oferecidos uma amostra, os jornalistas presentes concordaram, com muitos descrevendo a bebida como “frutosa” e “parecida com vinho ou saquê.”

Todo o processo, da manufatura do tofu à transformação dele em Sachi, leva aproximadamente três semanas. Ele envolve refogar e triturar grãos de soja para fazer leite de soja, para depois coagular e formar o tofu.

Durante o processo de coagulação, o soro de tofu é formado.

Primeiro os grãos são refogados, e depois triturados (quando okara, um subproduto, é formado), por último acontece a coagulação (quando o soro de tofu é produzido). Créditos da foto: Business Insider / Aqilah Allaudeen

Depois de coletar o soro de tofu, ele passa por um processo de pré-tratamento (quando açúcar e ácido são adicionados e o líquido é pasteurizado) seguido da fermentação e armazenamento.

Ainda assim, há trabalho a ser feito.

Como a vida útil do Sachi é de somente 4 meses em refrigeração, os pesquisadores estão trabalhando para aumentar esse tempo para seis a nove meses em temperatura ambiente.

Também estão procurando parceiros na indústria para que forneçam soro de tofu e ajudem no processo, para que não tenham que levar a fabricação por conta própria.

Achar um fornecedor disposto tem sido um ponto chave, já que muitos dos fabricantes de tofu na Cingapura têm certificação halal (NT: Comportamentos e regras de consumo do islã) e não podem produzir bebidas alcoólicas em suas instalações.

Ainda assim, os pesquisadores continuam otimistas no desenvolvimento do Sachi e dos benefícios na saúde que ele provê.

O Professor Associado Liu disse: “É a única bebida alcoólica com isoflavones, que contribuem para benefícios na saúde como integridade óssea, saúde do coração e prevenção contra câncer.”

Então, caso isso chegue aos bares ou prateleiras dos supermercados, pode beber – faz bem para você.

Traduzido do site BusinessInsider.

Como a ciência mudará como bebemos

A cerveja nos acompanha há milhares de anos — 5.000, na verdade, de acordo com um estudo recente. Há evidências de que as primeiras civilizações chinesas (entre 3.400-2.900 a.C.) fermentavam grãos em potes de argila para criar as primeiras variedades.

O processo básico não mudou muito nesse tempo: grãos, que frequentemente passam por um processo inicial de malteamento, viram um “purê” (embebidos em água quente) para liberar açúcares. As leveduras consomem o açúcar e o transformam em álcool. O processo do vinho é parecido: uvas são colhidas e reduzidas, depois as leveduras fermentam a mistura.

O processo básico pode ter permanecido, mas mecanizamos os processos para produzir mais bebidas em menos tempo, e ajustamos partes do processo para dar sabores diferentes e criativos às bebidas. O motivo é claro: as pessoas adoram apreciar a ocasional bebida alcoólica, e não vamos parar tão cedo. Aliás, continuamos a desenvolver novas técnicas e inovações para nos ajudar a beber de formas diferentes ou, às vezes, melhores. Aqui vão cinco mudanças que podem acontecer na sua bebida no futuro próximo.

Tempos mais quentes significam mais grana pelo vinho

As mudanças climáticas criam uma incógnita para vinhedos. A temperatura afeta drasticamente a qualidade das uvas — temperaturas mais altas aumentam a quantidade de açúcar e causam mudanças surpreendentes no sabor de vinhos feitos das mesmas uvas por várias gerações. As temperaturas estão subindo rapidamente em regiões de vinhos como o Alto Adige do norte da Itália, o que deixa fazendeiros e fabricantes de vinhos incertos sobre quando fazer a colheita. Períodos curtos de frio imprevisíveis podem pegar os fabricantes de surpresa, congelando e destruindo videiras jovens, às vezes destruindo toda uma safra.

Muitas regiões tradicionais de vinhos, como os vinhedos do Vale Napa na Califórnia, estão mais secas que nunca, o que força fazendeiros a alterar drasticamente os períodos de produção. A Organização Internacional de Vinhos e Videiras relatou que 2017 teve uma baixa histórica na produção “devido a condições climáticas desfavoráveis.” Essa escassez levou a aumentos significativos dos preços no mercado global, levando a uma queda constante na produção desde seu auge em 2004. Como resultado, a exportação e importação de vinhos internacionais se destacaram para aplacar a crescente demanda — uma tendência que promete continuar no futuro.

Imitação do vintage

Ao passo que as condições climáticas ficam mais difíceis de prever e variedades específicas ficam mais escassas, grupos começaram a produzir “vinhos sintéticos.” O vinho sintético imita o verdadeiro com álcool de milho de alta qualidade combinado a etanol e compostos orgânicos frutados e aromatizados.

Uma startup de São Francisco chamada Ava Winery alega ter criado um vinho sintético cujos inventores dizem ser indistinguível do verdadeiro. “O grande segredo aqui é que a maior parte dos compostos do vinho não têm impacto perceptível no sabor ou no aroma,” diz o co-fundador Alex Lee à revista New Scientist.

Mas simplesmente substituir o chardonnay e o pinot noir não é tão fácil. Os sommeliers e fabricantes de vinhos ainda hão de ser convencidos pelo produto da Ava Winery: “É bobagem, para ser sincero,” diz ao New Scientist Alain Deloire, diretor do Centro Industrial Nacional de Vinhos e Uvas da Universidade Charles Sturt, na Austrália. Dois consumidores amadores de vinho foram plenamente capazes de distinguir os vinhos sintéticos e tradicionais em um teste às cegas “baseado no cheiro estranho e sabor posterior indesejável,” segundo a New Scientist.

Fermentação Subterrânea

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Créditos: Palmaz Vineyard

Os fabricantes da Palmaz Vineyard no Vale Napa, Califórnia ainda estão transformando uvas esmagadas em produtos fermentados deliciosos. Como estão fazendo isso, no entanto, está longe do tradicional.

O vinhedo criou o FILCS (Sistema de Controle Lógico-inteligente de Fermentação), um complexo de 5 andares e 75 m. Cada um dos 24 recipientes de fermentação é equipado com uma sonda que utiliza de pequenas vibrações para medir ocasionalmente a densidade do líquido, revelando a temperatura, quantidade de açúcar e nível de álcool da bebida. Esse tipo de informação ajuda os fabricantes a garantir consistência de nível laboratorial na fabricação do vinho, resultando em um produto final delicioso e previsível. É mais econômico, também, porque os fabricantes não perdem safras por sabores indesejados, e os consumidores podem continuar comprando um produto confiável e de alta qualidade consistente.

Esse nível de controle pode dar aos fabricantes produtos finais mais consistentes, mas isso gera debate sobre se criariam um vinho melhor. O inventor Christian Palmaz aponta no mesmo post da novidade: “o vinho ainda é feito no vinhedo,” mesmo quando é produzido com tecnologias mais extravagantes após a colheita. A qualidade da uva e onde ela cresceu determinam a maior parte das características do vinho. Uvas de alta qualidade provavelmente ainda resultam em ótimo vinho, com ou sem o sistema de controle high-tech.

Capturando leveduras selvagens

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Créditos: Matt Bochman / Universidade do Indiana

Produtores de cerveja usam centenas de variedades de leveduras hoje. Variedades diferentes dão às cervejas sabores como maçã, pimenta, pinho e alho ao produto final. Subprodutos da fermentação criam esses toques únicos. A mesma levedura, sob condições de temperatura diferentes, pode resultar em sabores diferentes.

Saccharomyces cerevisiae pode ser a espécie mais comum de levedura usada para a cerveja e o vinho hoje, mas é uma de várias — variedades de leveduras dos gêneros Pediococcus e Brettanomyces, assim como lactobacilos usados intencionalmente para azedar alguns tipos de cerveja, são menos comuns hoje mas são usados desde a Idade Média. Hoje, as cervejarias reviveram uma enorme quantidade de estilos diferentes de cerveja que usam essas espécies pouco convencionais de leveduras, oferecendo aos consumidores muitos novos sabores e fragrâncias.

Produtores do chope estão cada vez mais utilizando de leveduras nativas de suas regiões para alterar o sabor do produto final. Em algumas ocasiões, introduzem propositalmente micróbios diferentes para gerar alterações; em outras, através de um processo chamado fermentação espontânea, deixam o mosto fermentar do lado de fora, permitindo que micróbios do ambiente local entrem na mistura. Similar à forma que minerais e turfas locais das águas do litoral da Escócia influenciam no sabor do Scotch, leveduras silvestres encontradas nas proximidades da cervejaria podem influenciar na fermentação e, consequentemente, no sabor.

Mesmo depois de séculos de prática, cervejarias e cientistas ainda não tinham certeza de quais micróbios eram os responsáveis por causar as mudanças na fermentação espontânea. Então geneticistas se envolveram. Maitreya Dunham, uma geneticista de microorganismos da Universidade de Washington, analisou uma cervejaria local de variedade silvestre. A maior parte das bactérias e leveduras que ela encontrou já eram conhecidas à ciência, mas uma, posteriormente chamada de Pichia membranifaciens, era uma nova levedura híbrida (um organismo que se adapta e diversifica geneticamente para sobreviver), como relata o Science News. Embora cervejarias e cientistas descubram novas variedades de levedura todos os anos, a maior parte não é adequada para produzir álcool porque só são eficientes na produção em contato com outras bactérias ou leveduras, ou produzem cheiros e gostos desagradáveis.

Leveduras projetadas

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Créditos: Wikimedia Commons

A engenharia genética pode em breve permitir que erradiquemos doenças e até mesmo “apaguemos” um problema de coração que surgiria para uma pessoa já na fase embrionária. Agora, até cientistas amadores podem usar a mesma técnica de edição genética para alterar espécies de leveduras e fazer cerveja com traços únicos. Com um kit contendo o complexo enzimático do CRIPSR-Cas9, você pode modificar o genoma da levedura comum da cerveja Saccharomyces cerevisiae para torná-la rosa ao invés do branco cremoso natural, tudo na sua própria cozinha. Embora a mudança de cor não afete o sabor garantido pela levedura, não é difícil imaginar que manipular o DNA da levedura pode em breve levar a sabores novos e exclusivos de cerveja.

Para verificar se poderia mudar o sabor da cerveja editando a levedura, Kevin Verstrepen, um professor de genética na Universidade de Leuven, na Bélgica, sequenciou centenas de genomas de leveduras das cervejas locais e usou o CRISPR para brincar com os códigos genéticos. Ele criou uma cepa única que aumenta em 30 vezes a presença do composto sabor banana acetato isoamil. O resultado tinha gosto de “milkshake de banana artificial misturado com cerveja,” disse ele à Eater.

“Acho que o lado mais promissor dessas tecnologias de modificação genética é que você pode pegar uma levedura existente para fazer a cerveja exatamente do jeito que você quer — a BudweiserMiller ou o que for, perfeita — e pode melhorar a levedura em si.”

Cervejarias do futuro poderiam, então, criar leveduras de cerveja personalizadas, produzindo perfis de sabores verdadeiramente únicos e customizados, embora obstáculos como leis sanitárias antiquadas e preocupações na saúde possam atrasar essa realidade.

Traduzido do site https://www.portoribeiro.com/jogos-de-cartas-popular-nos-cassinos/.

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Vodka e Buckfast em frente a um local abandonado na Escócia. Créditos: Jeff J. Mitchell / Getty Images

Alguns dos últimos monges beneditinos do Reino Unido, naturais de Devon, produzem um vinho tônico que muitos dizem ter gosto de xarope com chiclete de fruta. De alguma forma, ele se tornou a bebida escolhida por criminosos violentos na Escócia, a 700 km de distância.

Por £7 (R$ 30) a garrafa, o vinho tônico Buckfast não é a bebida mais barata que você pode comprar na Escócia. E com 15% de álcool, também não é a mais forte. Para a grande maioria das pessoas, seria um exagero considerá-lo o mais gostoso (Consumidores satisfeitos que o compraram na Amazon discordam, dizendo que tem gosto de “lágrimas de anjos” ou do “elixir da vida.” Um deles comenta: “Dizem que não tem propriedades medicinais. Mas tenho quase certeza que estão mentindo.”).

O que o vinho pode ser, no entanto, é o mais incendiário. Embora o Buckfast mal alcance 0,5% do volume total de vendas de álcool na Escócia, em 2015 o Serviço Prisional Escocês reportou que mais de 40% dos presos haviam bebido alguma quantidade desse vinho antes de cometerem o último crime. Desses casos, muitos foram violentos (alguns presos geniosos beberam a garrafa toda e fizeram dela uma boa solução como arma). “A Buckie me fez fazer isso” é, aparentemente, a defesa clássica.

Onde o Buckfast realmente se diferencia é na quantidade de cafeína que possui: uma garrafa de 750 ml tem 281 mg, ou o equivalente a 10 latas de Coca-Cola. A bebida seria ilegal nos EUA, onde o FDA baniu bebidas que combinem álcool e cafeína. Em 2014, a bebida Four Loko foi forçada a mudar a receita e retirar os estimulantes que deram a ela a reputação de “blecaute em lata”, para a tristeza de muitos consumidores.

Você provavelmente não deveria beber uma garrafa inteira de Buckfast, que te deixaria tão bêbado(a) quanto virar oito doses duplas, mas as pessoas certamente fazem isso. As consequências podem ser complicadas.

A receita é confidencial, supostamente conhecida somente por um dos monges de Buckfast Abbey. Em sua essência, é um vinho fortificado com sabor baunilha misturado a vários conservantes e cafeína. O maior destaque é a doçura excessiva — não precisa de açúcar para fazer esse remédio descer.

Buckfast em uma praça. Créditos: Daniel Naczk / CC BY-SA 4.0

Os monges dizem que o Buckfast tem todo tipo de fã, incluindo “idosas pequeninas” que tomam um copinho terapêutico após o jantar. Mas elas provavelmente não são os consumidores escoceses que causam grandes tumultos abastecidos por Buckie. A imprensa escocesa aponta para os “neds,” hooligans da região advindos de projetos habitacionais mais pobres em cidades como Glasgow e Dundee. O uso de “ned” como termo é às vezes controverso — políticos já disseram que é classista e degradante, e encorajaram as pessoas a não usá-lo.

Embora certamente o termo não signifique “Delinquente Não-Escolarizado” como o folclore popular sugere, as conotações são claras (em 2003, o então político Duncan McNeil sugeriu que o termo alternativo poderia ser “os caras que ficam encostados pelas ruas” ou “embaixadores do moletom de academia.”).

 

Os monges, por sua parte, não estão felizes com a conexão. No passado, ligaram a controvérsia a um sentimento antirreligioso e se negaram a prestar esclarecimentos quando o Buckfast foi motivo de títulos noticiosos sinistros. Se fosse banido na Escócia, segundo eles, os que cometem os crimes simplesmente trocariam de bebida preferida, e não é justo culpar monges do outro lado do país por abuso de substâncias. Desde os anos 90, pedem que eles mudem a receita reduzindo ou o álcool ou a cafeína; eles continuam a recusar.

Seja intencional ou não, a popularidade crescente do Buckfast na Escócia não os afeta muito — no ano passado, ganharam quase £9 milhões (R$ 38 milhões) com as vendas da bebida. E como são uma ordem religiosa, não pagam impostos por esses milhões.

Buckfast Abbey, Devon. Créditos: Peter O’Sullivan SJ / CC BY-SA 2.0

Buckfast Abbey, onde os monges vivem e a bebida é produzida, fica muitas horas distante de Glasgow. Ninguém sabe exatamente como o vinho ficou tão popular entre os desafortunados de cidades do outro lado do país. Os monges sugerem que pode ter algo a ver com os fãs tradicionalmente católicos do time escocês de futebol Celtic FC terem criado uma preferência por tomar da santa bebida como aperitivo pré-jogo nos anos 70.

Mas há evidências que sugerem que escoceses têm um gosto especial pelo Buckfast, também chamado como Suco Destruidor de Lares, Loção da Comoção, Garrafa da Briga Contra o Mundo, Speed (nota do tradutor: droga sintética em pó) Líquido ou Suco Embolador, por muito mais tempo que isso. Em propagandas de lojas de vinhos dos anos 30 em jornais escoceses, é a única bebida que fazem questão de mencionar pelo nome.

É possível que escoceses desenvolveram uma preferência pelo Buckfast pelas supostas propriedades medicinais. Em 1921, mudanças nas leis de licenciamento determinaram que álcool só poderia ser vendido entre 11:30 e 15:00, e entre 17:30 e 22:00 nos dias da semana — com a venda totalmente vetada aos domingos. Mas o Buckfast, que era vendido em farmácias como remédio além das lojas de vinhos, poderia ser comprado a qualquer momento. Até os anos 60, ele era anunciado como “um animador esplêndido que restaura o entusiasmo e brilho,” disponível em todas as melhores farmácias.

Buckfast em Buckfast. Créditos: SKIN-UBX / CC BY 2.0

Seja qual for a explicação, o Buckfast parece estar firmemente estabelecido no mundo culinário escocês, ao lado de destaques como o super-doce pudim em forma de tablete, barras de chocolate Mars fritas, e a Munchy Box (NT: uma espécie de marmita). Açougueiros dão sabor à carne com ele, lojas usam-no para vender ovos de Páscoa, e as ocorrências violentas e criminosas associadas a ele continuam a se expandir.

Enquanto isso, lá no sul, hipsters de Londres parecem a estar começando a gostar da bebida. Na taqueria e bar Bad Sports, na popular região de Hoxton, o bartender e natural de Glasgow Stu Bale mistura o vinho com gim e Campari para fazer sua criação principal, Coatbrige Negroni. “O Buckfast tem um azedinho bom e sabor de fruta, então é um substituto válido para o vermute vermelho,” disse Stu à Vice. Pode te deixar bêbado, segundo ele, mas “se souber o que está fazendo, pode fazer com que algo fique realmente delicioso.”

Texto traduzido por Cláudio Ribeiro do site Atlas Obscura.