Cientistas estão trabalhando para fazer as vacinas anuais da gripe se tornarem coisa do passado, com uma vacina universal que nos protegeria da maioria das variações sazonais e pandêmicas.
Uma das estratégias mais promissoras — criar uma vacina que foca na “haste” da proteína que cobre o vírus da gripe — é muito forte, mas não é completamente infalível.
O vírus da gripe resulta em cerca de 1 bilhão de infecções, de 3 a 5 milhões de casos graves e de 300.000 a 500.000 mortes anualmente.
A proteína hemaglutinina, que cobre a parte externa do vírus da gripe, parece um pouco com uma flor. Ela tem uma haste e uma cabeça (imagine pétalas). Vacinas atuais miram na cabeça, que é a parte do vírus que está sempre mudando para escapar do nosso sistema imunológico.
A cabeça fica na haste, e acredita-se que a haste permanece sem mudanças com frequência relativamente constante entre uma variação e outra da gripe. Direcionar a vacina e a resposta imunológica do corpo à haste parece ser uma estratégia aparentemente lógica para criar uma vacina que forneceria ampla proteção.
Mas, ao contrário de suposições atuais, novas pesquisas mostram que a haste pode mudar, embora não seja tão facilmente ou frequentemente quanto a cabeça.
Pesquisadores usaram supercomputadores para analisar as sequências genéticas do vírus da gripe H1N1 humano em circulação desde 1918, e encontraram variações tanto na haste quanto na cabeça, embora a variabilidade fosse mais alta na região da cabeça.
No laboratório, juntaram o vírus H1N1 com anticorpos humanos — nossos soldados do sistema imunológico que lutam contra invasores externos. Não foi de se surpreender que a exposição repetitiva aos anticorpos causou muitas mutações na cabeça enquanto ela tentava escapar das garras do sistema imunológico. Mas houveram modificações na haste também, o que sugere que ela pode variar em resposta à pressão dos anticorpos.
“A boa notícia é que é muito mais difícil causar mudanças na haste, mas não é impossível,” diz David J. Topham, professor de microbiologia e imunologia no Centro Médico da Universidade de Rochester e autor do estudo na revista Scientific Reports.
“Uma vacina universal da gripe baseada na haste poderia fornecer proteção mais ampla que as usadas atualmente, mas as informações devem ser levadas em consideração antes que prossigamos com pesquisas e desenvolvimento.
É estimado que o vírus da gripe resulte em 1 bilhão de infecções, 3 a 5 milhões de casos graves e de 300.000 a 500.000 mortes anualmente, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.
Vacinas atuais, que requerem que estudiosos selecionem as variações da gripe que acreditam que circularão em determinado ano, têm eficácia típica de 40% a 70% nos EUA, embora em alguns anos a proteção chegue a níveis tão baixos quanto 20%.
Fontes: Universidade de Rochester, Futurity
Texto traduzido por Cláudio Ribeiro.