A busca pelo reconhecimento na História

Você já parou para pensar em quantas pessoas na História sentiam atração por pessoas do mesmo sexo? Pessoas que você conhece, nomes que aparecem nos livros de História, poetas e autores, astros dos filmes, heróis de guerra e reis — e você só aprende sobre isso anos e anos depois que aprende sobre eles, e isso é como um soco no estômago.

Você já parou para pensar sobre como é esse círculo vicioso em que esses nomes são apagados da História, essas partes dessas pessoas são apagadas, então nem aprendemos que outras pessoas podem ser assim? E então você esmaga aquela parte de você que pode ser assim porque não é algo real, todos na História eram heterossexuais e é só você que é a anomalia.

Tipo, essa ideia de que ser qualquer coisa que não heterossexual seja uma coisa totalmente nova. Como se ser gay tivesse sido inventado vinte anos atrás, e que antes disso só haviam livros e livros e livros de mulheres apaixonando-se por homens. Mas não era assim. Havia pessoas como você. Sempre houve pessoas como você, e você só pode aprender isso através de pedaços de papel passados sob a mesa por outros jovens aterrorizados na internet. Isso parte meu coração. Esse apagamento. Esses amores removidos só em caso de um estudante do Ensino Médio poder acabar lendo sobre isso em um livro de História e dizer “Ah”.

Um desabafo pelo fato de que lemos diários, poemas e anedotas procurando por FRAGMENTOS de algo que mostra que essas pessoas que significaram algo para nós poderiam ser como nós. Talvez. O poeta talvez realmente te entenda. O ator realmente pode ter falado sério na TV. É uma triste, desesperada arqueologia de busca por reconhecimento.

Traduzido e adaptado de uma postagem no Tumblr de sharkodactyl.

O dia-a-dia de um casal gay [Parte #1]

Conheça Robin e Julien.

São um casal gay fictício criado pelo artista Wonsun Jin, da Austrália, que também é conhecido por Small World, cuja missão é conquistar o coração de todos. Embora puramente ficção, esses personagens são adoráveis e farão seu dia.

Robin é um garoto de 17 anos com cabelo rosa, gosta de pizza, vídeogames e TV, enquanto Julien tem 19 anos, cabelo azul e gosta de esportes, exercícios e é super espontâneo. Eles são muito diferentes um do outro, mas são totalmente fofos juntos.

Fonte: webtoons.com | https://www.portoribeiro.com/dicas-para-ganhar-no-fortune-tiger/ | fortune tiger ou fortune rabbit | 88 fortune jogo de cassino

Esta é a parte 1 dessa coletânea de tirinhas. Logo postarei as próximas 10. 🙂

[#1] 16 anos depois

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[#2] Precisando de uma recarga

cartao para o tecnico conta na betano[#3] Virando um bad boy

[#4] Material da camisa: “para namorar”

[#5] Uma semana X dois anos

[#6] Escondendo o quarto secreto

[#7] Pauzinhos

[#8] Jaquetas teimosas

[#9] Tosses significam uma visita imediata ao hospital

[#10] Se abraçando por um pesadelo

Bermudas se tornam o primeiro país a revogar o casamento entre pessoas do mesmo sexo

Críticos chamam de “vergonhosa” a manobra sem precedentes de retirada de direitos civis.

Bermudas se tornou o primeiro país no mundo a revogar uma lei que permite que pessoas do mesmo sexo se casem.

O governador da ilha, John Ranking, aprovou uma lei na quarta que reverte uma decisão da Suprema Corte do ano passado que aurotizava o casamento homoafetivo.

Críticos consideram a manobra do território britânico uma retirada sem precedentes de direitos civis.

O ministro de assuntos domésticos, Walton Brown, disse que a legislação assinada pelo Sr. Ranking foi feita para balancear a oposição ao casamento homoafetivo na ilha, considerada conservadora, com as decisões judiciais europeias que garantem o reconhecimento e proteção de casais do mesmo sexo no território.

O Senado e Congresso de Bermudas passaram a lei com ampla vantagem em dezembro, e a maior parte dos eleitores votaram contra o casamento homoafetivo em um referendo. A ilha agora só tem uma lei que permite uniões domésticas para casais gays.

“Esse ato tem a intenção de criar um equilíbrio justo entre dois grupos irreconciliáveis em Bermudas, ao redefinir que o casamento deve ser entre um homem e uma mulher ao mesmo tempo que reconhece e protege os direitos de casais do mesmo sexo,” diz o Sr. Brown.

Grupos de direitos humanos LGBT+ dizem que uniões domésticas configuram um status de segunda classe e que é sem precedentes uma jurisdição tirar o direito legal ao casamento depois dele ter sido garantido.

“O governador Rankin e o parlamento de Bermudas vergonhosamente tornaram a ilha o primeiro território nacional no mundo a revogar a igualdade no casamento,” disse Ty Cobb, diretor da Campanha Global de Direitos Humanos.

A manobra causou o convite a boicotes por ativistas dos direitos LGBT+ contra o território, usando a hashtag #BoycottBermuda.

Casais registrados em uniões domésticas agora terão direitos “equivalentes” aos casais heterossexuais casados, incluindo o direito de tomar decisões médicas pelo parceiro, segundo declaração emitida pelo governo do Sr. Brown.

Cerca de seis casamentos do mesmo sexo de Bermudas, que ocorreram entre a decisão da Suprema Corte em maio de 2017 e a revogação, continuarão a ser reconhecidos sob a nova lei.

Bermudas, um país predominantemente cristão, tem visto uma mudança significativa nos últimos anos em direção às vertentes evangélicas do cristianismo.

Em um debate na Câmara dos Comuns do Reino Unido mês passo, Chris Bryant, do partido trabalhista, chamou a lei de “um projeto de lei desprazeroso e muito cínico.”

“Me sinto muito desapontado,” disse Joe Gibbons, um homossexual bermudense casado. “Isso não é igualdade, e o governo britânico simplesmente disse, ‘Essa não é nossa luta.'”

Apesar de insinuações de que o Secretário de Assuntos Estrangeiros do Reino Unido teria influência na revogação da lei, Boris Johnson parece não ter envolvimento.

Sua permissão só seria necessária se o Sr. Rankin decidisse “reter consentimento” da assinatura da lei. Mas o governador confirmou que havia aprovado a lei depois de “considerações cuidadosas de acordo com minhas responsabilidades sob a Constituição.”

Traduzido do jornal Independent.

A história por trás de Gay Bob, primeiro boneco fora do armário!

Ele foi lançado nos anos 70, para a comemoração e revolta de muitos.

“É outra evidência do desespero que a companha homossexual alcançou em seu esforço para inserir o estilo de vida homossexual, que é um estilo de morte, entre o povo americano.”

Um grupo de pressão chamado Proteja as Crianças Americanas fez essa declaração em 1978 — sobre um boneco.

Naquele ano, o lançamento de Gay Bob, considerado o primeiro boneco assumidamente gay do mundo, causou um pequeno furor. Consumidores enfurecidos reclamavam que um brinquedo com uma história de vida homossexual levaria a outros bonecos “nojentos” como “Priscilla a Prostituta” e “Danny o Traficante de Maconha.” A Esquire premiou o Gay Bob com o “Prêmio de Caráter Dúbio.” E organizações anti-gays por todos os Estados Unidos vociferaram.

Gay Bob, que deveria parecer uma mistura de Robert Redford e Paul Newman, era loiro, com uma camisa de flanela, jeans apertadas e uma orelha furada. O boneco trazia às organizações anti-gays muito a temer; intrínseco a ele havia a celebração da identidade gay, evidenciada pelo discurdo programado de Gay Bob. “Pessoas gays,” dizia Bob, “não são diferentes dos heterossexuais… Se todos ‘saíssem de seus armários,’ não haveriam pessoas tão raivosas, frustradas e assustadas.”

De forma atrevista, a caixa em que Gay Bob era embalado vinha no formato de um armário, para que quando ele saísse de lá, estivesse literalmente saindo do armário. Gay Bob explicava: “Não é fácil ser sincero sobre quem você é — na verdade, leva muita coragem… Mas lembre-se, se Gay Bob teve a coragem de sair do armário, você também pode ter.”

“Saia do armário com Gay Bob, o primeiro boneco gay para todos. Ele senta… Ele se levanta… Ele fica em qualquer posição… e já que ele é anatomicamente correto, ele pode até mesmo brincar consigo mesmo sem ficar cego. Gay Bob é grandão com 33 cm (Uau!) e feito de plástico (ou plastique, se você for elegante)… Ele vem vestido em uma camisa de flanela mucho macha, jeans azuis que abrem com um zíper de qualidade para relevar suas partes íntimas, botas e (naturalmente!) um brinco. Ele mora em um armário e tem seu próprio livro de histórias/catálogo de moda. Barbie e Ken… Deem licença. GAY BOB CHEGOU! Por US$ 19,50 você pode ter um GAY BOB. Ou tenha estilo e mande US$ 35 para levar dois bonecos. Para residentes em Nova York e com os impostos apropriados. Enviado em embalagem de papel pardo. Revendedores bem-vindos. Sinto muito, querido, não pode pagar na entrega. Compras em dinheiro são enviadas no mesmo dia. Cheques em torno de 3 a 4 semanas. Agora é a hora de mandar o GAY BOB para todos na sua lista de Natal para: FORA DO ARMÁRIO, LTDA.” Propaganda em uma revista de 1978 para o boneco Gay Bob. Joe Wolf/CC BY-ND 2.0

A mensagem positiva não foi por acidente. O criador do boneco, Harvey Rosenberg, ex-executivo publicitário que desenvolvou campanhas de marketing para várias empresas, queria que o Gay Bob “libertasse” os homens dos “papéis sexuais tradicionais.” Ele criou o boneco logo depois de uma série de choques sacudirem sua vida: em rápida sucessão, seu casamento acabou e sua mãe se tornou extremamente doente. Ele decidiu que seus próximos projetos teriam que ser de grande significado pessoal.

Embora o Gay Bob fosse certamente divertido — o boneco foi feito para ser anatomicamente correto, e ativistas proeminentes como Bruce Voeller disseram aos repórteres que as pessoas deviam “encarar [o boneco] de forma leve e aproveitar” — as intenções de Rosenberg pareciam ser sinceras. Quando perguntando sobre por que gastaria US$ 10.000 de seu dinheiro na produção de Gay Bob, ele respondeu, “tínhamos algo a aprender do movimento gay, assim como tivemos do movimento dos direitos dos negros e das mulheres, e isso é ter a coragem de se erguer e dizer ‘Eu tenho direito se ser quem sou.'”

Quando o Gay Bob chegou às lojas em 1978, esse direito de ser gay e igual estava mais uma vez sob ataque, especialmente por Anita Bryant, uma cantora e bem conhecida embaixadora de marcas que mobilizou a oposição contra uma lei de Dade County, na Flórida, que proibia a discriminação por conta da orientação sexual. Focando no impacto em escolas públicas, Bryant dizia que a existência de professores LGBT ameaçaria o bem-estar dos estudantes locais. “Homosexuais recrutarão nossas crianças,” ela alertou. “Usarão dinheiro, drogas, álcool, qualquer coisa para tomar o que querem.” Em junho de 1977, ela conseguiu que a lei fosse extinguida, e sua cruzada anti-gays — que ganhou grande atenção da mídia — inspirou movimentos parecidos em Minnesota, Oregon, Kansas e na Califórnia.

Gay Bob, que vendeu 2.000 cópias nos primeiros dois meses, apareceu no auge dessas batalhas políticas. Não era um grande destaque por conta própria, mas serviu como um divertido troféu — e sinal de mudanças — para aqueles lutando contra Bryant.

Inicialmente vendido atavés de propagandas de encomenda de correio em revistas com temática gay, o Gay Bob logo se expandiu para lojinhas de Nova York e São Francisco. Rosenberg até o promoveu para grandes redes de departamento, uma das quais até gostou da ideia (mas acabou não fechando negócio). E, no fim das contas, os consumidores que temiam a introdução de bonecos mais “nojentos” estavam parcialmente corretos — Rosenberg logo deu ao Gay Bob uma família, com os irmãos Marty Macho, Eddie Executivo, Al Ansioso, Steve Hétero (que vivia nos subúrbios e usava ternos azuis) e as irmãs Fran da Moda, Libby Liberta e Nelly Nervosa.

Traduzido do site AtlasObscura.

Heróis e personalidades gays da história humana

Vamos direto ao ponto, começando com um gigante:

Alan Turing: durante a Segunda Guerra Mundial, trabalhou para a inteligência britânica num centro especializado em quebra de códigos. Foi chefe do Hut 8, seção responsável pela criptoanálise da frota naval alemã. Planejou uma série de técnicas para quebrar os códigos alemães, incluindo uma máquina eletromecânica que poderia encontrar definições para a máquina Enigma alemã. Considerado, por muitos, o homem que salvou o mundo.

Alan Turing


 

Alexandre, o Grande: foi príncipe e rei da Macedônia, e o mais célebre conquistador do mundo antigo. Em sua juventude, teve como preceptor o filósofo Aristóteles.

Alexander the Great


 

Joana D’Arc: heroina francesa e santa da Igreja Católica. É a santa padroeira da França e foi uma chefe militar da Guerra dos Cem Anos, durante a qual tomou partido pelos armagnacs, na longa luta contra os borguinhões e seus aliados ingleses. Foi executada pelos borguinhões em 1431. Camponesa, modesta e analfabeta, foi uma mártir francesa e também heroína de seu povo, canonizada em 1920, quase cinco séculos depois de ter sido queimada viva em um auto de fé.


 

Michelângelo: foi um pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano, considerado um dos maiores criadores da história da arte do ocidente.

Michelangelo


 

Oliver Sipple: homem gay que empurrou quem, sem sua interferência, teria sido a assassina do presidente americano Gerald Ford. Caiu em esquecimento depois que descobriram que era gay.

Oliver está à esquerda.
Oliver está à esquerda.


 

Sergei Diaghilev: foi um empresário artístico russo, e fundador dos Ballets Russes, companhia de bailado a partir da qual muitos famosos dançarinos e coreógrafos surgiram.


 

Mark Bingham: lutador de judô, levantador de peso e jogador de rugby, foi quem invadiu o cockpit do United 93 e conseguiu desviar o avião que teria se chocado contra o Capitólio americano ou a Casa Branca.

Mark Bingham


 

Torill Hansen e Hege Dalen: salvaram, em seu barco, 40 adolescentes do massacre que ocorreu em uma escola na Noruega.

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Walt Whitman: foi um poeta, ensaísta e jornalista norte-americano, considerado por muitos como o “pai do verso livre”. Paulo Leminski o considerava o grande poeta da Revolução americana, como Maiakovsky seria o grande poeta da Revolução russa.


 

Gad Beck: gay e judeu, participou do movimento anti-nazista, chegou a ser levado para um campo de concentração e, após o fim da guerra, ajudou a evacuar famílias judias para a Palestina. Participou do ativismo gay na Alemanha entre os anos 80 e 90.

Gad Beck


 

Bayard Rustin: considerado o cérebro por trás de Martin Luther King, foi seu conselheiro e um ativista pelos direitos civis dos afroamericanos, tendo destaque pelo seu papel de organizador da Marcha em Washington pelo Trabalho e pela Liberdade, em 1963.

Bayard Rustin


 

Montgomery Clift: reconhecido por muitos homens heterossexuais que adoravam seus filmes, chegou a contracenar com John Wayne e Walter Brennan, consolidado como um dos melhores atores dos anos 40 e 50.

Montgomery Clift


 

Frederico, o Grande: foi o Rei da Prússia de 1740 até sua morte. Ele é mais conhecido por suas vitórias militares, sua reorganização do exército prussiano, patronagem das artes e o iluminismo na Prússia.

Frederick the Great


 

Abraham Lincoln: um dos mais aclamados presidentes da história americana, muitas biografias descrevem relacionamentos com outros homens.


 

Oscar Wilde: foi um influente escritor, poeta e dramaturgo britânico de origem irlandesa. Depois de escrever de diferentes formas ao longo da década de 1880, ele se tornou um dos dramaturgos mais populares de Londres, em 1890. Hoje ele é lembrado por seus epigramas e peças, e as circunstâncias de sua prisão, que foi seguido por sua morte precoce.

Oscar Wilde


 

Christopher Isherwood: viveu na Alemanha nazista antes da Segunda Guerra Mundial, emigrou para os Estados Unidos e tornou-se, abertamente homossexual e junto ao parceiro em uma das épocas mais tenebrosas para os gays nos EUA (anos de McCarthy), influente escritor e personalidade pop no país, tendo como amigos íntimos Rock Hudson, Tennessee Williams, William Auden, George Platt Lynes e outros.

Christopher e o parceiro James Auden.
Christopher e o parceiro Wystan Auden.


 

Caio Fernando Abreu: famoso escritor da literatura brasileira, era assumido em seus relatos e teve relacionamentos gays e heterossexuais. Até hoje muitas de suas citações são usadas popularmente, especialmente em redes sociais.

Caio Fernando Abreu


 

Liberace: um dos mais famosos pianistas da história norte-americana.


 

Michel Foucault: foi um filósofo, historiador das ideias, teórico social, filólogo e crítico literário. Suas teorias abordam a relação entre poder e conhecimento e como eles são usados ​​como uma forma de controle social por meio de instituições sociais. Embora muitas vezes seja citado como um pós-estruturalista e pós-modernista, Foucault acabou rejeitando essas etiquetas, preferindo classificar seu pensamento como uma história crítica da modernidade. Seu pensamento foi muito influente tanto para grupos acadêmicos, quanto para ativistas.

Michel Foucault


 

Rock Hudson: um dos maiores galãs da história do cinema americano, muitas vezes ganhando como “Galã Favorito” entre outros títulos, contracenou com muitas figuras que se tornaram famosas. Morreu durante a epidemia da AIDS, aos 59 anos.

Rock Hudson


 

James Buchanan: outro presidente gay americano, chegou a dividir uma pensão com um vice-presidente.

James Buchanan


 

Freddie Mercury: lenda do rock. Não preciso dizer mais.

Freddie Mercury

Aberto a mais sugestões. Sei que há muitos. 😉

Nova evidência de que a sexualidade é inata: estudo indica que homens gays respondem a feromônios masculinos

Eis uma nova evidência de que a sexualidade é uma característica inata: homens gays tendem mais a responder a feromônios do sexo masculino do que aos femininos.

Não é algo que devia ser tão surpreendente, levando-se em conta tudo que já sabemos sobre a sexualidade em geral. Mas mais evidências nunca fazem mal. Pesquisadores chineses estudaram os feromônios naturalmente emitidos por homens e mulheres em emissões como sêmen, suor e urina. Os cientistas já estavam cientes da existência de dois feromônios distintos — androstenodiona (encontrado no sêmen e suor masculinos) e estratetraenol (presente na urina feminina) — por algum tempo, mas continuava não sendo claro se eles tinham algum efeito no sexo oposto. Percebeu-se que sim, e seu efeito depende da sexualidade da pessoa.

Imagem exibida no estudo de Wen Zhou.
Imagem exibida no estudo de Wen Zhou.

Para testar a hipótese, Wen Zhou, da Academia de Ciências Chinesa, criou um experimento em que participantes assistiam um vídeo onde figuras humanas eram exibidas em um estilo ligue-os-pontos (como mostrado acima) caminhando. Os participantes foram, então, convidados a adivinhar se as figuras eram do sexo masculino ou feminino. Quando expostos à androstenodiona, mulheres heterossexuais tendiam mais a sugerir que a figura era um homem — mas o feromônio não tinha efeito em homens heterossexuais.

Talvez mais importante, homens homossexuais também responderam ao feromônio, o que sugere que homens gays têm uma tendência inata a reagir (e sentir os efeitos) aos feromônios masculinos.

Homens heterossexuais, enquanto isso, tenderam mais a ver a figura como feminina ao serem expostos ao estratetraenol. Mulheres heterossexuais não reagiram, enquanto lésbicas e mulheres bissexuais tiveram uma resposta mesclada. Para manter os resultados precisos, os feromônios foram camuflados com o cheiro de cravos.

“Fomos capazes de demonstrar qualitativamente que a androstenodiona indica a masculinidade para homens heterossexuais e homossexuais, enquanto o estatetraenol indica a feminilidade para homens heterossexuais sem os recipientes estarem cientes dos odores,” Zhou escreveu no estudo sobre suas descobertas, publicado no Cell. “É importante notar que as informações sexuais específicas transmitidas por androstenodiona e estratetraenol os suportam veementemente como feromônios sexuais humanos.”

Possíveis reações químicas?
Possíveis reações químicas?

Essencialmente, a descoberta sugere que humanos podem “perceber” o sexo biológico de alguém baseando-se nesses feromônios, mas que o efeito só funciona com pessoas a que alguém se sente atraído. Deve-se enfatizar que o estudo não contemplou participantes transexuais.

As sexualidades dos participantes foram medidas usando a Escala Kinsey, com um espectro de 0-6 onde o 0 indica o “exclusivamente heterossexual” e o 6 indica o “exclusivamente homossexual.” Cada um dos 24 homens e mulheres heterossexuais tinham o valor de 0, e os 24 homens gays, para avaliação no estudo, tinham uma escala de 5,25. As 24 mulheres gays ou bissexuais tinham uma média de 4,5.

Escala Kinsey: imagens provocativas por criatividade do artista.
Escala Kinsey: imagens provocativas são pura criatividade do artista.

O estudo se assemelha nas descobertas — se não em seus métodos — a outro estudo publicado nos Procedimentos da Academia Nacional de Ciências de 2005, que apontou que os cérebros de homens gays respondem de forma similar ao de mulheres heterossexuais quando expostos à androstenodiona. Como na maioria dos feromônios, os que fizeram parte do estudo operam no inconsciente, mas ainda assim representam uma parte importante na forma que os humanos interagem.

“Tal processamento quimiossensorial opera além da consciência, mas ainda assim modula significativamente a percepção visual dos gêneros, assumindo-se assim como parte do código humano de gêneros,” escreve Zhou.

Francamente, não deveria importar como alguém se percebe gay, hetero, bissexual ou de qualquer outra sexualidade — mas em um mundo onde locais de conversão gay-para-hetero ainda existem, qualquer descoberta científica desse tipo só pode trazer benefícios.

Texto traduzido e adaptado do site Vice.