A busca pelo reconhecimento na História

Você já parou para pensar em quantas pessoas na História sentiam atração por pessoas do mesmo sexo? Pessoas que você conhece, nomes que aparecem nos livros de História, poetas e autores, astros dos filmes, heróis de guerra e reis — e você só aprende sobre isso anos e anos depois que aprende sobre eles, e isso é como um soco no estômago.

Você já parou para pensar sobre como é esse círculo vicioso em que esses nomes são apagados da História, essas partes dessas pessoas são apagadas, então nem aprendemos que outras pessoas podem ser assim? E então você esmaga aquela parte de você que pode ser assim porque não é algo real, todos na História eram heterossexuais e é só você que é a anomalia.

Tipo, essa ideia de que ser qualquer coisa que não heterossexual seja uma coisa totalmente nova. Como se ser gay tivesse sido inventado vinte anos atrás, e que antes disso só haviam livros e livros e livros de mulheres apaixonando-se por homens. Mas não era assim. Havia pessoas como você. Sempre houve pessoas como você, e você só pode aprender isso através de pedaços de papel passados sob a mesa por outros jovens aterrorizados na internet. Isso parte meu coração. Esse apagamento. Esses amores removidos só em caso de um estudante do Ensino Médio poder acabar lendo sobre isso em um livro de História e dizer “Ah”.

Um desabafo pelo fato de que lemos diários, poemas e anedotas procurando por FRAGMENTOS de algo que mostra que essas pessoas que significaram algo para nós poderiam ser como nós. Talvez. O poeta talvez realmente te entenda. O ator realmente pode ter falado sério na TV. É uma triste, desesperada arqueologia de busca por reconhecimento.

Traduzido e adaptado de uma postagem no Tumblr de sharkodactyl.

Uma inteligência artificial criou um estranho esporte chamado “Speedgate”

A agência de produtos digitais AKQA alega ter ensinado uma inteligência artificial a inventar um esporte ao fornecê-la dados sobre 400 jogos existentes, como noticiado pela TechCrunch. O esporte resultante nunca jogado antes, chamado “Speedgate” (Portão da velocidade, em tradução livre), é uma mistura nada comum de futebol com rugby — sem deixar de lado um toque de Quadribol.

O Speedgate é ora familiar, ora bizarro. Dois times adversários de seis jogadores passam a bola, podendo chutar ou jogá-la através de um dos dois “portões” em cada ponta do campo — desde que já a tenham passado pelo portão do meio antes. Os times são compostos de três atacantes e três defensores. Apenas um defensor pode ficar em um portão por vez. Não é permitido empurrar.

Encare a bola

Outros jogos criados pelo algoritmo da AKQA eram ainda mais estranhos. Algumas das ideias fracassadas da IA incluem “descrições para esportes como ‘parkour debaixo d’água’, um jogo com um frisbee que explode e outro em que os jogadores passam a bola enquanto estão em uma corda bamba segurada por balões de gás hélio”, como informa a TechCrunch.

A AKQA chegou ao ponto de organizar uma demonstração ao vivo (assista ao vídeo) do Speedgate em um evento em Portland, na semana passada. A IA até desenvolveu uma série de logotipos usando uma rede geracional de outra empresa e também vários slogans motivacionais divertidos, como por exemplo: “Encare a bola, seja a bola, esteja acima da bola.”

Texto original escrito por Victor Tangermann no site Futurism.

Como lidar com pessoas que vivem arrumando desculpas

Em sua jornada pessoal de fortalecimento da resiliência mental, você começará a reconhecer pessoas que não tem muito dela. Pode ser uma descoberta frustrante, como se você pudesse ver a grama mais verde no topo de uma montanha enquanto o resto das pessoas continua lá embaixo. Você se sentirá incompreendido(a) em suas reações às desculpas das pessoas por conta dessas desculpas significarem a verdade na cabeça delas. Na sua, as várias desculpas que elas apresentam podem ser um sinal de fraqueza mental. Você começará a perceber que as crenças fundamentais das pessoas contêm desculpas convenientes que são vistas com importância. Ficará evidente que as desculpas são criadas e contadas tanto para nós quanto para os outros a todo momento do dia.

O hábito de eliminar as desculpas é difícil de aperfeiçoar, e só começa a tomar forma através de incansável esforço. Desculpas são rotuladas de tal forma quando refletimos sobre elas nos esforçando para anular suas validades. O controle das suas respostas às desculpas dos outros é a primeira coisa que você precisa analisar antes de seguir adiante na tarefa de lidar com essas desculpas. Entenda que elas vêm de uma posição de ingenuidade, não de preguiça.

Não se surpreenda

A primeira coisa que você deve fazer é esperar que venham desculpas de todos, ao contrário de achar que as pessoas operam com o mesmo ponto de vista que você. No trabalho, na escola, em casa, na loja e no metrô, espere ouvir motivos convenientes pelos quais as pessoas não podem fazer as coisas que você pede. Elas usam desculpas para se salvarem do esforço sempre que possível. A natureza da desculpa é chamativa, já que o desejo de não fazer algo pode ser legitimado por um raciocínio válido e lógico. As desculpas são o veículo de curto prazo da felicidade — trazem com elas a satisfação imediata em troca de uma recompensa que poderia ser melhor lá na frente. Entenda que as desculpas que podem ser superadas ao invés de cultivadas podem machucar as pessoas que se prendem a elas. De forma empática, veja desculpas como um hábito autodestrutivo, e não como uma estratégia para evitar o trabalho duro e o esforço.

Ao antecipar as desculpas das pessoas, lembre-se da ingenuidade que alguns têm de não acharem que se ligam a desculpas quando nunca se forçaram a superá-las. Na cabeça deles, a desculpa é um ato final, e não uma barreira a ser vencida. Eles veem a desculpa como o fim de qualquer proposta, e encontram motivos lógicos para essa percepção. Entenda que essas pessoas precisam de ajuda, e não represália por encherem seus raciocínios de desculpas. Com isso em mente, você não se surpreenderá, o que garante uma mente tranquila para os próximos passos.

Mostre provas e revele os motivos

As desculpas podem ser desmascaradas. Você deve tentar desmascarar desculpas que machucam as pessoas que utilizam delas, ou os outros ao redor delas. A decisão de desmascarar uma desculpa é mais fácil de se executar quando você age de forma prestativa, e não quando você tenta exibir sua experiência ou conhecimento. Saiba quais desculpas valem a pena derrubar com evidências factuais, e quais desculpas indolores podem ser deixadas em paz. Quando você encontrar provas contra quaisquer desculpas que vêm de outras pessoas, apresente-as de forma que não denigram ou machuquem a pessoa. Lembre-se, você precisa ter em mente a ingenuidade delas.

Provas podem incluir mostrar para alguém que malhar todos os dias é possível mesmo com uma agenda cheia, por exemplo, ou que a sucessão de prazos no trabalho é razoável (após separarem-se as tarefas e estimar-se o tempo necessário para elas). Você precisará se tornar bom(a) em desmascarar mitos para evitar as desculpas. Foque em controlar seus sentimentos na sua missão de desmascará-las ao invés de passar por tudo de forma rígida e antipática. Da melhor forma que puder, tente mostrar as evidências para que a pessoa as siga em direção a uma compreensão que você quer que ela alcance, não perca tempo forçando fatos na cabeça dela sem permitir que ela faça suas próprias descobertas.

Depois que ambos tiverem um entendimento do que é possível — assim eliminando qualquer verdade nas desculpas apresentadas — comece a explorar os motivos pelos quais essas desculpas foram criadas para começo de conversa. Ao servir de instrumento para dissolver a ingenuidade da pessoa em relação ao fato em questão, ela estará mais predisposta a um desejo de melhorar sua resiliência mental dali em diante. Encontre motivos pelos quais ela criou as desculpas que criou. Pergunte por que ela achou que não dá para malhar todo dia, ou por que os prazos são apertados demais. Compreenda o papel cumprido pela não compreensão do potencial atingível na decisão prematura da pessoa de acreditar em uma desculpa inválida.

A chave para eliminar desculpas futuras parece ser a eliminação de hábitos que levam à formação dessas desculpas. Esforce-se para educar as pessoas que se paralisam com desculpas sobre as possibilidades acerca de algo que elas se esquivaram de fazer. Então, dê outro passo à frente e trabalhe com elas para eliminar os hábitos que as levaram a acreditar nessas falsidades. Embora a refutação de uma desculpa possa limitar sua repetição em específico no futuro, desconsiderar os hábitos que levaram a ela incentiva outras desculpas a serem formadas em outras áreas da vida. Obter sucesso na refutação de uma desculpa dá ao indivíduo a oportunidade de compreender as forças motrizes por trás de sua aderência àquela desculpa. Já que você provou, de forma empática, que ele estava errado com a desculpa inicial, você abre sua mente para novos aprendizados. Certifique-se de limitar a repetição desses comportamentos ao invés de somente desmascarar as desculpas caso a caso. Depois que o raciocínio por trás das desculpas é compreendido, você pode ter certeza de que diminuirão as futuras instâncias de desculpas ilegítimas.

Este texto foi traduzido do site Kletische.

Sente falta dos cartões postais? Converse com o mundo à moda antiga, conheça o Postcrossing!

Antigamente, era muito comum se falar dos pen pals, pessoas ao redor do mundo que trocavam cartas e histórias sobre suas vidas com alguém que estivesse longe. Dessa forma, ficavam sabendo de lugares que nunca haviam imaginado existir, aprendiam novos idiomas e, para quem teve sorte, a amizade por correspondência acabou tornando-se mais real depois de uma viagem.

Buscando trazer um pouco dessa nostalgia de volta e revivendo os cartões postais, o site Postcrossing surgiu. Depois de se cadastrar na plataforma, você pode registrar até 5 cartões postais concomitantes para envio, e recebe códigos que precisa incluir no cartão para que o recebedor possa cadastrá-lo depois que ele chegar. A cada cartão postal cadastrado, o site te dá um endereço em outro lugar do mundo. A mensagem e a imagem do cartão ficam por sua conta.

Depois que seu cartão chega nos destinatários, eles cadastram os códigos que você anotou e o site reconhece que chegaram. A partir de então, você entra na lista de recebedores, e seu endereço constará para que pessoas de outros países também te enviem cartões deles (a mesma quantidade que você enviou). Assim, sua coleção vai aumentando, com mensagens e imagens de todo canto do mundo.

A plataforma é bem fácil de usar (tem que saber um pouquinho de inglês) e não tem nada muito complicado no processo de registrar seus primeiros envios. Comprei dois cartões de Belo Horizonte e fiz meus primeiros envios, um para a Rússia e o outro para a China. Agora vou aproveitar essa iniciativa ótima para espalhar pelo mundo os cartões postais que trouxe do Colorado, e receber um monte de volta! 🙂

Enquanto no início do site todos trocavam quase exclusivamente fotos de suas cidades, hoje em dia muita arte é encontrada nos cartões do Postcrossing. Aqueles veteranos que já mandaram muitos cartões acabam por encontrar imagens belas de pintores e artistas que podem se tornar um quadrinho na parede para alguém do outro lado do oceano.

Se você se interessou e quer começar a trocar correspondências pelo mundo, basta acessar o link e se cadastrar. Quem sabe não recebe um cartão meu? 😛

Aquela vez que um jogo teve uma economia quase tão forte quanto a Rússia

No fim de 2001, um economista chamado Edward Castronova provocou ondas do tamanho de tsunamis no mundo da Economia ao publicar uma tese afirmando que um lugar isolado chamado Norrath tinha uma moeda mais forte que o yen japonês, o que foi uma afirmação corajosa, considerando que Norrath tinha menos do que um milhão de habitantes, existia há apenas dois anos e não existia fisicamente. Sim, Norrath era inteiramente virtual, e populada exclusivamente por jogadores do jogo EverQuest.

Lançado em 1999, EverQuest é um jogo multiplayer online (MMORPG) imensamente popular e influente. Estabelecido no mundo mágico de Norrath e ostentando impressionantes (para a época) quinhentos mil assinantes no auge de seu sucesso, EverQuest chamou a atenção de Castronova de forma similar à que chamou a de todo mundo — ele achou que pudesse ser um jogo divertido.

No entanto, ao se familiarizar mais com o jogo, ele percebeu algumas coisas fascinantes sobre como a economia virtual havia se desenvolvido dentro do jogo. Tudo isso culminou na publicação de uma tese cômica, mas muito bem pesquisada e inovadora, na Social Science Research Network (Rede Social de Pesquisas Científicas, tradução livre), chamada Virtual Worlds: A First-Hand Account of Market and Society on the Cyberian Frontier (Mundos virtuais: uma observação em primeira mão do mercado e da sociedade na cyber-fronteira). Castronova pessoalmente afirmou: “Achei que talvez setenta e cinco pessoas fossem ler, e isso já seria ótimo.”

Ao invés disso, a tese recebeu rapidamente mais de 16.000 downloads (hoje está beirando os 50.000). Embora isso não possa parecer muito, vamos lembrar do contexto desse caso: é uma tese acadêmica publicada em uma revista acadêmica online. Nem é necessário dizer que o número de downloads fez da tese a mais baixada na história da Social Science Research Network, que à época disponibilizava 50.000 teses acadêmicas, incluindo dezenas escritas por vencedores do prêmio Nobel.

Por que esta tese era tão fascinante para o mundo da Economia? Como o economista Yanis Varoufakis afirmou, “A teoria econômica chegou a uma rua sem saída — os últimos verdadeiros avanços ocorreram nos anos 60. Mas isso não é porque deixamos de ser inteligentes. Chegamos em uma barreira intransponível. O futuro está na experimentação e na simulação — e comunidades de vídeogames nos dão a chance de operar dessa forma.”

O que Castronova havia abordado sem querer era essencialmente o sonho dos economistas — mundos virtuais que pesquisadores podiam usar para analisar vários conceitos em seu campo de forma científica, usando grandes conjuntos de dados e as pessoas reais que populavam estes mundos. Ou como o jornalista Brad Plumer, do Washington Post, afirmou sucintamente, em mundos virtuais “Os dados são mais ricos. E é mais fácil fazer experimentos econômicos em um jogo — experimentos que, por motivos óbvios, não podem ser realizados em países.”

Resumidamente, economistas acadêmicos estavam intrigados com a tese de Castronova, e suas consequências para pesquisas futuras.

Então, o que Castronova encontrou? Depois de analisar meticulosamente todos os dados disponíveis sobre o mundo de Norrath, ele ficou chocado em descobrir que em dólares do mundo real, Norrath tinha o 77º maior PNB per capita no mundo, ficando entre a Rússia e a Bulgária na época.

Como isso era possível para um mundo virtual com apenas dinheiro virtual?

No auge da popularidade de EverQuest, a venda de itens do jogo corria solta, e em determinado momento um jogador podia comprar qualquer coisa que quisesse, independente da raridade ou potência, desde que tivesse dinheiro para pagar pelo item.

Embora a Sony, que lançou o jogo, ter feito várias tentativas de impedir esta prática, chegando a afirmar entre outras coisas que todos os itens à venda eram sua propriedade intelectual, bem como chegando a banir jogadores que eram pegos fazendo isso, a venda de itens e avatares no jogo se tornou uma indústria próspera em sites como o Ebay.

O ex-ator mirim Brock Pierce (talvez melhor conhecido como criança por seus papéis em Nós Somos os Campeões e Enlouquecendo meu Guarda-Costas, e como adulto por seu trabalho com criptomoedas) até mesmo abriu uma empresa de sucesso, Internet Gaming Entertainment (IGE), que negociava esses bens virtuais em troca de dinheiro real. A empresa tinha uma grande equipe de funcionários de baixos salários que trabalhavam em Norrath e no mundo real, fazendo coisas como encontros para trocar bens, evolução de avatares e aquisição de bens virtuais para vendas futuras.

Em todo caso, Castronova analisou mais de 600 vendas ilícitas fora do reino de Norrath em sites como o Ebay, e então comparou-as aos valores dos itens no jogo usando a moeda principal de Norrath — Peças de Platina.

Ao fazer isso, Castronova descobriu que o valor relativo de uma Peça de Platina em dólares era de US$ 0,01072. Embora isso possa não parecer muita coisa, Castronova aponta que, considerando a época, “o valor ultrapassa o do yen japonês e da lira italiana.”

Com esse valor em mãos, Castronova pôde então calcular várias outras coisas interessantes sobre a economia de Norrath. Por exemplo, descobriu-se que o cidadão médio de Norrath recebia cerca de US$ 3,42 por hora (ou cerca de US$ 5 hoje em dia) levando-se em conta o valor dos itens e do dinheiro que podiam adquirir realisticamente a cada hora jogada.

Combinando isso ao tempo estimado que os jogadores gastavam jogando (de acordo com dados coletados por Castronova em uma pesquisa com mais de três mil jogadores), Castronova calculou:

Muitos jogadores gastam até 80 horas por semana em Norrath, quantidade encontrada também em profissões reais. Em 80 horas, com a renda média, o usuário típico gera dinheiro Norrathiano e bens equivalentes a US$ 273,60. Em um mês isso daria mais de US$ 1.000, em um ano mais de US$ 12.000. A linha da pobreza para uma pessoa solteira nos EUA é de US$ 8.794.

Observando jogadores em todos os níveis de comprometimento de tempo, Castronova determinou que, apesar do jogo ser extremamente novo, o jogador médio de EverQuest já tinha mais de US$ 3.000 em bens passíveis de venda dentro do jogo.

Mas ainda não acabou, porque Castronova foi então capaz de calcular o produto nacional bruto de Norrath baseando-se no valor de bens (inteiramente virtuais) produzidos em 2001. Seu número final? Cerca de US$ 135 milhões.

Embora isso possa parecer pouco, dividindo o valor entre o número total estimado de cidadãos de Norrath, isso significava que o PNB per capita do reino virtual era de US$ 2.266 — um valor que, como mencionado anteriormente, teoricamente colocava o estado computarizado na 77ª posição do ranking de países reais.

Naturalmente, essa informação chamou a atenção dos economistas colegas de Castronova, assim como outras observações feitas por ele sobre o mundo virtual e a economia que ele estava estudando.

Por exemplo, de acordo com Castronova, uma outra coisa curiosa que ele percebeu durante sua pesquisa foi que, apesar de todos os esforços feitos pela Sony em deixar todos em pé de igualdade no início do jogo, a desigualdade financeira se tornou rapidamente abundante entre os cidadãos de Norrath.

Além disso, Castronova observou que, assim como no mundo real, os jogadores mais ricos frequentemente acumulavam sua riqueza e usavam seus vastos recursos para pagar jogadores mais pobres para fazerem trabalhos repetitivos que eles não queriam perder tempo fazendo, tornando-se efetivamente pseudo-empregadores que mantinham a maior parte dos lucros do trabalho dos plebeus para si.

Anedotalmente, sobre seu próprio tempo jogando em um nível baixo sem recursos, Castronova diz: “Meu problema é que estou mal equipado. Estou praticamente pelado e com apenas uma espada simples, um homem das cavernas em um mundo de cavaleiros. Minha pobreza é opressora — nenhuma quantidade de pelo de rato é suficiente para comprar uma simples túnica com os preços absurdamente altos dos mercadinhos.”

Naturalmente, ao que o jogo evoluiu, a questão de “desiguladade inicial” também desapareceu para alguns, graças aos mercados onde jogadores com uma renda disponível no mundo real poderiam simplesmente comprar o que quisessem por dinheiro real, entrando no jogo muito mais poderosos e capazes do que um jogador sem esta opção.

Desde a tese de Castronova, e parcialmente como um resultado direto do seu trabalho estudando economias virtuais, aquela que ele mesmo chamou de “fracasso acadêmico” e “porcaria de faculdade estadual” acabou levando-o a subir de nível na vida real — garantindo a ele a posse na Universidade de Indiana em Bloomington como professor de Telecomunicações e Ciência Cognitiva, assim como o título de “fundador do campo de economias virtuais”.

E como muitos outros mundos virtuais com economias virtuais complexas surgiram da mesma forma, economistas e outros cientistas continuam a estudá-los, criando grandes placas de Petri para observar como inúmeras variáveis resultam em mudanças na economia e no comportamento humano.

Partindo de outra perspectiva, empresas de jogos como a Valve começaram a contratar economistas para ajudá-las a gerir seus mundos virtuais. Como o economista Robert Bloomfield aponta, “Se você está criando um jogo com 100.000 usuários onde há coisas que eles podem comprar e vender, você precisa de um economista para te ajudar a configurar o sistema de forma que ele não saia totalmente do controle.”

Quanto a Castronova, ele concluiu sua tese inovadora sendo poético sobre o potencial que mundos virtuais poderiam ter com a aplicação de novas tecnologias, afirmando:

A previsão do impacto na sociedade é difícil de ser exagerada. Com o desenvolvimento da tecnologia de comunicação por voz, a comunicação em mundos virtuais pulará dos chats entediantes para conversas como as de ligações por telefone, aumentando o papel que o mundo virtual assume como lugar para interações sociais. Famílias que vivem a milhares de quilômetros de distância se encontrarão todos os dias por algumas horas à noite, reunindo seus avatares em volta da mesa de jantar virtual para contar as novidades. E os tempos de dirigir até a loja podem estar contados. As estradas na Terra estarão vazias porque, ao invés de usá-las, todos estarão velejando pelos céus azuis-celestes em seus cavalos roxos voadores, visitando Walmarts virtuais no céu.

Fatos interessantes:

  • Para receber itens comprados ilegalmente via Ebay e outros, Castronova observou que os jogadores normalmente vendiam o item online primeiro e então combinavam um lugar predeterminado no jogo, onde o vendedor trocava o item que o comprador adquiriu por um item de valor irrelevante que tinha em posse. Castronova se divertiu ao descobrir que, assim como na vida real, muitas dessas trocas ilícitas se davam em prédios abandonados e becos escuros.
  • Em 2017, o valor do bolívar venezuelano caiu tanto que passou a valer literalmente metade da moeda principal de Azeroth, o reino do jogo World of Warcraft.

Texto original publicado por Karl Smallwood no site Today I Found Out.

A tecnologia costumava ser para os ricos. Agora eles pagam para evitá-la.

O que estamos vendo agora é a ‘luxurificação’ do contato humano.

Toque humano

Milton Pedraza é um especialista em como os ricos gastam seu dinheiro.

O CEO e fundador da Luxury Institute, uma firma de consultoria de artigos e serviços de luxo, recentemente contou ao The New York Times que uma das maiores commodities entre os megarricos atualmente não é uma motocicleta voadora ou um iate de R$ 20 milhões: é o contato humano.

“O que estamos vendo agora é a luxurificação do contato humano”, disse Pedraza ao jornal — e essa tendência pode ampliar a lacuna entre os ricos e os pobres.

Saindo fora

Quando os computadores pessoais começaram a chegar ao mercado nos anos 80, eles eram caros, e nem tão necessários para navegar o mundo. Então, no começo, as únicas pessoas que os tinham eram aquelas com uma renda disponível significativa.

Nas décadas desde então, os PCs e a enxurrada de dispositivos que surgiram deles se tornaram muito mais baratos, o que significa que o tempo na frente da tela passou de algo que todos queriam para algo que agora ninguém pode evitar — a não ser que se tenha muito dinheiro, de toda forma.

De acordo com o NYTimes, enquanto escolas públicas cortam gastos transferindo as aulas para telas de laptop ao invés de usarem instrutores de carne e osso — chegando a até mesmo ignorar protestos dos pais — os cidadãos mais ricos do Vale do Silício pagam para mandar suas crianças para escolas particulares que prometem uma “educação praticamente livre de telas”.

Enquanto isso, os pais da classe trabalhadora dos alunos da escola pública estão se vendo forçados a um estado de disponibilidade 24h por dia, 7 dias por semana, para seus empregadores graças aos seus smartphones. Esses empregadores, em contraste à tendência, têm o “direito de desconectar”, graças às suas posições hierárquicas no ambiente de trabalho.

E quanto àquela renda disponível que antes era gasta na tecnologia mais recente, os ricos agora estão preferindo gastar em jantares e viagens, de acordo com Pedraza.

“Agora a educação, empreendimentos da saúde, todos estão começando a estudar como tornar as experiências mais humanas”, disse ele ao NYTimes. “O humano é muito importante agora.”

Altamente suspeito

O problema potencial dessa transição está no impacto desconhecido do tempo de tela para a saúde humana, particularmente no que tange ao desenvolvimento dos cérebros das crianças.

Um estudo recente encontrou mudanças físicas nos cérebros de crianças que passaram mais tempo em frente às telas, assim como uma conexão entre o tempo de tela e pontuações mais baixas em testes de raciocínio e linguagem. Se isso for confirmado em estudos adicionais, poderia significar que as crianças das classes médias e baixas passando mais tempo em frente às telas poderiam ter uma desvantagem educacional ou até cognitiva se comparadas aos seus semelhantes mais ricos.

Até agora, no entanto, os pesquisadores ainda precisam confirmar que a troca do contato humano por telas é prejudicial, mas o fato de que as elites do Vale do Silício — cujas vidas dependem em manter os olhos das pessoas nas telas — estejam dispostas a pagar caro para garantir que seus filhos não fiquem grudados a seus dispositivos… Não é algo que inspira muita confiança.

O artigo original foi escrito em inglês por Kristin Houser no site Futurism.

Como reagir a questões urgentes no trabalho

Você pode estar passando seus dias em um ambiente de trabalho estressante atualmente. Cumprir prazos e lidar com expectativas pode ter um preço na saúde de qualquer um, não importa o quão mentalmente preparado(a) você estiver para sua posição. Questões urgentes no trabalho são estressantes porque elas contribuem para o medo de perder nosso sustento, o que é relacionado a tudo que vem com isso (família, abrigo, alimentação). Uma questão posta no lugar errado na hora errada pode levar embora seu trabalho. A culpa pode recair sobre você sem que você mereça, e você pode se encontrar em uma tempestade de problemas.

Saber como gerenciar a si mesmo(a) e aos outros quanto às questões urgentes que surgem no trabalho é algo crítico. Você precisa ter o máximo de controle possível sobre a situação, e deve garantir que seus efeitos não sejam profundos na sua vida. Esteja em sintonia com a forma que as questões são manejadas no trabalho, e tenha cuidado com o potencial que elas podem ter. Esforce-se para colocar o caos em ordem enquanto se lembra das informações a seguir.

Caminhando até uma solução

Certifique-se de só fazer ou dizer coisas que levem a uma solução quando tiver a função de resolver questões no trabalho. Não há espaço ou tempo para comentários e outras informações irrelevantes. Atribua tarefas e explique por que as pessoas devem fazer o que você diz, conectando todos os aspectos em uma solução em potencial. Você deve ser frio(a) em sua abordagem, e não reacionário(a) em relação às emoções dos outros. As pessoas vão estar assustadas, impulsivas e emotivas. Espere isso delas e saiba que você está no meio de uma tempestade. Seu trabalho é ser o líder que mantém o barco à tona, e se você mostrar qualquer sinal de fraqueza, as questões a ser tratadas vão atingir seus piores potenciais.

O jogo da culpa

Em uma tentativa desesperada para salvar o que pode ser seu último sustento, as pessoas irão se desviar da responsabilidade das questões que surgem em um ritmo surpreendente. Irão se esforçar muito para garantir que nenhuma culpa recaia sobre elas caso as coisas comecem a se encaminhar para o pior cenário possível. Essas pessoas já aceitaram a derrota quanto às questões tratadas, e estão criando planos de contingência para quando tudo der errado.

Não participe do jogo da culpa com questões do trabalho. Lembre-se que estas pessoas sucumbiram mentalmente às questões que se apresentaram. Se a culpa recair sobre você, analise se é realmente merecida. Pense sobre as questões tratadas objetivamente, e sem medo. Se você chegar à conclusão de que a culpa é sua, isso deverá te trazer paz para trabalhar em uma solução.

Ser responsável pelas questões deve te dar um sentimento de desespero que não dá espaço para decisões baseadas na emoção. Trabalhe para solucionar toda questão como se seu sustento dependesse disso, porque muito possivelmente pode ser o caso. Você não tem tempo para distribuir culpas ou imaginar os piores cenários quando está trabalhando para uma solução.

Se a culpa for posta em você sem que você mereça e a maioria concordar, então você ficará preso nesta questão até que encontre uma solução para ela. Você só poderá declarar sua inocência quando resolver a questão cuja culpa recaiu sobre você. Se você começar a se dizer inocente na frente de um júri que acredita que você é o autor do crime, irá parecer que você está tentando se desviar da responsabilidade. Se você acabar sendo o considerado responsável pelas questões no trabalho, então conserte-as como se você realmente tivesse sido o causador.

Depois que fizer isso, explique exatamente por que você é inocente. O fato de que você encontrou uma solução irá tornar seu caso em algo mais fácil de acreditar, e as pessoas não vão saltar para a conclusão de que você está tentando passar adiante a culpa sobre a questão que foi mitigada. Você estará mais apto a ensinar àqueles que te acusaram falsamente uma lição importante, se você limpar a bagunça deles e esfregar seus narizes na verdade.

Este texto, de título original How to React to Urgent Issues at Work, foitraduzido do site Kletische.

Como sugerir novas ideias para pessoas que discordam de tudo

Há pessoas que são abertas a considerar novas ideias, mudanças propostas e desvios em seus planos originais. Surpreendentemente, elas tomam o cuidado de deixar de lado sua preferência e investimento em determinada ideia. Elas nos escutam enquanto trilhamos as linhas tênues do debate e propomos uma forma talvez melhor de fazer as coisas. Mesmo que não estejam convencidas completamente desse desvio que propomos, essas pessoas frequentemente concordam com alguns aspectos dele, e reconhecem os méritos pelos quais nos guiamos.

Há outras pessoas que agem de forma completamente oposta ao que foi descrito acima. Suas mentes são difíceis de abrir, e suas opiniões são rígidas. Qualquer nova ideia lançada para elas é abatida por um sistema de defesa automatizado de ponta, projetado para, aparentemente, proteger seus egos.

Essas pessoas veem a concordância com uma ideia diferente como algo sinônimo do fracasso. Estão em uma missão para fazer com que todos concordem com a forma parcial com que elas definiram suas impressões do mundo. Às vezes, essas pessoas estão em posições de poder acima de nós. A aversão por concordar com os outros os categoriza, apropriadamente, como indivíduos discordantes.

Este artigo é sobre como navegar efetivamente ao redor, e sobre, as barreiras de pessoas discordantes. O foco é fornecer um pouco de conhecimento sobre o processo para fazer sua ideia alcançar a percepção aberta e autêntica de uma pessoa discordante. A principal coisa a lembrar antes de irmos mais fundo é a noção de que deve-se evitar a força bruta para penetrar as paredes rígidas de opinião que essas pessoas construíram.

O jogo de não expor sua posição para que não possam agarrá-la ou discordar dela

A primeira coisa de que você deveria se lembrar ao lidar com pessoas discordantes é que a personalidade discordante delas é ineficaz quando não há nada com o que discordar. Quanto mais óbvio(a) você é nas suas posições perto de uma pessoa discordante, mais fácil fica para ela discordar de você. Depois que isso acontece, é geralmente difícil mudar a cabeça da pessoa quanto à noção com que discordaram.

Depois que você tiver rotulado alguém como uma pessoa discordante, comece a jogar uma espécie de jogo em sua mente. Esse jogo consiste em ver quanto tempo você consegue ir sem fornecer à pessoa nada rígido ou óbvio para ela discordar. Esse algo específico pode ser uma posição em uma questão política ou uma ideia sobre uma nova forma de fazer as coisas no trabalho. Também pode ser uma correção óbvia de uma ideia da pessoa — algo com que ela provavelmente discordaria rapidamente.

Jogue o jogo de simplesmente não dar a essa pessoa nada para combater quando estiver tentando, inicialmente, penetrar as barreiras de discordância. Sua participação nesse jogo naturalmente te levará a adotar um papel mais sutil ao lidar com o indivíduo em questão. Você estará mais propenso(a) a fazer perguntas do que declarações. Mais propenso(a) a mostrar à pessoa como a ideia dela está errada do que contar isso a ela logo de cara. Acima de tudo, você estará menos propenso(a) a ser rejeitado(a), por estar fazendo um esforço consciente em não fornecer nada que possa ser rejeitado.

Contextualize seu papel nesse jogo como uma competição contra os gatilhos de discordância dessa pessoa. Por terem sido aprimorados por anos de discordâncias, os sensores desse indivíduo para rigidezas com as quais ele pode discordar são provavelmente afiados. Ela pode achar algo para discordar a um quilômetro de distância. Se essa pessoa ocupa uma posição de importância no trabalho ou na empresa, é ainda mais necessário evitar esses sensores e gatilhos. Embora isso possa parecer uma estratégia contra-produtiva para se conseguir expressar um ponto, esta é apenas uma abordagem estratégica.

Seria tolice não avaliar o terreno antes de se entrar em qualquer tipo de batalha. Por que se colocar em desvantagem sendo rígido(a) com aquele(a) que cegamente se satisfaz com qualquer noção rígida? Jogue com estratégia e você se tornará um(a) mestre na capacidade de suavizar as bordas de suas opiniões.

Como jogar como um(a) mestre

A estratégia para jogar este jogo é bem simples. Faça perguntas que levem a pessoa com quem você está conversando a perceber e adotar seu próprio processo de raciocínio no assunto. Lembre-se, a maior parte das declarações que você faz a outras pessoas têm suas raízes em perguntas que você fez na própria mente. Ao encontrar uma resposta para a pergunta em que pensamos, somos propensos a apresentá-la como declaração para as pessoas acolherem e adotarem. Pessoas discordantes tendem mais a discordar com as declarações que você propõe. Eles não conseguem ver o mérito dos seus processos internos, que respondem uma série de perguntas mentais antes que você torne pública sua declaração.

Por exemplo, se estiver tentando explicar para os outros por que um pica-pau escolhe determinado ponto da árvore para começar a bicar, você provavelmente vai se perguntar algumas coisas primeiro:

  • O pica-pau usa do olfato para encontrar insetos no tronco da árvore?
  • E que tal o som?
  • E se tiverem sido condicionados a bicar apenas determinados troncos que atraem mais insetos?

Na sua cabeça você faz suposições acadêmicas, baseadas em evidências que reuniu, para encontrar uma resposta que acredita ser a mais correta. Assim sendo, você provavelmente diria:

— Eu acho que ele consegue ouvir os insetos engatinhando pelo tronco antes de bicar com força.

Uma pessoa discordante, nesse cenário, diria:

— Eu acho que não, porque insetos não fazem tanto barulho assim, não é mesmo?

Se você estivesse se esforçando para não oferecer algo rígido para a pessoa discordante antagonizar, sua abordagem seria diferente. Você faria as perguntas que fez internamente em alto e bom som, e trabalharia para encontrar uma solução inclusiva com o indivíduo em questão. Você faria o papel de guia intelectual ao invés de apresentador.

— Já percebeu como o pica-pau bica a árvore sem força antes de começar a bicar para furar?

— Sim, por que você acha que fazem isso?

— Bem, estive pensando sobre como ele sabe onde bicar, e parece que ele procura escutar alguma distinção no som antes de decidir onde bicar.

— Você quer dizer que ele bate fraquinho para descobrir onde furar depois?

— É, parece que ele usa o som para achar os insetos no tronco.

Esse jogo de suavizar as bordas de seus posicionamentos com a vocalização de processos internos parece longo. Você pode achar que não vale o tempo e o esforço para alcançar a consideração de uma pessoa discordante com sutileza. No entanto, considere o tempo e esforço que levaria para você contrapor alguém discordando de uma declaração simples, porém rígida, que você fez. Você provavelmente teria que passar pelo processo de vocalizar seu diálogo interno por trás da declaração de toda forma, exceto que, dessa vez, a pessoa discordante estaria armada contra você.

Ao invés de oferecer seu processo interno mental para a pessoa discordante adotar enquanto está neutra, debater com alguém que está ativamente discordando de você é muito mais difícil e demorado. Antes de começar seu caminho para convencer pessoas discordantes a adotarem sua opinião ou posiconamento, pese quanto esforço levaria para jogar o jogo da sutileza vs. o jogo do debate. A proposta que este artigo faz é que, no geral, o jogo da sutileza resultará em menos discordâncias, que só nos fazem gastar tempo e energia em debates.

Este texto, de título original How to Suggest New Ideas to Disagreeable People, foi traduzido do site Kletische.

“Saudade” é realmente uma palavra tão especial no português?

Esses dias, me peguei debatendo com um americano em um fórum do Reddit. O tópico falava sobre famílias portuguesas nos Estados Unidos, e um dos sub-tópicos sendo discutidos falava de coisas especiais do português e de Portugal, até que alguém finalmente bateu naquela tecla que muitos já devem ter visto por aí: que “saudade” ou “saudades” é uma das palavras mais poéticas do nosso idioma, com seu significado de sentir falta de forma nostálgica, carinhosa, especial. Mas é mesmo tão especial assim?

Pessoalmente, acredito que não. No inglês, usamos o verbo to miss para indicar que sentimos falta de algo ou alguém. Uma situação, um colega que não vemos há muito tempo, um objeto que tínhamos e não temos mais ou um local que já visitamos. Quando eu emprego esta expressão para me referir à falta que sinto, o sentimento que tenho dentro de mim é exatamente igual ao que sinto quando digo que estou com saudades dos meus amigos no Rio de Janeiro ou nos EUA, ou que tenho saudades das travessuras de infância que fazia ao morar no Pará.

Da mesma forma, a expressão sentir falta também traduz o mesmo sentimento que a saudade. Eu sinto muita falta dos meus colegas de faculdade de Ouro Preto e das festas a que íamos juntos, assim como sinto saudades de passar um tempo com meus pais. Dentro de mim, essa vontade nostálgica de revisitar o passado é idêntica utilizando as duas formas de expressá-la. Não há um peso maior em uma e nem em outra.

O rapaz com quem eu debatia no Reddit então disse que “saudades” tem um significado cultural mais forte e especial que o simples “sentir falta”, ou missing do inglês. Teria algo que mistura o amor com a nostalgia, o carinho com a tristeza de não ter mais lá, que além de fazer falta, estaria também sendo algo que você sentisse um desejo, uma ânsia. Beleza, muito bonito e poético. De fato, as saudades mais fortes e profundas que sentimos misturam essas sensações com mais intensidade, e às vezes as saudades até chegam a doer. Mas isso não pode ser traduzido? É, de fato, uma palavra única? Continuo sem me convencer.

Afinal, esse sentido duplo de carinho e tristeza pode ser traduzido no to miss, e depende muito mais do contexto do que da cultura ou da palavra. Da mesma forma que posso deitar em uma rede e falar com um amigo, olhando para o céu, “Ahh, que saudades da infância!” com um aperto no coração e um sorriso triste, também posso me recostar em uma poltrona na varanda de uma casa no Arizona e falar com um parente, “Ohh, how I miss those days!” sentindo a mesma dorzinha no peito e a nostalgia gostosa de tempos passados. O to miss não tem menos peso, o que passa a ter mais peso em nossas saudades são as saudades que estamos sentindo.

Pode me chamar de cético, mas não há nada de especial na palavra “saudades” além do fato de que o português é a única língua com uma palavra só para o sentimento. Nos outros idiomas vemos verbos e expressões. A danada, sentimos todos igualzinho.

O dia-a-dia de um casal gay [Parte #1]

Conheça Robin e Julien.

São um casal gay fictício criado pelo artista Wonsun Jin, da Austrália, que também é conhecido por Small World, cuja missão é conquistar o coração de todos. Embora puramente ficção, esses personagens são adoráveis e farão seu dia.

Robin é um garoto de 17 anos com cabelo rosa, gosta de pizza, vídeogames e TV, enquanto Julien tem 19 anos, cabelo azul e gosta de esportes, exercícios e é super espontâneo. Eles são muito diferentes um do outro, mas são totalmente fofos juntos.

Fonte: webtoons.com | patreon.com | youtube.com | Instagram

Esta é a parte 1 dessa coletânea de tirinhas. Logo postarei as próximas 10. 🙂

[#1] 16 anos depois

[#2] Precisando de uma recarga

[#3] Virando um bad boy

[#4] Material da camisa: “para namorar”

[#5] Uma semana X dois anos

[#6] Escondendo o quarto secreto

[#7] Pauzinhos

[#8] Jaquetas teimosas

[#9] Tosses significam uma visita imediata ao hospital

[#10] Se abraçando por um pesadelo